07/03/2017
Onde andará o meu doutor

Hoje acordei sentindo uma dorzinha…
Aquela dor sem explicação, e uma palpitação!
Resolvi procurar um doutor…
Fui divagando pelo caminho…
Lembrei daquele médico que me atendia vestido de branco e que para mim tinha um pouco de pai, de amigo e de anjo…
Meu Doutor que curava a minha dor!
Não apenas a do meu corpo mas a da minha alma…
Que me transmitia paz e calma!
Chegando à recepção do consultório,
fui atendida com uma pergunta:
“Qual o seu plano?”
O meu plano? Ah, o meu plano é viver mais e feliz!
É dar sorrisos, aquecer os que sentem frio e preencher esse vazio que sinto agora!
Mas, a resposta teria que ser outra!
O “meu plano de saúde…”
Apresentei o documento do dito cujo,
já meio suado, tanto quanto o meu bolso… E aguardei.
Quando fui chamada corri apressada…
Ia ser atendida pelo Doutor,
Ele que cura qualquer tipo de dor!
Entrei e o olhei…
Me surpreendi…
Rosto trancado, triste e cansado.
“Será que ele estava adoentado?
É, quem sabe, talvez gripado!”
Não tinha um semblante alegre provavelmente devido à febre…
Dei um sorriso meio de lado e um bom dia!
Olhei o ambiente bem decorado
Sobre a mesa, à sua frente, um computador e no seu semblante a sua dor…
O que fizeram com o Doutor?
Quando ouvi a sua voz de repente:
“O que a senhora sente?”
Como eu gostaria de saber o que ele estava sentindo…
parecia mais doente do que eu, a paciente…
“Eu? Ah! Sinto uma dorzinha na barriga e uma palpitação”
e esperei a sua reação.
Vai me examinar, escutar a minha voz
e auscultar o meu coração.
Para minha surpresa apenas me entregou uma requisição e disse:
“Peça autorização desses exames para conseguir a realização…”
Quando li quase morri…
“Tomografia computadorizada”,
“Ressonância magnética”,
“e Cintilografia!”
Ai, meu Deus! Que agonia!!
Eu só conhecia uma tal de “abreugrafia”…
Só sabia o que era ressonar (dormir),
de magnético eu conhecia um olhar…
E cintilar só o das estrelas!
Estaria eu à beira da morte?
E ir para o céu?
Iria morrer assim ao léu?
Naquele instante timidamente pensei em falar:
“Não terá o senhor uma amostra grátis de calor humano para aquecer esse meu frio?”
O que fazer com essa sensação de vazio?
Me observe Doutor!
O tal “Pai da Medicina”, o grego Hipócrates,
acreditava que
A ARTE DA MEDICINA ESTAVA EM OBSERVAR.
Olhe para mim…
É bem verdade que o juramento dele está ultrapassado!
Médico não é sacerdote…
Tem família e todos os problemas inerentes ao ser humano…
Mas, por favor, me olhe!
Ouça a minha história!
Preciso que o senhor me escute e ausculte!
Me examine!
Estou sentindo falta de dizer até aquele 33!
Não me abandone assim de uma vez!
Procure os sinais da minha doença
e cultive a minha esperança!
Alimente a minha mente e o meu coração…
Me dê ao menos uma explicação!
O senhor não se informou se eu ando descalça…
Ando sim!
Gosto de pisar na areia e seguir em frente deixando as minhas pegadas pelas estradas da vida,
estarei errada?
Ou estarei com o verme do amarelão?
Existirá umas gotinhas de solução?
Será que já existe vacina contra o tédio?
Ou não terá remédio?
Que falta o senhor me faz, meu antigo doutor!
Cadê o Sccot, aquele da emulsão?
Que tinha um gosto horrível mas me deixava forte que nem um Sansão!
E o Elixir?
Paregórico e categórico,
e o chazinho de cidreira, que me deixava a sorrir sem tonteiras?
Será que pensei asneiras?
Ah! Meu querido e adoentado doutor!
Sinto saudade…
Dos seus ouvidos para me escutar…
Das suas mãos para me examinar…
Do seu olhar compreensivo e amigo…
Do seu pensar…
Do seu sorriso que aliviava a minha dor…
Que me dava forças para lutar contra a doença…
E que estimulava a minha saúde e a minha crença…
Sairei daqui para um ataúde?
Preciso viver e ter saúde!
Por favor, me ajude!
Oh! meu Deus,
cuide do meu médico e de mim,
caso contrário chegaremos ao fim…
Porque da consulta só restou uma requisição digitada em um computador
E o olhar vago e cansado do doutor!
Precisamos urgente dos nossos médicos amigos…
A medicina agoniza…
Ouço até os seus gemidos…
Por favor!
Tragam de volta o meu doutor!
Estamos todos doentes e sentindo dor!
E peço!
Para o ser humano
uma receita de calor
e para o exercício da medicina
uma prescrição de amor!
Onde andará o meu doutor?

 


net -autor desconhecido

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