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14/02/2011
Lave as mãos para usar omedidor de glicose

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Estudo descobriu que mesmo vestígios de frutas nas mãos podem interferir na leitura correta do medidor de glicose
13/2/2011 - IG

Atenção, diabéticos: pedaços invisíveis de frutas nas mãos podem se misturar ao sangue coletado para exames, fazendo a taxa glicêmica parecer mais alta do que realmente é.

Isso acontece porque os açúcares das frutas permanecem impregnados nos dedos até serem lavados em água corrente, é o que mostra um novo estudo. Mesmo a higienização das mãos com álcool não resolve o problema.

Os pesquisadores dizem que o ato de descascar frutas logo antes de usar o monitor, ou mesmo ingerir frutas suculentas usando as mãos, pode levar à leitura imprecisa – mesmo limpando as mãos anteriormente com álcool.

Os monitores de glicemia, também conhecidos como glicosímetros, funcionam da seguinte forma: uma gota de sangue é coletada da ponta do dedo e a amostra é analisada para detectar a quantidade de açúcar presente no sangue. Muitos diabéticos usam tais equipamentos diversas vezes ao dia para monitorar os níveis de glicose no sangue e determinar a quantidade de insulina a ser tomada.

Aproximadamente 20 milhões de americanos são diabéticos, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças daquele país.
No Brasil, a previsão é de que, em 20 anos, o número de casos aumente 67%.


Um grupo de 10 voluntários saudáveis participarou do novo estudo, publicado na revista especializada Diabetes Care e liderado por Takahisa Hirose, da Juntendo University Graduate School of Medicine, de Tóquio (Japão). Nenhum deles era diabético, todos tinham níveis normais de glicemia no sangue.

A equipe de pesquisa analisou a taxa glicêmica de todos os voluntários sob diversas condições. Primeiramente, os participantes esfregaram o dedo com álcool e passaram pela coleta de sangue antes de manusear frutas – para identificar a taxa glicêmica real destes indivíduos.

Em seguida, os voluntários descascaram laranjas, uvas e kiwis e passaram pela coleta sem higienizar as mãos. Depois disso, realizaram coletas após limpar as mãos com álcool e novamente após as lavarem em água corrente.

Quando as mãos foram lavadas logo depois dos voluntários descascarem as frutas, a leitura da glicemia foi a mesma daqueles que não haviam descascado as frutas – geralmente cerca de 90 miligramas por decilitro (mg/dL), taxa considerada normal.

Mas, quando os voluntários descascaram as frutas e logo em seguida passaram pelos exames, os níveis mostrados pelo monitor apresentaram uma alta – para aproximadamente 170 mg/dL em média depois de descascar a laranja, 180 mg/dL depois de descascar o kiwi e 360 mg/dL depois de descascar a uva. E mesmo no caso dos voluntários que esfregaram as mãos com álcool entre uma fruta e outra, a leitura continuou acima do normal. Resultados corretos não foram produzidos mesmo depois de cinco higienizações das mãos.

No manual de instruções que acompanha os monitores de glicemia, o usuário é geralmente orientado a limpar os dedos com álcool antes de realizar a leitura. Mas, a equipe de pesquisa diz que pode ser que nem sempre isso funcione.

“As pessoas estão acostumadas a perfurar o dedo, coletar a amostra de sangue e presumir que a leitura do monitor reflita o nível glicêmico real”, disse Robert Cohen, que estuda o diabetes no Centro Médico da Universidade de Cincinnati (EUA) e não participou do estudo. Segundo disse ele à Reuters Health, os pacientes realmente precisam checar alguns pontos antes de decidirem se o exame foi ou não realizado corretamente. Cohen diz que o exemplo presente neste estudo pode parecer bastante óbvio: resíduos de açúcar nos dedos podem interferir na leitura do monitor. Mesmo assim, ele considera a descoberta importante. Cohen explica que ao utilizar o monitor, o usuário presume que o que está sendo avaliado é o nível glicêmico de seu sangue e não o açúcar presente em suas mãos.

“Uma leitura incorreta pode levar o diabético a tomar uma dose desnecessária de insulina. Ele pode correr o risco de ter uma baixa glicêmica devido aos dados incorretos”, disse Cohen.

Os autores do estudo concluíram que devemos sempre lavar as mãos antes de utilizar o monitor de glicemia e não confiar na higienização com álcool, principalmente depois do manuseio de frutas.

* Por Genevra Pittman


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