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12/04/2020
Coronavírus: visão geral

Grau de letalidade: veja tabela na 1ª página

Visão Geral

O que é Novo coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. Atualmente, seu nome está sendo associado à pandemia de Covid-19 - doença causada por uma nova espécie de coronavírus que provoca um tipo de pneumonia e que ainda não havia sido identificada em humanos.

Alguns tipos conhecidos de coronavírus estão relacionados à doenças respiratórias leves e moderadas, parecidas com uma gripe comum, com sintomas como tosse, febre e falta de ar. Porém, outras cepas do vírus podem causar quadros mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002; e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

Pandemia no mundo

Os primeiros registros do novo coronavírus ocorreram no dia 31 de dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China. Em apenas dois meses, o vírus se espalhou de forma exponencial entre a população chinesa, somando quase 80 mil casos confirmados e mais de 2.700 mortes.

Até o dia 9 de abril 2020, o número de casos contabilizados no mundo chegou a 1.436.198, com 85.522 mortes. No mesmo período, o coronavírus também chegou a ser registrado em outros 180 países e territórios, incluindo:

Estados Unidos: 181.099 casos e 3.606 mortes

Itália: 105.792 casos e 12.428 mortes

Espanha: 94.417 casos e 8.269 mortes

China: 82.278 casos e 3.309 mortes

Alemanha: 70.985 casos e 682 mortes

França: 52.827 casos e 3.532 mortes

Irã: 44.605 casos e 2.898 mortes

Reino Unido: 25.474 casos e 1.793 mortes

Suíça: 16.605 casos e 433 mortes

Turquia: 13.531 casos e 214 mortes

Bélgica: 12.775 casos e 705 mortes

Países baixos: 12.667 casos e 1.040 mortes

Áustria: 10.122 casos e 128 mortes

Coreia do Sul: 9.786 casos e 162 mortes

Canadá: 8.180 casos e 95 mortes

Portugal: 7.443 casos e 160 mortes

Israel: 5.358 casos e 20 mortes

Noruega: 4.630 casos e 39 mortes

Austrália: 4.559 casos e 18 mortes

Suécia: 4.435 casos e 180 mortes

Coronavírus no Brasil

No dia 25 de fevereiro de 2020, foi registrado oficialmente o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. Atendido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o paciente tratava-se de um homem de 61 anos que havia visitado a região da Lombardia, considerada uma área de risco na Itália, e apresentava sintomas compatíveis com a doença.

Após análise inicial, o Ministério da Saúde solicitou a realização de uma contraprova, feita pelo Instituto Adolfo Lutz, que confirmou o diagnóstico de Covid-19. Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país da América Latina atingido pelo novo coronavírus.

No Brasil, até o dia 9 de abril de 2020, os casos somaram 17.857 e 941 mortes, segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde.

Transmissão do novo coronavírus

Atualmente, as autoridades de saúde ainda tentam descobrir os meios de transmissão do novo coronavírus. Porém, os órgãos públicos trabalham com três hipóteses preliminares, que consideram especialmente a contaminação por contato (de pessoa para pessoa):

Por vias respiratórias: através do ar e de gotículas provenientes de espirros, tosse e fala de indivíduos infectados

Por contato físico direto: através de beijos, abraços e outros tipos de toque

Por contato com superfícies contaminadas: através do compartilhamento de utensílios e ferramentas ou toque em maçanetas, corrimões e outros objetos.

Além disso, estima-se que o período médio de incubação do novo coronavírus é de 14 dias - tempo que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção. Entretanto, dados preliminares do Ministério da Saúde indicam que a transmissão para outras pessoas pode ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais.

Além disso, o vírus pode permanecer no corpo até oito dias após o final dos sintomas da COVID-19, segundo pesquisa. Entretanto, ainda não se sabe se o vírus pode ser transmitido após a "cura".

Sintomas

Sintomas de Novo coronavírus

Os sintomas do novo coronavírus são principalmente respiratórios, muito similares aos de um resfriado comum. Alguns casos ainda podem evoluir para um quadro de infecção do trato respiratório inferior, semelhante a uma pneumonia. Entre os principais sintomas estão:

Febre

Tosse seca

Dificuldade para respirar ou falta de ar

Coriza e/ou congestão nasal

SNintomas menos comuns do coronavírus

Fadiga

Mialgia/artralgia

Dor de cabeça

Calafrios

Manchas vermelhas pelo corpo

Gânglios linfáticos aumentados

Diarreia

Náusea

Vômito

Desidratação

Inapetência

Casos graves de COVID-19

É possível também que o paciente sofra com um quadro mais grave, que acontece quando o Covid-19 está associado a outras doenças e condições de saúde, como a síndrome respiratória aguda e conjuntivite. Nesses casos, o coronavírus pode provocar até mesmo morte.

Possíveis sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde francês, a perda de olfato e do paladar podem ser sintomas da infecção pela doença COVID-19. O fenômeno é chamado de anosmia, que significa uma irritação temporária ou até permanente do nervo olfatório, que fica dentro do nariz e leva o estímulo do cheiro até o cérebro. Entretanto, nem todos os COVID-positivos são anosmáticos.

