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26/04/2012
Por que não ir até a montanha ?

Há um organismo internacional que avallia as condições de ensino e educação entre as várias nações do mundo, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, que em recente estudo classificou nosso amado Brasil em 57º lugar entre 65 países avaliados. No mesmo trabalho, um resultado surpreendente foi divulgado em relação ao 1º colocado, a China, que investindo 3,5% de seu PIB anual, superados pelos 5% alocados, em nosso país, consegue se estabelecer como referência mundial para a educação. Claro que em se tratando de China as avaliações têm que ser cautelosas uma vez que a 2ª economia mundial apresenta realmente parâmetros colossais. Mas por falar em China, há um arquipélago próximo, que vez por outra freqüenta os telejornais em função de fenômenos atmosféricos como furacões e maremotos, chamado Filipinas, colonizado por espanhóis e americanos, que vem trazendo exemplo fantástico, não só de programa de ensino, mas como também de preservacionismo e sustentabilidade. Há um colégio particular na cidade de Silang, que inaugurou um programa denominado “WISHCRAFT”, algo como “desejamos embalagens”, no qual os alunos obtêm bolsas, de parciais a integrais, financiando seus estudos com lixo reciclável. Há possibilidade de alunos, ou seus familiares, evidentemente, com recursos insuficientes para pagamento das mensalidades da escola “CAVITE INSTITUTE”, completarem ou substituirem suas mensalidades por material reciclado, como latas, plásticos, papéis e etc, dependendo da quantidade e qualidade do material que arrecadem.
   Lembrando de um ditado popular que diz algo do tipo “se Maomé não vai à montanha, a montanha vai até Maomé”. Se em nosso país ainda não verificamos iniciativas dessa amplitude, podemos fazer a montanha se deslocar, adotando práticas que além de economicamente relevantes, certamente implicarão num ambiente mais saudável e, com a difusão dessas práticas, com menores reflexos no clima. Aliás talvez seja essa a razão que determinou que o pequeno país asiático aderisse a programas dessa ordem, ou seja sua sucetibilidade às interpéries naturais. Materiais como pilhas usadas, que contem os chamados metais pesadados, - alumínio, cobre, zinco – contaminam o solo e nosso organismo causando doenças gravíssimas, que podem ser evitadas com o descarte adequado desses objetos. O uso das famigeradas sacolinhas plásticas de mercado, certamente pode encontrar alternatica inclusive mais econômica do que ela própria. Os aterros sanitários, que na verdade, com diz um grande amigo, são verdadeiras bombas-relógio ambientais, em razão de seus efluentes, seja o gás metano, resultante da compostagem do lixo,  seja em  razão da fase líquida, conhecida por chorume, que contamina nossos lençois freáticos – nossos corpos subterrâneos de água, seja até mesmo pela matéria sólida resultante, que atrai vetores – animais peçonhentos, e, lamentavelmente, inclusive seres humanos que acabam subexistindo em função daqueles dejetos. Bons devem ser seguidos. Mais que isso. Multiplicados.


Fábio Cenachi