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29/05/2025
URSINHOS X ÁCAROS

Congelar ursinhos de pelúcia mata os ácaros? Médico alergista explica como lidar com 'vilões' das alergias

Por Redação g1

Congelar os bichos de pelúcia no freezer doméstico, a uma temperatura de -18 °C por 24 horas, pode eliminar os ácaros que se acumulam nesses brinquedos e agravam crises alérgicas.Congelar os bichos de pelúcia no freezer doméstico, a uma temperatura de -18 °C por 24 horas, pode eliminar os ácaros que se acumulam nesses brinquedos e agravam crises alérgicas. A prática, apesar de pouco usual, é de fato eficaz, conforme explicou o médico alergista José Carlos Perini em entrevista ao podcast Bem-Estar.

“A ideia veio de uma uma imunologista inglesa que fez um estudo mostrando que, quando você coloca o bicho de pelúcia dentro do freezer por 24 horas a menos 18 graus, essas formas vivas de ácaros desaparecem”, explica o especialista. "Mas não adianta geladeira não, tem que ser freezer, menos 18 graus."

O ideal, no entanto, é evitar bichos de pelúcia no quarto (especialmente no caso de crianças alérgicas), mas a recomendação vale para quem convive com rinite, asma ou dermatite atópica.

Bichos de pelúcia: ácaros e poeira

Embora populares, principalmente entre crianças, os bichos de pelúcia não são indicados para quem sofre com doenças respiratórias. “O bicho de pelúcia é péssimo. Ele é de uma cultura europeia e americana, países frios, em que as casas são lacradas. Em um país tropical como o nosso, é um atentado à higiene do ambiente, porque eles retêm poeira, retêm em ácaro, você não tem como lavar”, afirma Perini.

Se for impossível renunciar ao brinquedo, o médico sugere colocá-lo em um saco plástico e deixá-lo no freezer por 24 horas. Uma alternativa é optar por pelúcias laváveis, que podem ser higienizadas periodicamente. “Mas o melhor mesmo é não ter pelúcia no quarto”, reforça.

Como limpar o quarto sem levantar poeira

Varrer ou usar espanador são práticas contraindicadas. A sequência ideal, segundo o alergista, é:

Pano úmido primeiro, para fixar a poeira;

Aspirador de pó com filtro HEPA em seguida, para completar a limpeza;

Evitar produtos com cheiro forte: “Limpeza não tem cheiro. O que limpa é água e pano limpo”, diz Perini.

“Na hora de limpar é que a coisa complica para o alérgico. Se você varre ou passa o aspirador direto, acaba jogando a poeira para o ar.”

Colchões, travesseiros e cobertores: atenção aos detalhes

Colchões não podem ser lavados, por isso precisam ser protegidos com capas impermeáveis, que impedem a passagem de suor, pele descamada e poeira. O mesmo vale para travesseiros. Ambos devem ser substituídos com o tempo: travesseiros duram em média 1 a 5 anos, colchões até 10.

“O travesseiro de quem sua muito pode durar só um ano. O segredo é usar capa e lavar com frequência.”

Já cobertores e edredons, por serem mais pesados, podem ser lavados a cada 15 dias ou até dois meses, dependendo do material e do ambiente.

Cortinas, tapetes e móveis também exigem cuidados

Quem precisa escurecer o quarto pode optar por cortinas curtas de material sintético, que são mais fáceis de lavar. “Evite os modelos longos e pesados. Hoje há empresas que oferecem inclusive serviço de lavagem programada”, comenta o especialista.

Tapetes podem ser mantidos, mas só se forem lavados com frequência. Objetos decorativos ou maquiagem sobre móveis também dificultam a limpeza: “Quanto mais coisa acumulada, mais poeira e ácaros”, resume Perini.

Cabideiros, guarda-roupas e objetos sob a cama: onde o perigo se esconde

Roupas usadas penduradas por muitos dias no cabideiro ou empilhadas no guarda-roupa são focos de poeira e fungos. A recomendação é deixar peças em “quarentena” por pouco tempo antes de guardá-las corretamente.

Evite guardar objetos em cima do guarda-roupa ou debaixo da cama. Caso necessário, use caixas organizadoras fechadas. “Cama bicama, por exemplo, esconde uma cama embaixo que ninguém limpa. Aquilo vira um depósito de poeira.”

Ar-condicionado pode ser melhor que ventilador, desde que esteja limpo

Apesar da crença comum, o ar-condicionado, quando limpo e usado corretamente, é mais seguro para alérgicos do que o ventilador. A temperatura ideal, segundo a Anvisa, é de 23 °C. “O filtro do ar deve ser lavado toda semana, e o aparelho deve passar por manutenção uma vez por ano”, explica o médico.

O ventilador, por outro lado, “é um liquidificador de vento. Joga poeira para todo lado”. Se for usá-lo, oriente o fluxo para a parede, não diretamente para a cama, e limpe as pás toda semana.

Vacinação, alimentação e vida ao ar livre também fazem parte do cuidado

Perini lembra que alergias respiratórias costumam piorar no outono e inverno, período de ar mais seco e maior circulação de vírus. Por isso, vacinar-se contra a gripe é fundamental para quem já tem quadros alérgicos.

“Treine seu filho para ter contato com o mundo: correr, pisar no chão, tomar sol. Friagem não causa doença. Alergia é uma doença da cidade impermeável”, diz o médico. 


G1

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