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17/01/2018
Menuchi: imigrantes Italianos

A história da minha família

A foto complementa o último sobrinho, filho de meus tios Antonio e sua esposa Páscoa Menuchi, chamado Mário Menuchi. Os demais acima citados e já postados são Linda, Iolanda, Tereza, Fausto, Irene, Darci, Alfredo (envergando a camisa do Brasil FC), os demais: Armando, Rosa não se tem qualquer foto.

Mário esteve na iminência de servir o Brasil na segunda guerra, contudo uma moléstia o salvou.

A foto acima refere-se a busca de meu pai pelos seus sobrinhos (Iolanda e Mário). Quando meus avós vieram da Itália, foram destinados às fazendas de café de São Manoel (SP). Meus avo e tio são parte dos Braccia forti (os braços fortes) foram preponderantes na fase áurea do ciclo do café, em substituição aos escravos libertos, tornando-se uma mão-de-obra indispensável para o progresso deste generoso Brasil.

Pode-se dizer que os italianos escolheram o Brasil, mas São Paulo escolheu os italianos.

Papai era o caçula entre seus irmãos e sempre solidário dado a sua fluência verbal, em ter nascido aqui, encarregou-se de que alguns da parentela galgasse novas conquistas em sua vida. Se convencia que se não os ajudasse seria um desperdício no amor de seu coração e das forças que se não usasse seria prudência egoísta de quem nada arrisca. Assim com sua disponibilidade financeira controlada se propôs a trazê-los para melhoria do padrão de vida.

A lida nos cafeeiros era sofrida, o calor abrasador do interior paulista impunha-os levantar as primeiras horas da manhã, prover-se de uma forte alimentação para duríssima conclusão da empreitada diária.

Lembro que tempos depois em visita, quando já moravam na “cascatinha”, local próximo ao bairro Monjolinho. Nesta época já empregados na Cia Melhoramentos de São Paulo. Meu tio, Antônio guardava uma preciosa enxada de seus tempos sofridos em capinar pés de café e, mostrava-me a forma caprichosamente afiada e dizia com seus olhos brilhando e com muito orgulho: “só mesmo assim, como uma navalha neste estado, caso contrário o dia não estaria ganho”.

Vejo com um saudosismo época que ao visitar conhecidos, parentes não se furtavam de um bom café, um bolo ou outra oferenda, observava-se um fogão de lenha com ingredientes oriundos de seu pedaço de terra agricultável. E assim, a conversa amistosa se desenrolava sem pressa pautando no interesse pela vida e pelos filhos.

Não sei se nos tempos atuais teríamos essa disposição, a generosidade com altruísmo em ajudar a parentela, vontade essa que exige um carinho adicional à compreensão para estes gestos em favorecer pessoas. Hoje temos uma incontrolável pressa, ansiedade, impaciência, um soberbo e incontrolável orgulho ao exibir suas conquistas inclusive dos familiares. E olha que temos avanços significativos de nossas necessidades abreviando-nos o necessário tempo.

Enfim. Sobra-nos paredes, faltam-nos pontes...

Em relação a impaciência e pressa neste momento, tomemos como exemplo as montadoras de automóveis obtivemos com isso nosso conforto individual, entretanto criou-se o congestionamento inumeráveis: são carros desrespeitando faixas de pedestres, acostamentos utilizados contra a ordem natural do tráfego, gritos, descabidas pressas, possibilidades infinitas de acidentes, são carros potentes cujo condutor carece um maior senso de coletividade, redundando assim em confrontos físicos e consequentes mortes.

A vida é o nosso bem mais precioso, é tão forte sendo capaz de mudar o mundo. Mas ao mesmo tempo é tão frágil, capaz de terminar num segundo. Todos os momentos em nossas vidas são mágicos e cabe a cada um de nós, deixá-los mais marcantes. O terráqueo devia ter sempre em mente de sua passagem por este plano não percebendo que vive a despedir-se do mundo, pouco a pouco, despachando, cada dia, com os próprios atos, a bagagem que encontrará na estação de destino.

O progresso é inevitável, buscamos Incessantemente o conforto, acontece que nosso desenvolvimento se deu pelo desrespeito aos usos e costumes, à comunhão das leis. Nossos governantes deixaram de investir maiores verbas em educação escolar. Tempos da escola “risonha e franca” entoada rigorosamente em valores morais e cívicos. A escola é a área tão importante, estratégica e complexa e mais indispensável que outra profissão qualquer. Porque um povo educado certamente elegeria dirigentes honestos e competentes. Estes escolheriam os melhores assessores. Não toleraria corrupção e prosperaria em condições adversas.

E o que vemos hoje! Programas vulgarizantes; parlamentares em sua maioria originados de classe oligárquica representando-nos ao Congresso Nacional que outrora denominava-se Casa do Povo e, hoje, infelizmente, pela nossa lenidade, abriga políticos para atender interesses próprios (na maioria ilícitos), assim os pactos efetuados, impedem qualquer ação mais dignificante à Pátria bem como a necessária excelência.

A péssima ética dos políticos é modelo para cidadãos que nela enxergam grande e louvável esperteza. A falta de vergonha oficial se reflete na ausência de pudor particular. É um sintoma que todos querem se dar bem – a máxima: os fins justificam os meios.

De sorte com o aparecimento da “Operação Lava Jato” constata-se um ferrenho combate à corrupção sistêmica que quase asfixiou o País cujos livros de história certamente fará menção e esta anomalia nacional.

Oxalá um Brasil virtuoso para nossos descendentes.

ANÍZIO MENUCHI

Foto disponível no link http://www.caieiraspress.com.br/fotos/index.php?id=2

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Anízio Menuchi - Filho De Caieiras - Auditor Fiscal Aposentado Da Receita Federal