Versão para impressão

31/07/2020
O acidente de trem de 1968

Na manhã de 25 de março de 1968,numa ensolarada manhã de segunda feira embarquei na estação de trem  em CAIEIRAS,  como fazia todos os dias, para ir trabalhar na: PECUNIA S/A  Credito Financiamento e Investimento , trabalhava com  (Jesué P.da Cruz, Avenir Della Betta, Edson Navarro , e Valdir Zerbinatti). 

Lembro que estavam comigo meu primo Avenir e  Jesué, não me lembro se estavam juntos no trem na hora do acidente o Edson e o Valdir. O trem, que atrasava quase todos os dias saia de Francisco Morato  com ponto final na estação da LUZ.

 O trem parou por aparente e inexplicável   pane elétrica entre PERUS e CAIEIRAS nas  proximidades da PONTE SECA , quem é CAIEIRENSE,  como eu,  e antigo sabe onde era o lugar. (rs rs)  Quando dava algum problema, o trem era puxado por uma locomotiva,  para o destino final levando os passageiros com muito atraso  a todas as estações.

Mas neste dia, o defeito foi sanado, voltou a luz e, o maquinista acionou o trem,  mas já tinha dado o alerta sobre  o problema para a Central de Operações, que enviou  uma locomotiva até o local, para  rebocar o trem.

Não houve troca de informações sobre o procedimento e, deu no que deu.O trem de passageiros em que eu estava com muitas pessoas colidiu com locomotiva, o acidente ocorreu numa curva e  que pegou desprevenido os condutores dos trens.  

Na época, morreram  se não estiver enganado    80  pessoas além de  muitos feridos. Lembro ainda que estava de pé  no terceiro carro. Com o impacto do choque, sem exagero fomos jogados ao chão, muitas pessoas se machucaram, gravemente na hora da batida.Pasmos ante a tragédia, pulamos do trem, forçando abertura das portas  e caminhamos desorientados. 

Lembro que meu primo e eu na hora da confusão   ameaçamos esquentar a  cara de um sujeitinho  que tentava  roubar um relógio de pulso  jogado no chão no meio da linha  ao lado  do cadáver de um homem com as vísceras  expostas. Foi um horror   mesmo. 

Fiquei  com outras pessoas ajudando a transportar os feridos e mortos, pois o lugar era de difícil acesso, pegávamos lençóis , segurando nas pontas com 4 pessoas e transportávamos os acidentados e mortos morro acima da linha férrea  onde ficavam as ambulâncias.. 

Aconteceram muitos velórios em CAIEIRAS, FRANCO DA ROCHA E FRANCISCO MORATO.Recordo  ainda que aquele trecho fatídico  ficou com "fama"  de ser  "Mal Assombrado".  Muitas pessoas naquele tempo,  tinham o costume de andar ao lado da ferrovia, inclusive eu,  para "cortar caminho".Deixei minha mãe muito preocupada por ter  demorado para chegar em casa por ter ficado muito tempo no local.   Nessa época, tinha 20 anos com sonhos de crescimento profissional, social  e amoroso se assim  podia  falar.   

OSWALDO JOÃO DELLA BETTA 

Veja foto do desastre na página 12  no link:    www.caieiraspress.com.br/fotos/index.php?id=2  

Comentários:

Nesse dia  eu "perdi" o trem por segundos, quando cheguei na estação o trem fechou as portas e saiu, mas, o estrondo da batida pode ser ouvido na estação e acompanhei toda a tragédia que se seguiu.Edson Navarro