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23/07/2014
Planos de saúde e os abusos

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As reclamações tem pipocado em cima dos planos de saúde, a matéria abaixo publicada na revista Exame mostra como funciona os reajustes. Um dos motivos das operadoras criarem dificuldade em fazer planos individuais é a limitação imposta pela ANS nos reajustes, para planos considerados empresariais ou pseudo empresariais o reajuste é livre, daí as operadoras e seguradoras forçarem essa modalidade de seguro, na prática funciona assim: cria-se uma pequena empresa com a participação da família ou entre amigos, exclusivamente para fazer o seguro empresarial, que aparentemente é mais barato o que é uma falácia, entretanto, como o reajuste é livre e compactuado entre as duas empresas a ANS não entra no "negòcio" e a operadora  aplica um porcentual como bem lhe convier, a justificativa é sempre a mesma "aumento de custos" mas não apresenta a planilha explicativa detalhada desses aumentos.

Temos um exemplo de uma micro empresa onde foi conseguida a duras penas a planilha, o  pagamento anual à seguradora superou em quatro vezes o dispendio  apontado, ou seja, a operadora teve um retorno excepcional sobre a operação de cobertura e ainda assim aplicou um reajuste de quase 20%. Excelente negócio que pode ser visualizado nos balanços das empresas do ramo. E a ANS ? segue a filosofia do governo a que serve, não sabe de nada. Edson Navarro

Leia abaixo o texto da Revista Exame:

O quanto 570 planos de saúde ficaram mais caros em 1 ano .Em um ano, aumento das mensalidades de planos de saúde para até 30 pessoas chegaram a 73%, segundo levantamento do Idec.

talita-abrantes - revista exame

Para mais de 20 mil pessoas que aderiram a planos de saúde voltados para pequenos grupos, a conta da mensalidade ficou no mínimo 40% mais cara em 1 ano. Em alguns casos, o valor do reajuste chegou a 73,3%.

Em média, os preços cobrados pelos planos de saúde para até 30 pessoas ficaram 11% mais caros entre maio de 2013 e abril de 2014, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

O plano Santa Genoveva lidera o ranking dos reajustes mais elevados. Segundo análise do Idec, mais de 2 mil pessoas tiveram um aumento de cerca de 73,3% na mensalidade paga para a operadora. Até a publicação desta reportagem, a instituição não havia se posicionado sobre o assunto.

A Unimed Santos, que ficou com a segunda posição no ranking do Idec, nega o aumento de 69,09% divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com base em dados prestados pelas próprias operadoras. Segundo a empresa, o reajuste foi de 10,79%. No entanto, em relatório da companhia, é possível perceber que este valor só foi válido até abril do ano passado.

A base de clientes desta modalidade de plano de saúde é de 3,3 milhões de pessoas, segundo a (ANS). Número que equivale a 88% dos contratos de planos de saúde coletivos.

No entanto, enquanto os planos individuais têm um limite de 9,65% para os reajustes anuais, não há um teto para os aumentos nos planos de saúde coletivos até 30 vidas. A justificativa da ANS, segundo o Idec, é de que por se tratar de uma negociação entre duas empresas, há igualdade entre ambas.

“Isso é verdade apenas formalmente”, afirma Carlos Thadeu de Oliveira, gerente técnico do Idec . “Estes são os chamados falsos coletivos porque as pessoas se juntam e constituem um CNPJ para poder usufruir dos preços menores”. Em média, um plano de saúde coletivo pode sair, a princípio, até 40% mais barato do que o individual.

Em 2012, a ANS determinou que as operadoras deveriam calcular um único reajuste para todos os contratos do tipo. Segundo a agência afirmou em nota, 144 mil usuários de planos de saúde coletivos já teriam se beneficiado da medida. "A proporção de consumidores deste tipo de contrato com reajuste entre 20% e 50% em 2014 foi de 5,3%, enquanto em 2013 o percentual atingia quase o triplo (14,1%)", diz o comunicado.



Revista Exame