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Gaúchos fazem cirurgia inédita com células-tronco

Equipe do hospital da PUC aplicou células de um paciente no nervo de seu antebraço

Uma equipe do Hospital São Lucas, da Pontifica Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS), fez uma cirurgia inédita de aplicação de células-tronco retiradas de medula óssea em nervos periféricos (fora da coluna) e obteve resultados animadores. O paciente, que havia rompido um nervo do antebraço, próximo ao pulso, voltou a movimentar os dedos apenas um mês e meio depois da intervenção. “Antes, isso levava seis meses”, comparou o cirurgião Jefferson Braga Silva, ontem, ao apresentar o trabalho à imprensa, em Porto Alegre. ”A partir de agora, podemos aplicar a mesma solução a pacientes com as mesmas características”, anunciou a médica Denise Machado, da equipe de pesquisa em células-tronco, feliz com a perspectiva de oferecer uma alternativa mais eficaz para a solução de um problema que provoca uma média de três internações por semana no hospital. As células-tronco usadas na intervenção – como em todos os outros projetos com células-tronco no Brasil até agora - foram as chamadas adultas, retiradas do organismo do paciente, e não as embrionárias, retiradas de embriões humanos, cujo uso será proibido até que a nova Lei de Biossegurança seja sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cirurgia foi feita em fevereiro num paciente de 22 anos, cujo nome não foi divulgado. Normalmente, as extremidades rompidas voltaram a crescer dentro de um tubo de silicone implantado pelos médicos, recompondo as substâncias perdidas. ”Os resultados eram bons, mas, apesar da reconstituição do nervo, havia dificuldades para a recuperação funcional, da sensibilização e da motricidade”, diz Silva.

Mais Benefícios:

Na nova técnica, retirou-se material da crista ilíaca, na bacia, e separou-se as células-tronco em laboratório para injetá-las no tubo de silicone que fazia a ponte entre as extremidades rompidas. Até chegar à primeira experiência em humanos, a equipe do Centro de Terapia Celular do Instituto de pesquisas Biomédicas (IPB) do Hospital São Lucas passou cinco anos pesquisando. A primeira tentativa em seres vivos foi feita com ratos, há dois anos. A recuperação de todos os movimentos da perna de um animal que estava impedido de andar foi o prenúncio de que a técnica poderia beneficiar os humanos. Outro aspecto animador da técnica é o custo, considerado pequeno – cerca de R$ 1 mil para a retirada e a implantação das células-tronco – pelo diretor do IPB, Jaderson da Costa. Ele acredita que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem interesse em cobrir o procedimento porque, ao fazer a equação, vai perceber que os cofres públicos pagariam mais por um trabalhador parado por lesões nos nervos. A equipe do São Lucas também já desenvolveu protocolo para uso de células-tronco para recuperação das áreas cerebrais atingidas por isquemias. “Está tudo pronto e podemos começar assim que tivermos o primeiro paciente elegível”, diz o coordenador do Programa de Doenças Neurovasculares, Maurício Friedrich.

O Estado de São Paulo

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