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27/08/2015
Uma luz no fim do túnel

Já vivenciamos muitas crises. Nenhuma, no entanto, tão aviltante com escândalos de corrupção, inflação, desemprego e uma projeção extremamente pessimista quanto aos próximos 2 anos. Do lamaçal, como era de se esperar, surgiram reflexões sobre: a ética, as leis e principalmente sobre a honestidade dos nossos parlamentares. Passamos como nunca a questionar valores morais, posturas, comportamentos e todos os predicativos humanos que deveriam ser predominantes nos gestores públicos.Com tantas denúncias, ainda assim, alguns partidaristas atacam e ainda tentam apaziguar ânimos. Estudiosos, historiadores, sociólogos, no entanto, afirmam que tais atitudes, fazem parte da natureza humana. Talvez por causa daquelas oscilações entre o bem e o mal descritas por antigos filósofos gregos. Mas, se corrupção já faz parte do DNA humano, que nem por isso nos acostumemos com ela. Que verdades sempre venham à tona, como estas que implodiram as estruturas de um partido, “teoricamente”, cheio de boas intenções e que sucumbiram diante da prática ilícita do poder. Um partido engajado apenas na ditadura corruptiva e composto por espertos e inteligentes criminosos. Um partido que se fantasiou de demagogias e que finalmente, se transformou num imenso em grande trampolim para o favorecimento de bandidos disfarçados de heróis. Vivemos hoje a maior desordem política da história. Vivemos a maior desmoralização com a falência declarada dos princípios mais importantes e fundamentais à prosperidade da nação. Que lamentável!

Mas, não quero me estender. Quero apenas, me ater ao aspecto psicossocial e sua influência na vida da população já tão massacrada por carências e desmandos. Preocupa-me a interferência maléfica que, atos tão degradantes e impunes, possam provocar em nossa sociedade. E repenso, seriamente, sobre aquela vergonhosa crença que nos arremessa ao famoso “jeitinho brasileiro” de se resolver as coisas. Isto também precisa ser expurgado de nossa mente erroneamente condicionada!

Ando assustada. Exagero meu? Não seria se, a natureza humana fosse alicerçada exclusivamente em ideais nobres e justos. Não seria se, comportamentos antiéticos não fossem servidos, em bandejas de prata , aos famintos de poder.

Não concordo que erros justifiquem outros. Nem apoio as bandeiras fanático- partidárias que se escoram na colocação imoral de que “ corrupção sempre existiu e sempre existirá”.

Se persistir, que seja então severamente punida. Doa a quem doer!

Lamento tudo, mas torço por um desfecho digno. Afinal, minha qualidade de vida, meu futuro e meus sonhos residem aqui nesta Pátria ”des”Amada chamada Brasil.

Em contrapartida, alegro-me ao ler que um menino humilde, de 16 anos devolveu ao dono, uma carteira com R$ 1.600,00, encontrada no lixo. Da mesma forma, me emociono ao relembrar minha Madrinha que, também fez a mesma coisa, há mais de 40 anos atrás ( já contei em uma crônica passada). Com exemplos assim volto a acreditar na existência de pessoas honradas e éticas. Num simples cotidiano ou na complexa e grandiosa arte de governar.

Utopia? Não. Apenas relatos idênticos e reais que me fazem enxergar uma fagulha, uma luz no fim do túnel, me aproxima novamente de melhores perspectivas e restauram, mais do que nunca, todas as minhas esperanças... Esperanças, que sempre nortearam e nortearão minha vida, mesmo quando o restante da humanidade caminhar em direção contrária.

 


Fatima Chiati