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23/06/2025
Medicamento para diabetes mostra eficácia para pacientes com doença hepática

Medicamento para diabetes mostra eficácia para pacientes com doença hepática

Editado por Nathan Fernandes

12 de junho de 2025

Destaque

A dapagliflozina demonstrou eficácia significativa no tratamento da esteatohepatite metabólica (MASH), com resultados notáveis em múltiplos aspectos da doença. O estudo revelou que 53% dos participantes que receberam o medicamento apresentaram melhora substancial sem agravamento da fibrose, em comparação com 30% no grupo placebo — uma diferença estatisticamente significativa. Além disso, o medicamento demonstrou eficácia impressionante ao levar a uma resolução completa da MASH em 23% dos casos tratados e também proporcionou melhora significativa da fibrose em 45% dos participantes. Esses resultados abrangentes demonstram os benefícios substanciais da dapagliflozina no tratamento desta condição hepática complexa, oferecendo uma nova e promissora perspectiva terapêutica.

Contexto

• A esteatohepatite associada à disfunção metabólica (MASH) é uma doença hepática progressiva caracterizada por esteatose hepática, inflamação lobular e balonização hepatocelular, com progressão mais rápida da fibrose em comparação com a doença hepática esteatótica (DHE), associada à disfunção metabólica. A MASH representa um desafio significativo para a saúde pública global, especialmente considerando sua natureza progressiva e potencialmente grave.

• A condição afeta mais de 5% dos adultos e mais de 30% dos indivíduos com diabetes ou obesidade, podendo progredir para cirrose em até 25% dos casos. Esta prevalência significativa destaca a urgência de se desenvolver tratamentos eficazes.

• As opções terapêuticas para a MASH são limitadas, com alguns medicamentos como pioglitazona e agonistas dos receptores GLP-1, GIP e glucagon sendo considerados possíveis opções de tratamento. A busca por terapias mais eficazes continua sendo uma prioridade na pesquisa médica.

• Em 2024, o primeiro medicamento terapêutico, resmetirom, um agonista seletivo do receptor beta da hormona tireoidea, foi aprovado para o tratamento de MASH nos Estados Unidos, embora sua segurança a longo prazo permaneça incerta. Este marco representa um avanço significativo no campo.

• Os inibidores do cotransportador de sódio e glicose 2 (SGLT2) modulam a homeostase energética, melhoram a resistência à insulina e exibem efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e antifibróticos, que contrabalançam as características patogênicas da MASH. Esses mecanismos múltiplos de ação tornam essa classe de medicamentos particularmente promissora para o tratamento da condição.

Metodologia

• Pesquisadores conduziram um ensaio clínico multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo em seis hospitais terciários na China. O estudo envolveu uma amostra significativa de 154 adultos com MASH diagnosticada por biópsia, incluindo pacientes com ou sem diabetes tipo 2, representando uma população diversificada em termos de comorbidades.

• Os participantes foram cuidadosamente randomizados para receber 10 mg de dapagliflozina (n=78) ou placebo (n=76) por via oral uma vez ao dia durante um período extenso de 48 semanas, com acompanhamento regular e monitoramento detalhado dos parâmetros clínicos e laboratoriais.

• O desfecho primário foi rigorosamente definido como melhora da MASH, caracterizada pela redução de pelo menos 2 pontos no escore de atividade da doença hepática gordurosa não alcoólica ou escore inferior a 3 pontos, sem agravamento da fibrose na semana 48, estabelecendo, assim, critérios objetivos de avaliação.

• As análises foram abrangentes e compreenderam múltiplos desfechos secundários, como a resolução completa da MASH sem agravamento da fibrose e a melhora da fibrose sem agravamento da MASH. Todas as análises foram realizadas utilizando-se o conjunto de dados por intenção de tratamento, garantindo maior rigor metodológico e confiabilidade dos resultados.

Principais informações

• A melhora da MASH sem agravamento da fibrose foi observada em 53% dos participantes no grupo dapagliflozina versus 30% no grupo placebo (razão de risco [RR], 1,73; intervalo de confiança [IC] de 95%, de 1,16 a 2,58; P = 0,006), com diferença média no escore NAS (diferença média, −1,39; IC de 95%, de −1,99 a −0,79; P < 0,001).

• A resolução da MASH sem agravamento da fibrose ocorreu em 23% do grupo dapagliflozina v. 8% no grupo placebo (RR, 2,91; IC de 95%, de 1,22 a 6,97; P = 0,01).

• A melhora da fibrose sem agravamento da MASH foi relatada em 45% dos participantes com dapagliflozina v. 20% com placebo (RR, 2,25; IC de 95%, de 1,35 a 3,75; P = 0,001).

• O perfil de segurança foi favorável, com apenas 1% de descontinuação devido a eventos adversos no grupo dapagliflozina em comparação com 3% no grupo placebo.



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