10/08/2012
Pai...desculpa

 

Numa dessas noites onde o sono é inimigo e os ponteiros do relógio se tornam

companheiros solitários e ironicamente velozes, pensava o quanto Tens razão
para sentir-tes injustiçado e abandonado por Teus filhos. És a razão dos
inconseqüentes, os quais jamais conseguem ver nos próprios atos a causa de
dificuldades enfrentadas.  Tua vontade é a explicação de tristes tragédias
cuja origem a limitada capacidade humana não consegue vislumbrar. Tua
palavra é causa de discórdia em face de interpretações tendenciosas de cegos
orgulhosos. És motivo de guerras que se estendem no infinito corredor dos
séculos. Teu nome foi temido por Teus filhos, fratricidas contumazes,
torturadores do semelhante sob a flâmula da Tua causa. És, ainda em nossos
dias, argumento para a espoliação de povos e da exploração dos desesperados.
Poucos são os que lembram de Ti como causa primeira de todo o universo, cuja
grandeza ainda sequer é alcançada por nossa singela capacidade. Reduzidos os
que Te compreendem como amor em potência, ainda assim sem o alcance total de
Sua magnitude. Limitados aqueles que se aventuram no estudo de sua
irretorquível justiça. Pontuais os que identificam no orgulho e nos próprios
desalinhos a causa do sofrimento. Ainda assim, permanece à nossa guarida.
Nos aguarda pacientemente independentemente de nossa prodigalidade. És capaz
de nos amar, mesmo materialistas, incrédulos e inconseqüentes. Perdoa-nos.

A vida tem seus degraus. Sigamos!
 


Fábio Cenachi

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