Versão para impressão

17/11/2019
Exames de sangue para que servem

Os mais comuns

 Para que servem os exames de sangue mais comuns?

Médico autor: Dr. Pedro Pinheiro
Revisado pela equipe de especialistas do MD.Saúde
Atualizado em 28 julho 2019

 

1. O que é um check-up?

2. Hemograma

2.1. Hemácias (glóbulos vermelhos)

2.2. Leucócitos (glóbulos brancos)

2.3. Plaquetas

3. Tempo de tromboplastina ativada (PTT ou TTP) e tempo de protrombina (TAP ou TP)

4. Colesterol

5. Ureia e creatinina

6. Glicose

7. TGO (AST) e TGP (ALP)

8. Eletrólitos (Sódio, Potássio, Cálcio e Fósforo

9. TSH e T4 livre

10. Ácido úrico

11. PCR

12. PSA

13. Albumina

14. VHS

15. EAS ou Urina Tipo I

16. Urocultura

17. Exame parasitológico de fezes (EPF)

O que é um check-up?

Todo mundo já fez um check-up pelo menos uma vez na vida. Algumas pessoas exageram e procuram seu médico de 6 em 6 meses para realizar seus exames.

Quem é que nunca recebeu suas análises de sangue cheia de números, termos técnicos e palavras desconhecidas? E quando surge um resultado fora do valor de referência? Aquele número em negrito logo se transforma em uma ameaça de doença oculta. Já perdi a conta de quantos amigos e familiares já não me ligaram por causa desse temido valor fora da referência. A pergunta é sempre a mesma: isso é algo grave?

Bom, antes de explicar o básico dos exames de sangue e check-ups é preciso esclarecer alguns pontos.

1. Os exames são chamados de “exames complementares” porque complementam a avaliação médica. Nunca a substitui. Um resultado de exame de sangue sem uma história clínica e uma exame físico do paciente pode causar mais confusão do que elucidações.

2. Qualquer exame complementar, seja de sangue, urina, imagem, etc., é passível de erros. Estes erros podem ser tanto de interpretação como erros nas máquinas que os produzem. É preciso um médico para saber interpretar os resultados. O quadro clínico do paciente é sempre soberano. Deve-se diagnosticar e tratar o paciente, nunca o resultado do exame.

3. Não se pede exames sem motivo. O conceito do check-up completo é errado. Como os exames podem apresentar erros, não faz sentido solicitá-los se não há uma hipótese diagnóstica a ser investigada.

4. É preciso saber diferenciar exames de rastreamento (screening) do check-up. Os exames de rastreamento são aqueles realizados para se identificar doenças prevalentes em um determinado grupo ou faixa etária. São exames que se mostraram benéficos quando solicitados periodicamente. Um exemplo é a mamografia para o câncer de mama ou um exame ginecológico de rastreamento de câncer de colo de útero. Não faz sentido, por exemplo, solicitar ressonâncias magnéticas de crânio em todo mundo para tentar descobrir tumores cerebrais.

5. O que muitas empresas fazem, solicitando vários exames a novos empregados e encaminhando-os a especialistas quando aparece alguma alteração, é uma aberração. Primeiro, é gasto desnecessário de recursos da saúde, segundo, vários desses exames poderiam ser descartados com uma simples consulta, e terceiro, resultados errados levam a ansiedade desnecessária por parte do paciente, que às vezes, é rotulado como doente, quando na verdade não o é.

6. Alguns pacientes confundem o que é um exame de sangue. Não existe uma solicitação única, que engloba todos as análises existentes. Existem centenas de dosagens diferente em uma análise de sangue. O médico precisa especificar no pedido quais análises ele gostaria de receber. Se o médico não solicitar uma dosagem de colesterol, este não virá nos resultados. Não é porque foi colhido uma amostra de sangue, que sempre será feito hemograma, colesterol, glicose ou qualquer outra dosagem. O laboratório só fornece o que foi pedido, e o médico só pede o que acha ser relevante para aquele momento.

Bom, vamos então imaginar que seu médico após uma criteriosa avaliação do seu estado de saúde, dos seus antecedentes patológicos, do histórico familiar e de seus hábitos de vida, resolveu solicitar alguns exames para complementar sua avaliação.

Eis os exames de sangue mais frequentes na prática clínica.

Hemograma

O hemograma é o exame para avaliar as três principais linhagens de células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas). É o mais complexo e o que merece maiores explicações. Concentre-se apenas naqueles que explicarei.

