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Saiba mais: O que é Diabetes?

O diabetes é uma doença crônica marcada pela elevação dos níveis de glicose no sangue. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas que ajuda o açúcar (glicose) a deixar o sangue e adentrar as células musculares e gordurosas do corpo para ser usado como "combustível" e, assim, obter energia ou acumular nutrientes.- Quando uma pessoa tem diabetes, o pâncreas não produz a insulina necessária (diabetes tipo 1) ou o sangue não consegue usar a insulina produzida (tipo 2). Essas deficiências levam ao aumento dos níveis de glicose no sangue, o que é tóxico para a circulação.

Quais os tipos mais comuns?

O diabetes tipo 1, que afeta principalmente crianças e jovens, se caracteriza por uma inflamação das células beta, produtoras de insulina no pâncreas, provocando uma deficiência grave desse hormônio no organismo. O tratamento é feito com o uso de insulina desde o diagnóstico.- O tipo 2 é a forma mais freqüente e afeta pessoas acima de 45 anos, obesos com deposição de gordura na região abdominal, sedentários, hipertensos e com alterações dos lipídeos sangüíneos, com aumento de triglicerídios e diminuição do colesterol bom (HDL).- Na gravidez, duas situações envolvendo o diabetes podem ser detectadas: a mulher que já tinha diabetes e engravida ou a que desenvolve o diabetes gestacional. O gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto.

Os sintomas


Níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem provocar sede em excesso, vontade de urinar seguidamente, fome exagerada, perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual), visão embaçada, infecções repetidas na pele ou em mucosas, machucados que demoram a cicatrizar, cansaço inexplicável, dores nas pernas devido à má circulação. Em alguns casos, porém, não há sintomas, o que se verifica mais comumente no diabetes tipo 2. Pode-se levar meses ou até anos para se descobrir o problema. Os indícios podem ser vagos, como formigamentos nas mãos e nos pés, por isso é importante investigar a possibilidade da doença a partir dos 40 anos.

Como é diagnosticado?

O tipo 1 é facilmente detectado devido aos sintomas e pelo fato de ser mais comum em jovens. O tipo 2 tem um curso mais traiçoeiro. Por isso, todas as pessoas obesas, com pressão alta, sedentárias e que têm diabéticos na família deveriam fazer um exame de glicose no sangue em jejum. Aqueles com glicemia igual ou maior que 126mg/dl já são considerados diabéticos.

A prevenção

A prática de atividade física regular é fundamental. Manter-se ativo promove uma mudança radical no corpo. O organismo solicita hábitos saudáveis. Os alimentos gordurosos e as refeições exageradamente calóricas começam a ser rejeitados. A auto-estima, a resistência física e a produtividade aumentam. Para o diabético, além de todos esses benefícios, há mais um: auxilia no tratamento da doença.- Para uma alimentação saudável, procure incorporar à dieta diária alimentos ricos em fibras (frutas e verduras), diminuir a quantidade de gorduras (óleo, manteiga, cremes etc.) e carboidratos (massas e doces) e também a de alimentos em cada refeição (coma mais vezes, ingerindo menos calorias em cada ocasião). Prefira alimentos grelhados e cozidos, carnes magras e leite e derivados (iogurte, queijos) desnatados ou light. Se for comer uma sobremesa light ou diet, não ultrapasse a primeira porção - comer o dobro pode significar o mesmo que um doce supercalórico.

Fatores de risco


Histórico familiar, obesidade abdominal, hipertensão e sedentarismo

Como é o tratamento?

Para o diabetes tipo 1, insulina, dieta e educação da família sobre a doença. Para o tipo 2, o médico propõe uma tentativa de mudança do estilo de vida, incentivando o paciente a perder peso e a adotar uma dieta saudável. Se essas iniciativas não forem suficientes para normalizar a glicose no sangue, há uma série de medicações que procura estimular a produção de insulina pelo pâncreas, melhorar sua eficiência, diminuir a absorção de glicose pelo intestino e a produção de hormônios que têm ação antagônica à insulina. Uso de insulina também pode ser recomendado.

Qual é a influência da hereditariedade?


Os pacientes com diabetes tipo 2 sofrem grande influência da hereditariedade. Um gêmeo idêntico de um paciente com tipo 2 tem mais de 90% de chances de desenvolver a doença, por exemplo. Um gêmeo idêntico de um paciente com tipo 1 tem chances entre 30% e 50% de ter o mesmo problema.

Quais são as complicações possíveis?

Ataque cardíaco, derrame, falência dos rins, cegueira, amputações, morte prematura.

Números da epidemia


No mundo inteiro, 230 milhões de pessoas têm diabetes (cerca de 6% da população). Por volta de 2025, estima-se que o pré-diabetes será diagnosticado em aproximadamente 500 milhões de pessoas. O diabetes, em mais de 350 milhões - em 1985, eram 30 milhões de casos.- Também em 2025, a prevalência de pré-diabetes deve alcançar até 13% de toda a população mundial, principalmente em regiões como o sudeste asiático.- Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025, a maior parte dos diabéticos em países desenvolvidos terá 65 anos ou mais, enquanto nos países em desenvolvimento a maioria dos pacientes será afetada em seus anos mais produtivos, isto é, antes dos 64 anos. De acordo com a Federação Internacional do Diabetes (IDF, em inglês), nesta mesma época, nações em desenvolvimento concentrarão 80% da população de diabéticos do planeta.- É possível prevenir 80% dos casos de diabetes tipo 2 com mudança de dieta, aumento de atividade física e melhora da qualidade de vida.- No ano que vem, estima-se um gasto mundial entre US$ 215 bilhões e US$ 375 bilhões com cuidados médicos com o diabetes e suas complicações.- Diabetes, doenças cardíacas e derrames devem fazer com que o Brasil deixe de arrecadar R$ 49,2 bilhões durante os próximos 10 anos, segundo a OMS. As estimativas se referem à perda de produtividade, resultando principalmente de morte prematura.