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28/08/2009
Fibromialgia novo medicamento

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22/8/2009 - Revista Fator

Pfizer acaba de lançar Lyrica, primeiro medicamento desenvolvido especificamente para o tratamento da dor crônica com componente neuropático.

Melhorar a qualidade de vida de quem sofre com dores generalizadas, formigamento, pontadas, fadiga e noites sem sono. É com esse objetivo que Lyrica (pregabalina) chega neste mês ao Brasil. O medicamento é indicado para o tratamento da dor neuropática e da fibromialgia – condições que interferem de maneira significativa na vida de quase 9 milhões de brasileiros, fazendo da rotina um sofrimento. Basta imaginar que para algumas dessas pessoas, um simples e prazeroso carinho dói.

Desenvolvido pela Pfizer, Lyrica atua diminuindo o excesso de mensagens de dor transmitidas dos nervos doentes para o cérebro. O medicamento se diferencia por sua ação rápida – reduzindo a dor já na primeira semana de uso. Sua eficácia é sustentada, ou seja, permanece eficaz mesmo quando utilizado continuamente. “Pacientes que sofrem de dor crônica com componente neuropático precisam utilizar medicamentos que continuem eficazes e sejam bem tolerados por longos períodos”, explica João Fittipaldi, diretor médico da Pfizer. Esses pacientes geralmente evoluem com baixa qualidade do sono, que costuma ser interrompido e não reparador. Nesses casos, estudos mostraram que Lyrica resgata a qualidade do sono.

Outra característica de Lyrica é seu baixo potencial de interações medicamentosas, o que facilita o uso em quem já utiliza outros tratamentos. “Pacientes com diabetes, câncer, ou pós-aparecimento de lesões do herpes zoster, por exemplo, frequentemente apresentam dor neuropática”, exemplifica o diretor. “Poder tratar a dor sem precisar interferir em outras terapias que já estão dando resultados positivos, facilita muito a administração do tratamento e beneficia o paciente”, esclarece.

Em relação à segurança, Lyrica possui o maior plano de desenvolvimento clínico para tratamento da dor crônica com componente neuropático, com cerca de 14,5 mil pacientes em estudos. O medicamento é comercializado em 93 países*, já foi utilizado por mais de 1 milhão de pessoas em todo o mundo e é indicado por diretrizes das principais sociedades médicas para o tratamento da dor neuropática e fibromialgia. Nos Estados Unidos, foi o primeiro medicamento aprovado pelo Food and Drug Administration (agência regulatória de medicamentos americana) para tratar especificamente fibromialgia.

Em relação aos eventos adversos, estudos demonstram que cerca de 20% dos pacientes apresentam tontura e leve sonolência relacionadas a Lyrica, mas a maioria desses sintomas desaparece entre 4 e 6 semanas após o início do tratamento. Menos de 3% dos pacientes estudados pararam de usar a medicação devido à intolerância aos eventos adversos.

Fibromialgia e dor neuropática: o que os médicos pensam - Para entender melhor a percepção sobre estas doenças de ortopedistas, neurologistas, endocrinologistas, reumatologistas, anestesistas e fisiatras, a Pfizer encomendou uma pesquisa feita com 240 médicos de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Curitiba e Porto Alegre. A pesquisa indicou que 23% dos entrevistados apresentam dificuldade em diagnosticar a dor neuropática, enquanto 14% têm a mesma opinião em relação à fibromialgia. O percurso dos pacientes também aponta obstáculos: 100% dos fibromiálgicos e 82% dos que sofrem com neuropatia passaram por mais de um médico antes de receber o diagnóstico correto.

Após descobrir a causa do problema, o médico precisa escolher o tratamento mais adequado para cada paciente. “Com a chegada da pregabalina, complementamos o conjunto de opções de tratamento existentes atualmente para dor neuropática e fibromialgia, atendendo pacientes de qualquer faixa etária”, aponta Manoel Jacobsen, professor de neurocirurgia do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da USP. Diferentes fatores são importantes para a escolha do medicamento, alguns deles apontados pela pesquisa. No caso da fibromialgia, 100% dos profissionais se preocupam com a melhora na qualidade do sono do paciente ao prescrever o tratamento. Já para dor neuropática, 81% dos médicos apontam a redução das dores em menos de uma semana como atributo importante do tratamento a ser prescrito.

O terceiro passo é acompanhar a evolução do paciente e sua resposta ao tratamento escolhido. Nem sempre é uma tarefa simples, já que os médicos apresentam algum grau de dificuldade para tratar dor neuropática (53%) e a fibromialgia (45%). Os novos medicamentos são importantes justamente para que médicos e pacientes tenham mais opções de tratamento, o que aumenta as chances de melhora.

Sobre fibromialgia - A fibromialgia é uma doença que causa dores pelo corpo todo e aumenta a sensibilidade dos pacientes à dor de tal maneira que, para eles, o carinho dói. Além da dor generalizada há outros sintomas como fadiga e sono não reparador (quando as pessoas acordam cansadas, apesar de terem dormido a noite toda). Os pacientes costumam apresentar também transtornos do humor como depressão e ansiedade. Ainda não se conhece a real causa da doença, mas estudos indicam que há aumento dos impulsos dolorosos transmitidos pelo sistema nervoso central. O envio exagerado desses impulsos acaba tornando a dor crônica.

O diagnóstico é feito pelo exame clínico. Como referência para acompanhamento da intensidade dos sintomas, os médicos utilizam os 18 pontos de dor estabelecidos pelo Colégio Americano de Reumatologia na década de 1990. “É importante que a classe médica esteja preparada para identificar a fibromialgia”, ressalta Jacobsen. “Exames complementares como os radiográficos ou eletrofisiológicos são pouco úteis, pois não apontam nenhuma alteração anatômica ou fisiológica. Mesmo que o paciente tenha a doença avançada”, explica. Estima-se que cerca de 4% da população mundial sofra com a fibromialgia, sendo que a maioria não recebe o diagnóstico e nem tratamento corretos. No Brasil, por exemplo, acredita-se que existam 4,8 milhões de fibromiálgicos, mas apenas 2,5% deles (240 mil) recebem tratamento medicamentoso.

Ilustração que aponta os 18 pontos de dor estabelecidos pelo Colégio Americano de Reumatologia na década de 1990.

Sobre dor neuropática - A doença é caracterizada como dor crônica, muitas vezes sem lesão aparente. Ocorre quando há problemas no caminho nervoso percorrido pelos sinais dolorosos. É como se um fio elétrico que transmite a dor entrasse em curto circuito, causando sintomas como queimação, choques, formigamento, pontadas, dormência ou incômodos causados pelo toque de um lençol, de roupa ou água do chuveiro. “Na maior parte dos casos, os pacientes têm restrições relacionadas a atividades profissionais, sociais e culturais por causa da doença”, diz Jacobsen. “Os prejuízos ao indivíduo são enormes”, complementa. Há também dificuldades para o diagnóstico e tratamento da dor neuropática, já que dos 4 milhões de pacientes, estima-se que somente 530 mil são tratados.

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