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23/10/2017
Febre Amarela Vacinação tem contra indicações

São contraindicações para realização da vacina contra febre amarela:

Crianças menores de 6 meses de idade.

Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza.

Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave, com a contagem de células CD4 <200 células/mm3 ou menor de 15% do total de linfócitos para crianças menores de 6 anos.

Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores).

Pacientes submetidos a transplante de órgãos.

Pacientes com imunodeficiência primária.

Pacientes com neoplasia.

Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).

Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras).

Precauções gerais quanto à vacinação contra febre amarela:

Nos casos de doenças agudas febris, moderadas ou graves, recomenda-se adiar a vacinação até a resolução do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença.

Primovacinação de indivíduos com 60 anos e mais.

Deverão ser vacinadas aquelas que residem em locais próximos onde ocorreu a confirmação de circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores). As demais deverão ser avaliadas pelo serviço de saúde, considerando-se o risco versus benefício da vacinação.

Nutrizes ou lactantes. Deverão ser vacinadas aquelas que residem em locais próximos onde ocorreu a confirmação de circulação do vírus (epizootias, casos humanos e vetores).  Deve- se apresentar à mãe opções para evitar o risco de transmissão do vírus vacinal pelo aleitamento materno, tais como: previamente a vacinação, praticar a ordenha do leite e manter congelado por 28 dias, em freezer ou congelador, para planejamento de uso durante o período da viremia, ou seja, por 28 dias ou, pelo menos por 15 dias após a vacinação. Caso a ordenha não seja possível, encaminhar a mãe à rede de banco de leite humano. Nas demais, a vacinação deve ser evitada, ou postergada até a criança completar 6 meses de idade.

Indivíduos infectados pelo HIV, assintomáticos e com imunossupressão moderada, de acordo com a contagem de células CD4.

Indivíduos com lúpus eritematoso sistêmico ou com outras doenças de etiologia potencialmente autoimune, deve ser avaliada caso a caso, tendo em vista a possibilidade de imunossupressão.

Pacientes transplantados de células tronco hematopoiéticas (medula óssea) devem ser avaliados caso a caso, considerando o risco epidemiológico. Caso se decida pela vacinação, deve ser respeitado o prazo mínimo de 24 meses após o transplante.

Pacientes que tenham desencadeado doença neurológica de natureza desmielinizante (Síndrome de Guillain-Barré, Encefalomielite disseminada aguda e esclerose múltipla) no período de seis semanas após a aplicação de dose anterior da vacina contra febre amarela. Tal recomendação baseia-se em dados de literatura para a vacina influenza.

A informação atualizada sobre as áreas com indicação da vacinação está disponível no site do Ministério da Saúde.

IDOSOS

Idade acima de 60 anos não é uma contraindicação para receber a vacina. A vacinação nessa faixa etária requer avaliação médica, devendo ser observadas a presença de morbidades que contraindiquem a vacinação e análise cuidadosa de risco versus benefício. Justifica-se realizar a vacina quando o idoso residir ou viajar para área com risco de transmissão de febre amarela.

Os eventos adversos da vacina mais comuns são dor local, mal-estar, cefaleia, dores musculares e febre baixa, o que ocorre em 2 a 5% dos vacinados, por volta do 5º ao 10º dia. Essas manifestações duram de 1 a 2 dias.

Muitos dos eventos relatados após a vacinação contra febre amarela constituem-se em sinais e/ou sintomas de diversas doenças frequentes na população, por isso nem sempre é possível distinguir os que são causados pela vacina e os causados por outros problemas coincidentes temporalmente.

Os eventos adversos graves são raros e incluem as reações de hipersensibilidade, doença neurológica aguda (encefalite, meningite, doenças autoimunes com envolvimento do sistema nervoso central e periférico) e doença viscerotrópica aguda (infecção multissistêmica generalizada, semelhante às formas graves da doença). No Brasil tem sido observado maior risco de ocorrência dessas situações em áreas onde não há recomendação de vacinação de rotina. Algumas situações e indivíduos têm sido identificados como de maior risco para eventos adversos graves após a vacinação, como em pessoas com doenças autoimunes e a primovacinação em idosos.

A vacina contra febre amarela é a medida mais importante e eficaz para prevenção e controle da doença.

 


UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul