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08/12/2011
Empregos de turno rotativo favorecem diabetes tipo 2.

Um estudo publicado no PLoS Medicine revelou que mulheres que trabalham em turnos irregulares, com pelo menos três turnos noturnos por mês, além de horas trabalhadas no período da manhã e da tarde, têm mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 do que aquelas que trabalham apenas de dia ou apenas de noite. A análise foi liderada por pesquisadores da Harvard School of Public Health, nos Estados Unidos.

Os especialistas analisaram dados de mais de 69 mil mulheres com idades entre 42 e 67 anos do Nurses? Health Study I, feito entre 1988 e 2008, e mais de 107 mil mulheres com idades entre 25 e 42 do Nurses? Health Study II, feito entre 1989 e 2007. Cerca de 60% dessas participantes realizaram trabalhos de turnos rotativos por mais de um ano, sendo que 11% das participantes do primeiro estudo e 4% das mulheres do segundo estudo contabilizaram mais de 10 anos de trabalho por turnos rotativos.

Os resultados mostraram que, quanto mais turnos rotativos noturnos uma mulher faz, maios o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Aquelas que trabalhavam em turnos irregulares pelo menos por um período de três a nove anos apresentaram um risco 20% maior de ter a doença. Já as pessoas que trabalharam dessa maneira por um período de 10 a 19 anos tinham uma probabilidade 40% maior de desenvolver a doença. Por fim, as que relataram trabalhar em turnos irregulares por mais de 20 anos tinham 58% mais chances de ter diabetes.

Segundo os pesquisadores, esses números podem estar ligados ao fato de pessoas que trabalham em turnos irregulares estarem mais propensas a cultivar hábitos alimentares ruins e a não praticar exercícios. Tais características levariam a um aumento de peso, que é um fator de risco do diabetes.

Trabalhar mais de dez horas por dia também é prejudicial

Além da falta de rotina, o excesso de trabalho também é prejudicial. Ter uma jornada de trabalho de dez horas ou mais por dia eleva em 60% o risco de desenvolver problemas cardíacos, de acordo com estudo publicado pelo European Heart Journal. Foram analisados mais de seis mil trabalhadores londrinos com idades entre 39 e 61 anos (4.262 homens e 1.752 mulheres) e sem doenças cardíacas por um período de 11 anos. Durante esse tempo de acompanhamento, 369 dos voluntários morreram de problemas cardíacos ou tiveram um acidente cardíaco não fatal ou dores no peito.

Quem trabalha mais do que a jornada padrão, de 8 horas, na maioria das legislações trabalhistas geralmente são homens, mais jovens e que ocupam postos de maior responsabilidade. A relação entre as horas adicionais de trabalho e as enfermidades cardiovasculares parece clara, mas a causa nem tanto, segundo os autores. Há a suspeita de que o trabalho adicional afetaria o metabolismo ou dificultaria o diagnóstico de problemas emocionais, como ansiedade, depressão ou de falta de sono.

Outra possibilidade é que o estresse crônico afete negativamente o organismo. O fato de alguns empregados irem trabalhar inclusive doentes, ignorando os sintomas e sem consultar um médico, pode estar entre as causas dos problemas cardíacos.


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