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13/10/2009
Dor neuropática

Complicações do Diabetes
13/10/2009 - Portal Diabetes

Embora pareça inacreditável, é possível sentir dor em um membro amputado ou dormente. Acredita-se, que nestes casos o próprio sistema nervoso é capaz de gerar e perpetuar um tipo de dor chamada de neuropática. Conhecido como um tipo de incômodo que ocorre em uma ou mais partes do corpo, o problema é associado a doenças que afetam o sistema nervoso. Geralmente, as dores neuropáticas são decorrentes de lesões no sistema nervoso motivadas por episódios como fraturas, derrames e diabetes. Entretanto, existem várias outras causas que podem estar associadas à doença.

A dor neuropática é freqüentemente intrigante e frustrante, tanto para quem sente como para os médicos, pois parece não apresentar uma causa definida. Além disso, responde pouco aos tratamentos, podendo durar a vida toda e contribuir para incapacidade importante. Existem casos que as dores se exacerbam de acordo com as variações climáticas e estados emocionais. A dor neuropática se apresenta de várias formas, como sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, podendo ou não ser acompanhada de “formigamento” ou “adormecimento” (sensações chamadas de parestesias) de uma determinada parte do corpo.

O neurologista Cláudio Corrêa, mestre e doutor em nefrologia, explica que a dor neuropática é uma das duas principais condições dolorosas crônicas. Segundo ele, na dor neuropática, geralmente, não há nenhum dano tecidual. “O que ocorre é uma disfunção das vias que transmitem dor, levando a uma transmissão crônica dos sinais dolorosos”, esmiuça. O médico afirma que no sistema nervoso existem fibras finas e grossas e que as características das dores podem identificar qual o tipo de fibra está acometida. Nas lesões de fibras finas, geralmente, predominam as dores em queimação, aperto e peso. Nas lesões de fibras grossas são mais comuns as dores em pontadas, agulhadas e choques. Existem, ainda, situações em que existem ambos os tipos de dores, isto é, dores de fibras finas e grossas ao mesmo tempo, sendo chamadas de dores mistas.

Há vários exemplos de dor neuropática. Entre os tipos mais comuns estão a neuropatia diabética (dores nos membros que geralmente ficam dormentes por conta do diabete), a nevralgia pós-herpética (dor aguda sentida em um lado do corpo ou do rosto, por pacientes portadores de herpes zoster), a dor do membro fantasma (dor que pode ocorrer após uma amputação), a neveralgia do trigêmeo (dor intensa, breve, em forma de facada ou agulhada na região do rosto onde existe um músculo chamado trigêmeo), a lombociatalgia (dor que irradia da nádega para a face posterior da coxa) e as cefaléias (dores crônicas na cabeça). “Dor neuropática é a lesão de alguma parte do sistema nervoso”, arremata o médico.

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Antidepressivos são utilizados

O neurologista Cláudio Corrêa afirma que a dor neuropática do “membro fantasma”, costuma ocorrer após uma amputação. Ele explica que ocorre quando a pessoa tem uma dor na perna por uma necrose diabética ou de um tumor ósseo, o cirurgião amputa a perna, e o indivíduo continua sentindo dor, na perna amputada. “É uma dor que ficou gravada na memória”, assinala o neurologista. Ele acrescenta que as pessoas que sofrem lesões nos nervos sensoriais periféricos, podem ter essa sensação de dor na perna, após operação de varizes ou a retirada da safena para fazer a agioplastia (ponte safena) do coração.

O tratamento é bastante frustrante e, inúmeros tipos de medicamentos têm sido utilizados. Atualmente, a gabapentina tem sido a droga indicada pelos médicos. Outros remédios utilizados são os antidepressivos e a sua associação com a gabapentina dão melhores resultados. Em alguns casos, o uso tópico de creme de capsaicina (ingrediente picante da pimenta-malaqueta), se usada de três a quatro vezes ao dia, pode limitar a transmissão dolorosa. “É importante saber que as dores neuropáticas precisam ser acompanhadas por um especialista. Somente ele é capaz de indicar o tratamento adequado”, finalizou.

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FORMA DA DOR

Queimação
Sensação de peso, agulhadas, ferroadas ou choque
Pode ou não ser acompanhada de “formigamento” ou “adormecimento” (sensações chamadas de parestesias) de uma determinada parte do corpo


ORIENTAÇÕES

Procure se informar com o médico sobre o seu problema de saúde, esclarecendo suas dúvidas e amenizando as angústias
Quanto mais informações você tiver em relação ao seu problema, mais chances de um bom resultado você terá
Tome as medicações nos horários recomendados, sem alterar as dosagens
Quando sentir algum sintoma ou reação diferente, parar a medicação, entre em contato com seu médico
Pode ser que o tratamento seja de longa duração, porém, não desanime, procure seguir rigorosamente as orientações da equipe (médico, enfermeiro etc.)

pd

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