E chegou em junho, o mês do inverno de sol frio, de cobertores e festas juninas.
O tão esperado inverno, que também é sinônimo de pouco rolê e muita TV, pouca disposição e muita gula, pouco dia e muita noite.
Inverno é chocolate quente feito com aquele achocolatado que você nem sabe se ainda tá bom, é cobertor quentinho com um aconchegante cheiro de mofo, é batom bonito para esconder os lábios rachados. Inverno é preguiça de lavar a louça e botas de cano alto, daquelas bem difíceis de calçar.
Ah, como é belo o inverno. Aqueles bonecos de neve que são feitos de humanos e muita roupa. Que lindo!
Os velhinhos tremem pela rua reclamando do frio com qualquer um que passa. Os jovens se queixam que querem sair, mas quando saem, lamentam ter deixado o Netflix e a cama quentinha.
O melhor programa do inverno é sentar no sofá com o macio cobertor fedido tentando achar algo para ver nos milhões de programas sem graça da televisão. E não podemos esquecer do chocolate quente com aquela nata deliciosa por cima.
E as crianças? Ah, que gracinhas! Os bebês pegam tudo quanto é alergia, os adolescentes não saem da cama. Os pais têm o agradável dever de tirar os filhos da cama às 6h da manhã e depois ir trabalhar em um lugar fechado cheio de gente tossindo, onde também é fácil identificar quem não anda tomando banho.
Depois do banho sofrido, no qual você é torturado pela baixa temperatura, tem aquela sopa maravilhosa no jantar que nem quente direito fica e você ainda termina o dia debaixo dos cobertores com cheiro de mofo esperando que o dia seguinte seja mais quente, o que você sabe que não vai acontecer.