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25/09/2022
O golpe da mão fantasma

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O golpe da mão fantasma funciona da seguinte forma: você recebe uma mensagem dizendo que precisa realizar uma atualização e clica no link recebido. A partir daí, o criminoso acessa seus dados remotamente e, nesse momento, é possível notar a movimentação sendo realizada na tela, como se fosse uma mão fantasma.

Rodrigo Klocker Gabardo, Product Manager da Navita, comenta que o golpista ganha acesso a muitos dados valiosos: aplicativos de banco, histórico de mensagens, pastas com senhas e muito mais. Um “playground” para quem deseja usar essas informações irregularmente.

O modo que você recebe esses links pode variar: pode ser por sms, via WhatsApp ou por e-mail. O que essas fraudes têm em comum é um trabalho de engenharia social: “é frequente que o golpista se passe por alguém conhecido ou por um funcionário do banco, informando uma movimentação suspeita que exige uma atualização de segurança”, diz Gabardo.

O diretor da Associação Brasileira de Agentes Digitais (Abradi), Sandro Alencar Fernandes, comenta que o modo de abordagem também pode usar alguma campanha veiculada na mídia. “Agora, por exemplo, temos a pesquisa do Censo. Então, alguém pode enviar um link que supostamente seria do IBGE”, alerta.

Portanto, é preciso se atentar aos aspectos básicos de segurança digital. Cada vez mais os apps de bancos e financeiras estão protegidos por protocolos confiáveis e isso pressiona os golpistas a procurarem modos alternativos de abordar potenciais vítimas. Isso vale para contatos como os citados acima, ou para apps mais vulneráveis, como o de jogos.

Como evitar cair no golpe da mão fantasma?

Links falsos são a principal porta de entrada de golpistas.(Fonte: Getty Images/Reprodução)

Felizmente, existem soluções para evitar golpes digitais, como o da mão fantasma. Confira alguns cuidados que vão repelir fraudes na internet:

Cuidado ao clicar em links. É sempre melhor entrar em sites oficiais e navegar por lá. Além disso, vale a pena verificar se o domínio do link é o mesmo da página oficial do site. Por exemplo: se o endereço do seu banco é “bancox.com.br”, desconfie se o link for “atendimento-bancox.com.br”

Bancos nunca pedem para que você clique em links, instale apps ou revele senhas. Na dúvida, faça o caminho inverso: procure direto nos canais oficiais de atendimento

Em boa parte dos casos, além de clicar em links suspeitos, os golpistas precisam que você instale módulos, seguindo um passo a passo. Esse é um alerta extra: caso você perceba que está seguindo um passo a passo que veio de um link esquisito, é hora de parar

Não guarde senhas em arquivos e pastas, pois podem ser acessadas por invasores. Gabardo diz que memorizar senhas é chato, mas é melhor a chateação de mudar uma senha quando esquecê-la do que a dor de cabeça de tê-la em mãos erradas

Varie as senhas entre os diferentes apps. Se você cair em algum golpe, o efeito será menos grave

Não deixe de instalar atualizações. Elas devem vir de fontes oficiais, mas são elas que garantem que os apps estejam protegidos contra gaps de segurança

Instale apps apenas de fontes oficiais. Gabardo lembra que os fabricantes de sistema operacional possuem um rigoroso processo de verificação, aprovação e publicação de aplicativos nas lojas oficiais. As fraudes partem de links e outros apps

Desconfie sempre e, na dúvida, não clique. Se o link vier do banco ou de um amigo, ligue para eles, procure explicações. E fique de olho em matérias como esta, que deixa você atualizado sobre o “golpe da vez”

Caí no golpe da mão fantasma. E agora?

Se você percebeu que caiu no golpe da mão fantasma, é importante seguir algumas recomendações. A primeira delas é mapear os riscos.

“Entenda o tamanho do estrago. Se atingiu o banco, entre em contato com a instituição; se houve gastos no cartão, cancele imediatamente; e troque as senhas dos apps que você tiver no celular”, aconselha Gabardo.

Gabardo acrescenta que, quando se está vendo a tela “funcionar sozinha”, que caracteriza esse tipo de fraude, é importante interromper a comunicação do smartphone: “desligue o celular, desative o Wi-Fi e tire o chip da operadora”, sugere.

Tomadas essas medidas de emergência, é importante abrir um Boletim de Ocorrência (BO) e, se for o caso, contatar um advogado para ter orientações detalhadas de como proceder. Afinal, a mão pode ser fantasma, mas o perigo de ver a conta bancária em branco é real.



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