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Peixe cru causa verminose em SP

Ministério e Anvisa determinam que peixe seja congelado a -18° antes de ser servido cru; salmão pode ser responsável pela transmissão.

O surto de uma verminose causada pelo consumo de peixe cru contaminado na Cidade de São Paulo fez com que o Ministério da Agricultura e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborassem uma nota técnica com orientações para consumidores e comerciantes. O texto, que será divulgado hoje, diz que o peixe, antes de ser servido cru, como sushi e sashimi, seja congelado a 18°C negativos por pelo menos 24 horas, o que inativa o parasita Diphyllobothrium spp, responsável pela difilobotríase, uma doença simples que causa dor abdominal, diarréia, flatulência, vômito e, nos casos graves, anemia e perda de peso. Para os consumidores, a recomendação é evitar o consumo do produto ou se informar se ele foi congelado. Quem comeu peixe cru nos últimos 12 meses pode procurar um médico para fazer exames de fezes. O Ministério também mandou um comunicado aos criadores de salmão do Chile, que exportam para o Brasil, pedindo explicações sobre monitoramento do parasita, e poderá enviar técnicos das fazendas de piscicultura do País para analisar as condições de higiene. “É um problema muito complexo que está sendo estudado pelo mundo inteiro. Nessa área temos muito pouca ação, é difícil controlar o ambiente marinho onde o animal cresce. Por isso elaboramos a nota técnica, para orientar consumidores e comerciantes, como supermercados e restaurantes”, explica Nelmo Oliveira da Costa, diretor do departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura. De acordo com relatos das pessoas contaminadas e da literatura existente sobre a doença, o salmão pode ser o principal responsável pela contaminação. O alerta veio do centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria de Estado da Saúde, que coletou em laboratórios 28 casos da doença de março do ano passado a março deste ano – 18 deles a partir de janeiro. De 1998 a 2003, houve apenas dois registros, ambos em estrangeiros que estavam de passagem pelo Estado. Em São Paulo, o CVE vai baixar uma portaria que também determina o congelamento do peixe. Já a vigilância Municipal começou a coletar amostras de salmão, atum, robalo, tilápia e dourado para análise, que será feita no Laboratório de Controle de Alimentos da Prefeitura e no Instituto Adolfo Lutz. Isso porque não está descartada a possibilidade de peixes da costa brasileira estarem contaminados.

Tratamento Simples

“O que é inusitado é que se trata de um tipo de verme novo para nós. E tem um modo de transmissão diferente daquele a que estamos acostumados”, afirma o diretor do CVE, Carlos Magno Fortaleza. Ele explica que o parasita se instala na musculatura ou nos nervos do peixe quando este entra em contato com fezes humanas contaminadas. Ao comer a carne do peixe crua, o parasita se instala no intestino do homem, onde cresce por até dez anos. No entanto, a maior parte das pessoas não sente nenhum sintoma. Cerca de 20% podem ter diarréias ou dores abdominais. “São sintomas dispersos, a maioria nem sente nada. Por isso é difícil saber o número de casos e onde eles estão”, diz Fortaleza. Para identificar o problema, é necessário fazer exame de fezes. O tratamento é simples, feito com uma dose única da substância ziquantel, vendida em farmácias com vários nomes comerciais. Outra recomendação é que o médico peça também um hemograma para saber se a pessoa está com anemia.

O Estado de São Paulo

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