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08/02/2012
O que esperar para 2012 no Brasil?

 

Muito se especula a respeito dos possíveis impactos da crise européia na economia brasileira e como isso ocorreria, mas de acordo com a agência Estado, o diretor do departamento Ocidental do Fundo Monetário Internacional (FMI), Nicolas Eyzaguirre, alertou que a crescente crise financeira internacional tem sido uma "bênção disfarçada" para vários países da América do Sul, reduzindo o risco de superaquecimento no Brasil, Chile e Peru.

Dessa forma, a maneira como a economia mundial tem sido conduzida é favorável ao crescimento sustentado dos países da América Latina que outrora tinham seu crescimento comparado ao da China, por exemplo, uma economia que cresceria vertiginosamente por alguns anos, mas não conseguiria manter esse crescimento.

 Deve-se analisar também a possível diminuição do ritmo de crescimento dos Estados Unidos que afetariam as relações comerciais entre os países.

Com essa cautela sobre o futuro, o banco Mundial revisou o PIB do Brasil para um crescimento de 3,4% em 2012 e 4,4% em 2013. Esse mesmo patamar é esperado pelo Focus (Relatório de Mercado que considera os principais bancos e consultorias da área econômica), pois se espera um crescimento de 3,3% do PIB para 2012 e 4,2% em 2013.

Apesar da queda no nível de atividade constatada no final de 2011 e da redução do nível de confiança divulgado pelo Índice de Confiança do Consumidor (ICC) que indica cautela e desaquecimento do “boom econômico” observado em 2010, o governo voltará a estimular o crédito como uma das estratégias do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para atingir o crescimento de 4,5% do PIB em 2012.

De acordo com a reportagem divulgada no Estado de São Paulo: “Novas medidas voltadas para o estímulo ao crédito deverão ser acionadas mais uma vez para garantir um crescimento maior, sobretudo no segundo semestre deste ano.

Ainda tendo que lidar com fortes restrições no Orçamento, o governo também contará com as gigantes Petrobrás e Eletrobrás para ajudar no impulso do crescimento econômico. O presidente da estatal do setor elétrico, José da Costa Carvalho, por exemplo, anunciou que investirá R$ 13,3 bilhões este ano, 48% a mais do que em 2011.”

A concessão dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília também desencadearão investimentos do setor privado em setores de infra estrutura públicos que terão impacto positivos para o crescimento a longo prazo do país.

 Segundo a revista Exame, o leilão da concessão que ocorreu no dia 06.02.2012, foi concluído com uma arrecadação total de R$ 24,5 bilhões.

            Além do impacto positivo em investimentos decorrentes da Copa (2014) e das Olimpíadas em 2016, o setor da construção civil deve crescer substancialmente nos próximos anos.

             Ainda segundo o Estado de São Paulo, o corte da taxa de juros que vem ocorrendo desde agosto do ano passado será favorável uma vez que o ocorra uma recuperação mais lenta da economia mundial, pois, isso evitaria o risco de alta dos preços das commodities, que teria impacto sobre a inflação.

Além de todas essas medidas, o aumento de 14% no salário mínimo e redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos eletrodomésticos também surtirão efeitos importantes principalmente no início do ano, quando a economia estará mais desaquecida.

É interessante observar que “A elevação de R$ 77,00 no salário mínimo pago ao trabalhador brasileiro, que passou de R$545 para R$ 622, vai beneficiar mais de 66 milhões de pessoas e injetar na economia até R$ 63,98 bilhões no decorrer de 2012. Para se ter uma ideia, a cifra é superior ao PIB da Bolívia (R$ 35,17 bilhões) ou do Paraguai (R$ 32,81 bilhões ), em 2010.” (Exame).

Assim, “O governo trabalha com o cenário de um crescimento mais suave no primeiro semestre do ano. A expectativa é de que a taxa de juros possa cair para um patamar de 9,5% e, se possível, mais um pouco, para 9%. No segundo semestre, quando se espera uma parada da queda dos juros, a economia já estaria em ritmo mais acelerado, garantindo também uma arrecadação mais forte.

Mas, como a primeira metade do ano será ainda fraca, os economistas do mercado prevêem que a taxa anual ficará em 3,5% em 2012.” ( O Estado de São Paulo).


Mariana Aleixo Boani - Economista

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