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07/03/2017
O convite

Como eu já contei a vocês, para mim, era quase impossível não conhecer minha clientes, conviver com elas por anos seguidos e não ficar como confidente, conselheira, receber conselhos, trocar experiências, enfim, de muitas até posso dizer que fiquei amiga.

Aprendi muito com essa minha vida de esteticista.

Posso dizer que quando comecei a minha carreira, eu ainda era muito inexperiente com relação a muitos assuntos...

Mesmo sendo casada (casei pela primeira vez muito jovem), eu ainda não sabia de muita coisa que se passa pelo mundo afora principalmente, porque na minha época, a virgindade era fator de exigência para um casamento...Então, claro que falar de sexo, perguntar como os bebes nasciam...enfim, era proibido e nós, as “ Mocinhas de Família”, íamos na maioria para a vida a dois, ignorantes de pai e mãe.

No meu caso, lembro que minha mãe me perguntou dias antes de meu casamento, se eu ainda era virgem, pois afinal fiquei noiva de aliança durante 6 meses e acho que para ela, noivado significava uma espécie de treinamento para a vida sexual. Como eu muito envergonhada, disse a ela que ainda era “MOÇA”, eu recebi o seguinte conselho: -“Agora você vai casar e tem que fazer tudo o que seu marido mandar”. Pasmem....

Estou contando tudo isso, para que vocês entendam a maneira como fui criada e olha que não sou tão velha assim...

Então, claro que muito aprendi com a vida. Mas mesmo assim, tinha certos assuntos que para mim, não eram muito comuns.

No dia a dia de minha vida como esteticista, fui aprendendo coisas que nunca tinha imaginado que existissem... e ficava espantada pensando como os nossos pais também eram despreparados.

Foi assim que nas minhas conversas com as clientes, fui conhecendo todo tipo de gostos, fantasias sexuais e até algumas que eu considerava uma espécie de doença.

Mas eu confesso que me divertia muito com as histórias que elas me contavam de suas peripécias conjugais e extraconjugais.

Foi sem dúvida nenhuma uma escola de vida para mim, onde acabei indo para um segundo casamento muitos anos depois, dessa vez sabendo das coisas muito bem...

Eis que, num dia de uma conversa intima com uma das minhas clientes, ela me surpreendeu com um convite pra lá de inusitado.

Contou-me que seu companheiro tinha uma fantasia erótica que ela gostaria de realizar, mas para isso precisaria de uma pessoa de extrema confiança, alguém que ela tivesse certeza, que depois não tentaria roubar lhe o marido... Então, ela chegou à conclusão que a única pessoa que ela confiava para isso era ... EU.

Imaginem minha cara nessa hora! Fiquei muda, não sabia se me sentia honrada ou ofendida.

Não tinha, e nem tenho, nenhum preconceito, para mim, o lema é esse: “SE LHE FAZ FELIZ, FAÇA”.

Mas essa não é minha praia, então respirei fundo e tentei recusar o convite da forma mais natural e educada possível... explicando que eu não curtia esse tipo de sexo em grupo, e que com certeza, meu marido não ia gostar da ideia, no que ela ainda me respondeu: - “Ele não precisa saber!”

Às vezes, a melhor solução para uma saia justa dessas é fazer o que eu fiz:

Dei uma gargalhada e nunca mais tocamos nesse assunto.

 

Selma esteticista