Hemácias (glóbulos vermelhos)

Serve para o diagnóstico de anemia, que é a redução do número de células vermelhas.

São levados em conta principalmente os valores do hematócrito e da hemoglobina. Valores um pouco fora da faixa de referência podem não ter significado clínico. Mulheres podem ter hematócrito/hemoglobina um pouco mais baixo devido a perdas de sangue na menstruação. Fumantes costumam tê-los um pouco elevado devido a pior oxigenação do sangue pelos seus pulmões. Repito: esses valores devem sempre ser interpretados

Leucócitos (glóbulos brancos)

São as nossas células de defesa. É o exército ou a polícia do organismo. Chamamos de leucocitose quando estão aumentados. Normalmente indicam uma resposta do organismo a um processo infeccioso em curso. Pacientes com pneumonia ou um abscesso de pele, por exemplo, costumam ter seu número de leucócitos aumentados. A ausência de leucocitose de modo algum descarta uma infecção. Mais uma vez, o quadro clínico é sempre soberano.

Grandes elevações podem indicar leucemia. Leucopenia é o nome que se dá à baixa contagem dos leucócitos. Significa uma supressão da imunidade e maior susceptibilidade a infecções.

Os leucócitos são divididos em 5 grupos de células, com funções diferentes na defesa do organismo:

Neutrófilos

Eosinófilos

Basófilos

Linfócitos

Monócitos

Essas dosagens servem para se identificar qual linhagem é a responsável pela leucocitose ou leucopenia

Plaquetas

São as células responsáveis pelo processo de coagulação do sangue. Elevações são chamadas de trombocitose e a diminuição de trombocitopenia. Pacientes com plaquetas muito baixas são mais propensos a sangramentos. Plaquetas muito elevadas podem favorecer a formação de trombos.

A dosagem das plaquetas são necessárias antes de cirurgias ou procedimentos susceptíveis a sangramentos. Também são importantes na distinção da forma hemorrágica e clássica da dengue.

Para saber informações mais detalhadas sobre o hemograma, leia: HEMOGRAMA – Entenda os seus resultados.

Tempo de tromboplastina ativada (PTT ou TTP) e tempo de protrombina (TAP ou TP)

Medem o tempo que o sangue demora para coagular. Obviamente, tempos maiores indicam maior propensão a sangramentos. A cascata da coagulação inicia-se com a ativação das plaquetas e é completada pela ação dos fatores da coagulação. O TAP e o PTT medem a funcionamento desses fatores. A avaliação completa do estado da coagulação, feita com o TAP, PTT e plaquetas, é muitas vezes chamado de coagulograma.

A dosagem do INR é uma outra maneira de avaliar o TAP. Atualmente é a mais usada por ser mais confiável.

Colesterol

O colesterol total é composto da soma das frações HDL+LDL+VLDL.

HDL – colesterol bom. Protege os vasos da aterosclerose (Placas de gordura). Quanto mais elevado melhor.

LDL e VLDL – Colesterol ruim, formador da aterosclerose que obstrui os vasos sanguíneos e leva a doenças como infarto. Quanto mais baixo melhor.

Triglicerídeos – Estão relacionados ao VLDL. Normalmente equivale a 5x o seu valor. Um paciente com 150 mg/dl de triglicerídeos apresenta 30 mg/dl de VLDL.

Há algum tempo se sabe que o colesterol total não é tão importante quanto os valores de suas frações. Pois vejamos 2 pacientes distintos:

1. HDL = 70, LDL= 100, VLDL= 30. Colesterol total = 200 mg/dl
2. HDL = 20, LDL = 160, VLDL = 20. Colesterol total = 200 mg/dl

Sem dúvida o primeiro paciente tem muito menos risco de desenvolver aterosclerose que o segundo, apesar de terem o colesterol total igual. Não basta ver a quantidade, é necessário saber a qualidade.

Para saber mais sobre o colesterol, leia: COLESTEROL BOM (HDL) E COLESTEROL RUIM (LDL).

Ureia e creatinina

São as análise que avaliam a função dos rins.

Seus valores são usados para cálculos do volume de sangue filtrado pelos rins a cada minuto. Os melhores laboratórios já fazem esse cálculo automaticamente para o médico e normalmente vem com o nome de “clearance de creatinina” ou “taxa de filtração glomerular”.

Valores aumentados de ureia e creatinina indicam diminuição da filtração pelo rim.

