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11/07/05
Leucemia: remédio evita transplante

Estudo com pacientes com leucemia mielóide crônica mostra que 85% deles estão quase curados e livres de transplante de medula

Tratamento de leucemia mielóide crônica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital de Base (HB) de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, evita o transplante de medula óssea e tem resposta positiva em 85% dos casos, segundo levantamento divulgado pelo hospital. O Serviço de Onco-Hematologia do HB fez acompanhamento por 3 anos de 35 pacientes que receberam o medicamento Glivec (mesilato de imatinibe); em 32 deles os exames constataram que alteração genética causadora da doença sumiu. "Os resultados são muito bons e só não podemos dizer que o tratamento cura a doença porque ele ainda é recente e os testes ainda estão em andamento, mas o certo é que a doença desapareceu depois de 6 meses a 1 ano de tratamento e não voltou mais", afirma o hematologista Octavio Ricci Júnior, coordenador do serviço de Onco-Hematologia do HB. Segundo ele, mesmo com os resultados negativos dos exames os pacientes continuam tomando os medicamentos. "Não podemos correr o risco de parar com o remédio, que hoje é administrado como nos casos de hipertensão, por exemplo", explica Ricci Júnior. Segundo ele, o Glivecera usado apenas em pacientes que não tinham condições de serem submetidos ao transplante, mas agora passou a ser o tratamento mais indicado, uma vez que não apresenta efeitos colaterais agressivos - a dose é de 1 comprimido de 400 miligramas por dia - e faz com que a doença desapareça. Ate a década de 90, as mortes pela doença, que responde por 30% das leucemias, eram inevitáveis. Posteriormente, o transplante de medula passou a ser a única alternativa, ate surgir o tratamento em 2001. "Há alguns anos, os 70% dos doentes que não conseguiram o transplante de parentes acabavam morrendo; hoje não acontece mais isso", diz Ricci Júnior. A leucemia mielóide crônica se caracteriza por uma alteração genética de causas geralmente desconhecidas - mas pode ocorrer por exposição à radiação. Os sintomas da doença são febre, fraqueza, sangramentos, dor nos ossos e articulações e aumento do baço, entre outros. Ela ataca geralmente adultos, cuja freqüência é de 1 em 100 mil indivíduos, mas pode atingir crianças, em uma freqüência de 1 por 1 milhão em crianças de 10 anos de idade. Atualmente, 37 pacientes estão em tratamento da doença pelo SUS no HB de Rio Preto. O custo do tratamento fica em torno de R$ 4,5 mil mensais.

O Estado de São Paulo

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