Diagnóstico e Exames

Diagnóstico de Novo coronavírus

Como diagnosticar o novo coronavírus

O atual diagnóstico do novo coronavírus segue um protocolo específico, estipulado pelo Ministério da Saúde. Em primeiro lugar, é preciso que o paciente se encaixe em alguns critérios que indicam se ele é ou não um caso suspeito - principalmente porque a doença causa sintomas muito parecidos com os de um resfriado.

É considerado como caso suspeito do novo coronavírus o paciente que:

Tem febre, apresenta pelo menos um sintoma respiratório e viajou nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sintomas para áreas de risco

Tem febre, apresenta pelo menos um sintoma respiratório e teve contato com alguém que esteve em uma área de risco recentemente.

A partir destes dois cenários, o hospital que atendeu o paciente deve fazer a coleta de materiais respiratórios (amostra de vias aéreas ou escarro) e realizar um teste laboratorial preliminar. Para confirmar o caso, é necessário ainda um segundo exame de contraprova, feito por um laboratório de referência.

Fatores de risco

Grande parte dos infectados pelo novo coronavírus (cerca de 80%) apresentam sintomas leves. Entretanto, existe um grupo de pessoas que está mais suscetível a desenvolver um quadro severo da doença. No grupo de risco da COVID-19 enquadram-se:

Idosos

Pessoas com doenças respiratórias, como asma e bronquite

Fumantes (tabagismo)

Pessoas com diabetes

Pessoas com hipertensão

Pacientes com HIV

Doentes cardíacos

Pacientes imunodeprimidos

Obesos

Obesidade como fator de risco

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo (SBEM-SP), um estudo recente indicou que 7 em cada 10 pacientes internados em UTIs no Reino Unido com o vírus estavam com sobrepeso ou obesidade. Isto acontece porque obesos têm menor atividade antiviral, o que favorece um quadro de infecção mais grave pela COVID-19.

Tratamento e Cuidados

Tratamento de Novo coronavírus

Por se tratar de uma nova doença, o Covid-19 ainda não possui um tratamento específico. Desta forma, as pessoas infectadas recebem apenas uma intervenção terapêutica para aliviar os sintomas e garantir o bem-estar do paciente. Entre os cuidados indicados estão:

Fazer repouso

Beber bastante água

Utilizar umidificador no quarto

Tomar banho quente para aliviar dores e tosse

Usar medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos), conforme orientação médica.

É muito importante que, assim que os primeiros sintomas surgirem, a pessoa procure ajuda médica imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado.

Medicamentos contra COVID-19

Apesar de ainda não haver nenhuma medicação comprovada que cure a COVID-19, pesquisadores do mundo inteiro estão desenvolvendo pesquisas para encontrar remédios que atuem no tratamento contra o novo coronavírus.

Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um projeto chamado "Solidarity" (solidariedade, em inglês). Trata-se de um ensaio global com quatro medicamentos para tratar a COVID-19. Entre os medicamentos estão:

Cloroquina e hidroxicloroquina

Remdesivir

Lopinavir e Ritonavir

Lopinavir e Ritonavir + Interferon beta

Além disso, o Ministério da Saúde do Brasil aprovou o uso de cloroquina para casos graves de COVID-19. Entretanto, a Anvisa proibiu a compra do medicamento sem prescrição médica, a fim de evitar que a população se automedique e estoque o produto em casa.

Possíveis tratamentos

Além destes remédios, outras pesquisas encontraram mais medicamentos que obtiveram resultado positivo no tratamento contra a COVID-19. São os remédios:

Favipiravir

Ivermectina.

Complicações possíveis

Redução da capacidade pulmonar

De acordo com as autoridades do hospital Princess Margaret, em Hong Kong, pacientes recuperados do novo coronavírus apresentaram uma redução da capacidade pulmonar de 20% a 30%.

Estima-se que o efeito da COVID-19 a longo prazo assemelha-se a uma espécie de fibrose pulmonar - justificando o quadro de alguns pacientes que apresentam maior dificuldade de respirar ao caminhar rapidamente. Entretanto, essa análise ainda é preliminar.

Síndromes coronárias agudas

Em novo estudo publicado pelo jornal científico JAMA Cardiology, revelou-se que a COVID-19 também pode prejudicar o coração. O vírus causa uma inflamação no coração e nas artérias, o que pode levar ao desenvolvimento de um novo quadro de problema cardíaco ou agravar doenças já existentes.

Ainda pouco se sabe sobre essa complicação, mas o estudo identifica que a doença pode ocasionar síndromes coronárias agudas, arritmia, isquemia miocárdica, desenvolvimento de falência cardíaca e miocardite - que podem ser perigosas.

