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05/10/2012
Números do PIB

O PIB encerrou o segundo trimestre com alta de 0,4% em comparação ao primeiro trimestre. Esse resultado foi favorável considerando que o trimestre passado apresentou crescimento de 0,1% contudo, o PIB encerrou o 1º semestre com crescimento de 0,6% influenciado principalmente pelo fraco desempenho da indústria dado que no 2º trimestre, o setor 2,5% em relação aos três primeiros meses deste ano.
Segundo dados divulgados pelo IBGE, na mesma base de comparação, a agropecuária subiu 4,9%. Já os serviços não demonstraram o mesmo vigor que no 1º trimestre e cresceram 0,7% de abril a junho.

Evolução do crescimento do PIB anual do País:

 

Em comparação com o resultado de outros países, o crescimento do Brasil foi bom visto que a maioria manteve esse patamar de crescimento e os países da Zona do Euro tiveram decrescimento.

 

Comparação com outros países:

Segundo a BBC Brasil ( em notícia divulgada pelo Estado de São Paulo), os fatores que contribuíram para o nível baixo de crescimento da economia brasileira foram:
1) Agravamento da crise
O agravamento da crise internacional surtiu efeito na economia brasileira dado o cenário de incerteza.
A questão gira em torno da Grécia, que pode sair da Zona do Euro e causar uma crise sistêmica na Europa, dos Estados Unidos que não obteve êxito na retomada da sua economia e há também a preocupação com a desaceleração da economia chinesa.
2) Saturação das medidas de estímulo ao consumo
As medidas de estímulo adotadas pelo governo não tiveram o mesmo desempenho nas expectativas de consumo das famílias pois segundo o levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC), 59,8% das famílias brasileiras já admitem estar endividadas, o maior patamar deste ano.
3) Custo Brasil
Com uma infraestrutura precária, salários em alta e uma baixa produtividade, além de um sistema tributário complexo, os produtos brasileiros perdem competitividade tanto no mercado doméstico - perante os importados - quanto no exterior.
Segundo o Estado de São Paulo: "Apesar da recente valorização do dólar frente ao real, o que, em tese, ajudaria a indústria nacional, o setor não reagiu. O custo unitário do trabalhador brasileiro está em alta enquanto sua produtividade cai, encarecendo o produto final", explicou Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria.

Previsão
Dado esse resultado, o governo aposta na recuperação econômica no segundo semestre de 2012 baseada na retomada da atividade industrial (devido a descontos anunciados e incentivos para o segmento), além do ciclo de redução da taxa básica de juros e de estímulos fiscal e monetário.
O governo prevê que a economia brasileira crescerá 3% e, 2012, mas, segundo analistas, esse valor não deve ultrapassará 2%.
A estimativa prevista no relatório Focus de Mercado mais recente (última semana de setembro) indica uma previsão de 1,57% de crescimento.
 

 


Mariana Aleixo Boani - Economista