Valores menores que 60 ml/minuto de clearance de creatinina indicam insuficiência renal.

Este é um dos exames que mais requerem interpretação do médico, pois o mesmo valor de creatinina pode ser normal para uma pessoa, e significar insuficiência renal para outra.

Para saber mais, leia: VOCÊ SABE O QUE É CREATININA?

Glicose

A dosagem de glicose é importante para o diagnóstico ou controle do tratamento do diabetes mellitus. Só tem valor se realizada com um jejum mínimo de 8 horas.

Valores menores que 100 mg/dl são normais.

Valores entre 100 e 125 mg/dl são considerados pré-diabetes.

Valores acima de 126 mg/dl são compatíveis com diabetes (deve ser sempre repetido para confirmação do diagnóstico).

Para saber mais informações sobre o diagnóstico do diabetes, leia: GLICEMIA – HEMOGLOBINA GLICOSILADA – Diagnóstico do diabetes

TGO (AST) e TGP (ALP)

O TGO e a TGP, chamadas também de transaminases, são exames utilizados para avaliar o fígado. Valores elevados indicam lesão das células hepáticas.

TGO e TGP elevadas normalmente traduzem algum tipo de hepatite, seja viral, medicamentosa ou isquêmica.

Leia: O QUE SIGNIFICA AST (TGO) E ALT (TGP)?

Eletrólitos (Sódio, Potássio, Cálcio e Fósforo

São chamados de eletrólitos. Valores elevados ou diminuídos devem ser tratados e investigados, pois podem trazer risco de morte se estiverem muito alterados.

Diarreia, vômitos, desidratação, insuficiência renal, fármacos e intoxicações são algumas das causas comuns de alterações dos eletrólitos do sangue.

Algumas nomenclaturas:

Hipernatremia: sódio sanguíneo elevado.

Hiponatremia: sódio sanguíneo baixo.

Hipercalemia: potássio sanguíneo elevado.

Hipocalemia: potássio sanguíneo baixo.

Hipercalcemia: cálcio sanguíneo elevado.

Hipocalcemia: cálcio sanguíneo baixo.

Hiperfosfatemia: fósforo sanguíneo elevado.

Hipofosfatemia: fósforo sanguíneo baixo.

TSH e T4 livre

o TSH e o T4 livre são análises solicitadas para avaliar o funcionamento da tireoide, um pequeno órgão que se encontra na região anterior do nosso pescoço e controla nosso metabolismo. É através desses dois exames que diagnosticamos e controlamos o hipertireoidismo e o hipotireoidismo.

Falamos do exames da tireoide no artigo: TSH e T4 livre.

Ácido úrico

O ácido úrico é o metabólito resultante da metabolização de algumas proteínas pelo organismo. Níveis elevados são fatores de risco para gota, cálculo renal e estão associados a hipertensão e doenças cardiovasculares.

Para saber mais sobre o ácido úrico, leia: Ácido úrico.

PCR

A PCR (proteína C reativa) é uma proteína que se eleva em estados inflamatórios. Ela, porém, é inespecífica, não nos diz de forma clara o motivo pelo qual está elevada.

A PCR elevada normalmente indica um processo infeccioso em andamento, mas também pode ocorrer nas neoplasias e nas doenças inflamatórias. Uma PCR elevada associado à leucocitose é um forte indicador de infecção em curso.

Para saber mais sobre PCR leia: PROTEÍNA C REATIVA – EXAME PCR.

PSA

O PSA é uma proteína que costuma estar elevada nos casos de câncer de próstata ou prostatites (infecção da próstata). Aumento do tamanho da próstata provocada pela idade, chamada de hiperplasia prostática benigna, também pode elevar o PSA, mas não nos níveis da neoplasia.

Albumina

A albumina é a proteína mais abundante no sangue. É uma marcador de nutrição. Como é sintetizada pelo fígado também serve para avaliação da função hepática em doentes cirróticos.

VHS

o VHS (velocidade de hemossedimentação) mais um teste não específico de inflamação. É menos sensível que o PCR. Costuma estar muito elevado nas doenças auto-imunes.

Para saber mais sobre o VHS, leia: EXAMES DE SANGUE | VHS, PCR, Ferritina e CK.

EAS ou Urina Tipo I

É o exame básico de urina. Permite a detecção de doenças renais ocultas e pode sugerir a presença de infecções urinarias.