Prevenção

Prevenção

Como se proteger contra o novo coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde listaram diversas orientações simples que podem ajudar a população a se proteger contra o novo coronavírus. Entre os cuidados básicos para reduzir o risco de contrair ou transmitir a doença, estão:

Lavar as mãos com água e sabão frequentemente

Higienizar as mãos sempre que possível com álcool gel

Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar olhos, nariz e boca

Utilizar lenço descartável para higiene nasal

Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir

Higienizar as mãos após tossir ou espirrar

Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas

Manter os ambientes bem ventilados

Limpar regularmente o ambiente e superfícies comuns, como móveis, maçanetas e corrimão

Usar qualquer tipo de Máscara em ambientes com  aglomeração de pessoas.

Além disso, o novo coronavírus também pode ser combatido com o uso de produtos de limpeza desinfetantes, como álcool 70% e água sanitária.

Vacina contra o coronavírus

Diante do surto global da doença, pesquisadores de diversas partes do mundo estão trabalhando para elaborar uma vacina contra o novo coronavírus. A expectativa da comunidade científica é que os primeiros testes da imunização comecem ainda no primeiro semestre de 2020.

Vitamina D

Um estudo da Universidade de Turim, na Itália, revelou que a vitamina D pode ajudar no tratamento e na prevenção da COVID-19. A descoberta preliminar se deu por meio de uma análise do nível dessa vitamina no organismo de pacientes afetados.

Outros estudos demonstraram que a suplementação com o nutriente diminui o risco de infecções respiratórias agudas. Entretanto, o Ministério da Saúde brasileiro afirmou que ainda não há comprovação dos efeitos da vitamina D na prevenção do coronavírus.

Máscaras caseiras e cirúrgicas

O Ministério da Saúde renovou as recomendações sobre o uso de máscara pela população. Agora, é indicado que seja utilizada em espaços públicos para prevenir a transmissão do SARS-CoV-2.

Entretanto, o uso de máscara cirúrgica do tipo N95/PFF2 só são indicadas à profissionais de saúde, pois há falta deste equipamento no mercado.

A recomendação é que a população geral fabrique máscaras caseiras de tecido. As máscaras caseiras impedem a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário, o que garante uma barreira física. Os tecidos recomendados são:

Tecido de saco de aspirador

Cotton (composto de poliéster 55% e algodão 45%)

Tecido de algodão (como camisetas 100% algodão)

Fronhas de tecido antimicrobiano.

Nas demais situações, o uso das máscaras ainda não é recomendado como medida de prevenção e sua utilização também exige cuidados de manuseio - para que não haja a contaminação pelo vírus que pode ficar retido na parte externa do material.

O uso das máscaras caseiras é uma intervenção a ser realizada junto com as outras medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, como o distanciamento social, a etiqueta respiratória e a higiene pessoal, visando frear o ciclo da COVID-19 no Brasil.

Novo coronavírus tem cura?

De acordo com a OMS, ainda não há uma cura definitiva para o novo coronavírus. Assim como outras doenças respiratórias virais, o que pode acontecer é o corpo do paciente reagir ao patógeno e neutralizar os efeitos da infecção.

É importante notar que 80% dos casos de novo coronavírus representa a forma branda da doença. Enquanto que 20% podem apresentar casos moderados a graves.

Perguntas frequentes

Glossário do novo coronavírus

Confira o significado de alguns termos relacionados ao novo coronavírus:

SARS-CoV-2

SARS-CoV-2 é o nome oficial dado ao novo coronavírus, que significa "severe acute respiratory syndrome coronavirus 2" (síndrome respiratória aguda grave de coronavírus 2).

COVID-19

O termo se refere ao quadro de infecção viral (doença) provocado pelo SARS-CoV-2. COVID-19 quer dizer "coronavirus disease 2019" (doença do coronavírus 2019, em inglês).

Isolamento

Isolamento é uma ação voluntária tomada por pessoas infectadas com COVID-19 ou indivíduos com suspeita da doença. Essa ação costuma durar cerca de 14 dias, com o período podendo ser encurtado ou prolongado pelos médicos, de acordo com a progressão do quadro.

Quarentena

A quarentena é uma medida restritiva oficial, que busca limitar o trânsito de pessoas como forma de contenção da transmissão do vírus. Diferente do isolamento, a quarentena tem força legal e pode estar sujeita a multas e punições quando não obedecida.

No Brasil, a medida foi adotada nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, com fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais.

Epidemia

Quando uma doença apresenta um alarmante número de casos em várias regiões, geralmente estados ou cidades de um país específico, ela pode ser declarada como epidemia pelas entidades de saúde.

Pandemia

Geralmente, as organizações mundiais declaram pandemia quando o número de casos de uma doença aumenta de forma descontrolada não apenas em uma região, mas em diversos países, sendo considerada uma emergência global.

Referências

Organização Mundial da Saúde (OMS)

Ministério da Saúde

Marianna Martins Lago, Infectologista no Instituto Emílio Ribas - CRM 147976-SP

HTTPS://WWW.MINHAVIDA.COM.BR/SAUDE/TEMAS/NOVO-CORONAVIRUS



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