27/10/2021
A tua estrada

Este texto não é pertinente para quem ainda é jovem e ainda está preso às ilusões e às superstições que existem espalhadas por todo este mundo. Entretanto este texto pode ser lido por quem quiser, seja jovem ou idoso, porque ele é sobre possibilidades que podem mesmo se tornarem realidades. Então leitor, você está num lugar de uma estrada. Sentou-se no seu acostamento e está absorto observando o movimento do transito dela.

Te surgem pensamentos de como você se sente só na vida. Alguns rostos de pessoas de seu relacionamento afetivo já desfilaram pelas suas lembranças e lhe parece que elas lhes estão tão distantes. A melancolia te invade. Parece que ninguém se importa com você.

No barulho dos veículos que passam por você parece que todos estão na alegria do viver e você não. Quando se é jovem não se tem pensamentos como esses. Na juventude a busca por sensações faz com que se tenha vontade de sempre estar em evidência, o que agora deixou de ser o teu caso. As distrações, as sensações já não te atraem. Envolvimento com outras pessoas também não.

Parece que você está numa encruzilhada da vida, não é mesmo? Teu mundo está cada vez mais restrito. Parece mesmo que ninguém se importa se você existe ou não e você também tem esse mesmo sentimento pelos outros. Isso não se deve confidenciar, pois, os outros iriam te considerar como sendo um antissocial e desiludido.

Você está numa fase da vida em que quase tudo te aborrece, inclusive pessoas. É, a ausência das necessidades particulares ou sociais e a perda das ilusões parece que provocam uma espécie de vazio impreenchível. A vida é mantida em movimento pelas necessidades e, queiramos ou não, pelas ilusões. Não havendo mais a necessidade delas, isso pode provocar em alguns (naqueles mais reflexivos) que a existência pode ter-lhes sido de futilidades. Você “olha” para o passado e nele se vê como era tão diferente, pois, tua vida era tão cheia de vida.

Nessa fase atual de sua vida a tua vontade de se isolar não é mau. Dá-te mais oportunidade de sentir a vida como ela lhe é sem a intervenção de outros. Você já não mais quer dividir os seus pensamentos com eles e os deles não te interessam mais (risos). Tudo neles e deles é um “Déjà vu” (já visto) e já deixou de interessar.

Parece que essa incompatibilidade entre as pessoas desta época e entre jovens e velhos cada vez mais esteve se alastrando. Então, aquela antiga noção de felicidade que era difundida, a de ter muitos amigos ou muitas amizades já não é mais aprazível. Agora vale o “é melhor estar só do que mal acompanhado” (risos).

Altino Olimpio


 


 


 


 


 


 



Leia outras matérias desta seção
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu
 » Tempos felizes de molecagens
 » A importância da vida
 » O destino

Voltar