Com ele podemos avaliar a presença na urina de pus, sangue, glicose, proteínas, etc., substâncias que, em geral, não deveriam estar presentes.

Leia: EAS – Exame de urina

Urocultura

A urocultura é o exame de escolha para o diagnóstico da infecção urinária. Com ele conseguimos identificar a bactéria responsável pela infecção e ainda testar quais são os antibióticos efetivos.

Mais informações: EXAME UROCULTURA

Exame parasitológico de fezes (EPF)

O EPF é o exame solicitado para investigar a presença de parasitas, conhecido vulgarmente por vermes.

Leia: VERMES E EXAME PARASITOLÓGICO DE FEZES.

Existem inúmeras outras análises que são pedidas no sangue, fezes e urina. Estas são as mais comuns.

Pergunte sempre ao seu médico o porquê de cada exame solicitado. Não existe pedir exame apenas por pedir. A boa prática médica pede que todo exame solicitado tenha um motivo.

Fonte:/www.mdsaude.com

VALORES:

- Tiroxina (T4 total e livre) e triiodotironina: A tiroxina (T4) é um hormônio secretado pela glândula tireoide que sofre conversão a triiodotironina (T3). Embora T4 seja secretada em quantidade 20 vezes maior que T3, esta última é a responsável pela maioria das funções tireoidianas no organismo, visto que é de 3 a 4 vezes mais potente que T4. Valor de referência para T4 total em adultos: de 4,5 a 12 µg/dL. Valor de referência para T3 em adultos: de 1,13 a 3,14 mmol/L.

- Hormônio tireoestimulante (TSH): É produzido pela hipófise anterior e responsável direto pela estimulação da glândula tireoide, aumentando assim a secreção de hormônios T3 e T4. Os valores de referência são expressos em termos de inibição da ligação do TSH: positivo – a partir de 1,5U/L; normal - < 1U/L; indeterminado – entre 1 e 1,5U/L.-Ex

- Ureia:

ames utilizados para acompanhamento de doenças renais A ureia pertence ao grupo dos compostos nitrogenados não-proteicos. É uma molécula pequena que se difunde livremente entre os espaços extra e intracelular e, posteriormente, se concentra na urina para excreção. Níveis elevados de ureia na urina sugerem insuficiência renal. Níveis baixos podem estar associados com dietas pobres em proteínas, com a expansão do volume plasmático ou com hepatopatias graves. Valor de referência no soro ou na urina: de 10 a 45 mg/dL.

- Creatinina: A creatinina é o produto final do metabolismo da creatina. Sua quantidade é proporcional à massa muscular esquelética do indivíduo. A creatinina é excretada de forma muito eficiente pelos rins, e sua concentração plasmática torna-se elevada quando há insuficiência renal. Valores de referência no plasma: homens – de 0,8 a 1,2 mg/dL; mulheres – de 0,6 a 1,0 mg/dL.

- Clearance de creatinina: A depuração, ou clearance de creatinina, ou ainda, a taxa de filtração glomerular (TFG) é um indicador da função renal, principalmente nos casos mais avançados, em que os níveis encontram-se bem abaixo do valor mínimo de referência (80 a 120 mL/min/1,73m2).

Quando os valores estão ≤ 60 mL/min, indica-se um tratamento chamado conservador ou não dialítico, em que a oferta de proteína é controlada com o objetivo de retardar a progressão da insuficiência renal. O tratamento dialítico é indicado quando a TFG é inferior a 15 mL/min.

- Sódio: O sódio avalia os equilíbrios fluido-eletrólito e ácido-básico, bem como as funções nuromuscular, renal e adrenal relacionadas. Níveis séricos de sódio elevados (hipernatremia) podem resultar de ingestão inadequada de água, perda de água com excesso de sódio (diabetes insipidus, função renal prejudicada, vômito ou diarréia graves) e retenção de sódio (aldosteronismo). Níveis séricos anormalmente baixos de sódio (hiponatremia) podem resultar de ingestão inadequada, perda excessiva de sódio devido à transpiração profusa, terapia diurética, vômitos, queimaduras, síndrome nefrótica, insuficiência cardíaca congestiva e insuficiência renal crônica com acidose. Valor de referência: de 135 a 145 mEq/L.

