De acordo com a análise mais recente referente ao ano de 2018, e divulgada agora, São Paulo tem um novo município mais violento: Itanhaém, na Baixada Santista, que não se reconhece em tamanho risco. A cidade onde o risco de sofrer um crime é considerado menor é Vinhedo, próximo a Campinas, onde a Guarda Municipal é um trunfo no combate ao crime. O que separa a cidade mais violenta da menos violenta do Estado são 25 homicídios, 732 roubos e 52 estupros.
A diminuição geral do índice do Estado no ano passado pode ser atribuída à continuidade na queda do patamar de homicídios, à redução da quantidade de roubos totais, o que inclui roubos a pedestres, residências e comércios, por exemplo. Contrasta com a queda, a alta nos registros de estupro, que no fim do ano chegou a obter quedas mensais, mas fechou o ano com uma alta total.
A coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, Ana Carolina Pekny, diz que um dos fatores que mais explica a discrepância entre as cidades paulistas é a taxa de homicídio observada nelas. Cidades como Itanhaém e Lorena chegam a ter um índice por 100 mil habitantes quase quatro vezes maior que a média do Estado. “É uma incidência muito maior do que média. E como vemos a queda nos números totais no Estado, nem sempre é percebida com a devida atenção a taxa nessas cidades.
Dos 10 municípios mais expostos a crimes violentos em 2018, assim como em 2017, seis fazem parte da região de São José dos
Campos: Caraguatatuba, Cruzeiro, Guaratinguetá, Jacareí, Lorena e Ubatuba.
Chama atenção também que cinco dos 10 municípios em que o IECV mais cresceu em relação a 2017 estivessem naquele ano entre aqueles com a menor exposição a crimes violentos: Jaú, Mococa, Jaguariúna, Indaiatuba e Santos.
O caso que mais chama atenção é o de Ibitinga: destacado em 2017 como o município que apresentou a maior redução no IECV (-54%), assumiu o topo entre os municípios com maior aumento do IECV em 2018.
Na outra ponta, quatro dos 10 municípios que mais reduziram o IECV em relação ao ano passado estão localizados na região de Ribeirão Preto (Franca, Olímpia, Taquaritinga e São Joaquim da Barra), com quedas no índice entre 37% e 57%.
A queda mais expressiva entre os municípios em 2018 foi do IECV de Vinhedo, com uma redução de 61%. Figuram ainda na lista das dez cidades menos expostas à criminalidade São José do Rio Pardo, São Caetano do Sul, Santa Bárbara d’Oeste e Americana.
A pesquisadora Ana Carolina Pekny lembra que a atuação da polícia nem sempre é uniforme em todo o Estado, apesar de existirem protocolos para guiar essa atuação. Além disso, lembrou ela, há ainda questões próprias de cada município, como as relacionadas à prevenção, implementação de políticas sociais e fatores socioeconômicos. “A situação da segurança na cidade não passa só pela polícia”, disse.
O IECV é calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubo – outros, roubo de veículo e roubo de carga). O índice foi criado pelo Instituto Sou da Paz para facilitar uma avaliação que agregue várias dimensões da violência e da segurança pública no estado de São Paulo, avaliando diferentes tendências criminais e permitindo uma comparação das estatísticas entre cidades e distritos policiais ao longo do tempo.
Na nossa região os índices sâo:
Caieiras= 16,7
Franco da Rocha=26,1
Francisco Morato= 24,4
Mairiporã= 22,9
Campo Limpo= 16,4
Varzea= 20,1
Cajamar= 22,4
Jundiaí= 12,6
Fontes: Jornal O Estado de São Paulo e Instituto sou da Paz