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24/05/2025
OMEGA 3 X ENVELHECIMENTO CEREBRAL

Níveis de ácidos graxos ômega-3 nos glóbulos vermelhos e marcadores de envelhecimento cerebral acelerado

Resumo

Objetivo:

Maior ingestão alimentar e níveis circulantes de ácido docosahexaenoico (DHA) e ácido eicosapentaenoico (EPA) têm sido associados a um risco reduzido de demência, mas as vias subjacentes a essa associação permanecem obscuras. Examinamos a relação transversal dos níveis de ácidos graxos nos glóbulos vermelhos (RBC) com imagens subclínicas e marcadores cognitivos de risco de demência em uma coorte comunitária de meia-idade a idosos.

Métodos:

Relacionamos os níveis de DHA e EPA nos glóbulos vermelhos em participantes do Estudo de Framingham sem demência (n = 1.575; 854 mulheres, idade 67 ± 9 anos) ao desempenho em testes cognitivos e à ressonância magnética cerebral volumétrica, com ajustes seriais para idade, sexo e educação (modelo A, modelo primário), adicionalmente para APOE ϵ4 e homocisteína plasmática (modelo B) e também para atividade física e índice de massa corporal (modelo C) ou para fatores de risco vasculares tradicionais (modelo D).

Resultados:

Os participantes com níveis de DHA nos glóbulos vermelhos no quartil mais baixo (Q1), quando comparados aos outros (Q2–4), apresentaram volumes totais de cérebro menores e maiores volumes de hiperintensidade da substância branca (para o modelo A: β ± EP = −0,49 ± 0,19; p = 0,009 e 0,12 ± 0,06; p = 0,049, respectivamente) com persistência da associação com o volume total do cérebro em análises multivariáveis. Os participantes com níveis mais baixos de DHA e índice ω-3 (RBC DHA+EPA) (Q1 vs Q2–4) também tiveram pontuações mais baixas em testes de memória visual (β ± SE = −0,47 ± 0,18; p = 0,008), função executiva (β ± SE = −0,07 ± 0,03; p = 0,004) e pensamento abstrato (β ± SE = −0,52 ± 0,18; p = 0,004) no modelo A, os resultados permaneceram significativos em todos os modelos.

Conclusão:

Níveis mais baixos de DHA nos glóbulos vermelhos estão associados a volumes cerebrais menores e a um padrão “vascular” de comprometimento cognitivo, mesmo em pessoas sem demência clínica.

FONTE:

https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0b013e318249f6a9