- Potássio: A deficiência de potássio (hipocalemia) prejudica a função neuromuscular, tendo como sinais clínicos fadiga, mialgia e fraqueza muscular, paralisia, alterações no eletrocardiograna, taquicardia com alterações na onda T (achatamento ou inversão), depressão do segmento ST, e nos casos mais graves, prolongamento do intervalo PR, arritmias ventriculares e parada cardíaca.

As causas de hipocalemias podem ser: acidose tubular renal, o uso de mineralocorticoides, aldosteronismo, uso de diuréticos e outras drogas, além de ingestão inadequada, má-absorção, perdas gastrointestinais por vômitos, diarréia, uso de laxativos, fístulas queimaduras e sudorese excessiva.

O excesso de potássio (hipercalemia) causa sinais clínicos como confusão mental, fraqueza, hipoventilação e bradicardia. Essa condição reflete excreção renal inadequada, mobilização do potássio dos tecidos, excesso do consumo oral ou de administração parenteral, uso de diuréticos poupadores de potássio e constipação intestinal. Valor de referência: de 3,6 a 5,o mEq/L.

- Fósforo: O aumento de fósforo sérico ocorre por diminuição da filtração glomerular, aumento da reabsorção tubular renal e aporte endógeno ou exógeno. Valores séricos diminuídos são encontrados com uso de diuréticos, antiácidos, hiperparatireoidismo primário, septicemia, deficiência de vitamina D, hemodialisados crônicos, presença de vômitos, e na Síndrome de Realimentação. Valores de referência no soro em adultos: de 2,4 a 4,6 mg/dL em homens e de 2,3 a 4,3 mg/dL em mulheres.

- Cálcio total: Os quadros de hipocalcemia podem ser observados nos pacientes com doença renal crônica, muitas vezes associados à deficiência de vitamina D. Por outro lado, a hipercalcemia é uma condição que está presente em administração crônica de diuréticos, uso da vitamina D e antiácidos. Valor de referência em adultos: de 8,4 a 10,2 mg/dL.

- Magnésio: Os sinais clínicos da depleção de magnésio só se manifestam quando os níveis séricos se encontram muito comprometidos, ou seja, em valores abaixo de 1 mEq/L. As causas da depleção podem ser má-absorção, desnutrição, diarréia intensa, alcoolismo, pancreatite aguda, hiperalimentação parenteral prolongada, diálise crônica e hiperaldosteronismo. Os sinais clínicos de hipomagnesemia são: fraqueza, tremores, irritabilidade, delírio, convulsões, tetania e alterações no eletrocardiograma. O aumento dos níveis séricos de magnésio pode ocorrer nas desidratações intensas, na insuficiência renal, na insuficiência adrenocortical, em grandes traumas teciduais, no lúpus eritematoso sistêmico, no mieloma múltiplo, assim como pelo uso excessivo de antiácidos e de enemas ricos em magnésio. Os sinais clínicos da hipermagnesemia são: diminuição de reflexos, sonolência, arritmias e parada cardíaca. Valor de referência no soro: de 1,9 a 2,5 mg/dL.

- Ácido úrico: No ser humano, o catabolismo das purinas (adenina e guanina) gera como produto nitrogenado o ácido úrico. O aumento da concentração de ácido úrico no sangue (hiperuricemia) está relacionado com o diagnóstico de gota, cálculo renal, insuficiência renal, neoplasias, leucemia e linfomas.

Ainda, muitos estudos têm associado o aumento do nível de ácido úrico com hiperlipidemia, obesidade e diabetes tipo 2. Como estes são fatores de risco para aterosclerose, torna-se importante a avaliação desse parâmetro.

O nível de ácido úrico encontra-se diminuído em situações como Síndrome de Fanconi, doença de Wilson e secreção inapropriada de hormônio antidiurético; também diminui sob efeito de drogas como alopurinol, aspirina em altas doses, contrastes radiológicos e altas doses de vitamina C. Valores de referência no soro: de 2,4 a 6,0 mg/dL em mulheres e de 3,4 a 7,0 mg/dL em homens.

- Avaliação do oxalato na urina de 24 horas.

A necessidade de dosagem de oxalato em pacientes com nefrolitíase é imperiosa, em razão de 90% dos cálculos renais formados serem de oxalato de cálcio. A maior fração do oxalato urinário é endógena e do metabolismo do ácido ascórbico (vitamina C), com fração de apenas 10 a 15% do seu total excretado proveniente da alimentação. Valores de referência: de 17 a 43 mg/24h em homens e de 24 a 47 mg/24h em mulheres

Fonte: www.portaleducação.com.br