09/08/2016
Viver é...

Viver é apenas passar o tempo para se esquecer da morte

Junte tudo o que é seu e... Mas, então, juntar o que? Nada do que se pensa que se tem se consegue juntar e falar “é tudo meu” e ninguém me tira (risos). Na velhice não se consegue nem o rejuntar das partes que eram saudáveis para ser como quando se era mais jovem. Nossa! Que pessimismo, não? Mas, será pessimismo ou realismo, observar, perceber e ser consciente da degeneração física que infalivelmente vai, cada vez mais, decompondo todos até suas insanidades e suas mortes? Nessa situação, até o “ser possuído pelo que se possui”, assim como é de praxe, pode ficar esquecido se a memória estiver deteriorada para se lembrar dos apegos materiais. O se desfazer de tudo nunca é voluntário, mas, a morte... Morte, quem inventou essa ladra que tira tudo de todos sem misericórdia? (risos)
Consolo triste obrigatório é que se vai deixar o que se tem para alguém.

Desde que se nasce até a velhice tudo parece ser um passa tempo. Para uns isso pode durar por poucos anos e para outros muitos anos, cinquenta, setenta, noventa e mesmo cem anos. Tudo o que fomos durante os anos de nossa existência pode desaparecer da consciência antes do nosso final quando até esquecemos quem somos para poder dizer para alguém “eu sou fulano de tal”. Como a vida é bela (risos). No viver ou no existir que é o nosso “passa tempo” (às vezes parece que é só isso mesmo na vida e não é outra coisa) até morrer, tudo o que nos existiu por aqui fica por aqui. Levar para outro mundo o que somos, o que pensamos, o que acreditamos, o que desejamos, talvez, não consigamos, porque, tudo o que somos, tudo o que pensamos, tudo o que acreditamos e tudo o que desejamos, nada mais são do que sendo tudo daqui (risos). Também precisamos saber se existe mesmo outro mundo. Apenas crer ou ter convicção de nada adianta. Por enquanto eu só sei que tudo o que eu sei é daqui e vai ficar por aqui (risos).

Vamos ser francos conosco mesmo! Sei que é raro, mas, vamos refletir como gente grande (risos). Alguém consegue imaginar quanto e quantos “passa tempo” tivemos desde nossa infância? Brinquedos, brincadeiras de rua, depois namoros, bailes, cinema, televisão, esportes, casamento, família, progredir na vida, consumir, possuir, poupar, viajar, cultura, religião, filosofia, psicologia e etc. Tudo a concorrer para tornar suportável o viver tornando-o mais confortável, mais “ocupável” para preencher os dias com necessidades, úteis ou não. Sem nenhuma dessas “atrações” a vida seria monótona, insuportável. Pensando bem, se essas atrações (passa tempo) existissem depois da morte, até que ela não seria tão indesejável como é entre os vivos (risos). Meu guia espiritual me disse que, a reencarnação foi inventada porque lá no outro mundo tais atrações (passa tempo) não existem. Por isso muitos preferem voltar pra cá de vez em quando e usufruírem das vantagens que só por aqui existem (risos).

                                                                                  Altino Olympio

 



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