26/01/2006
Verdade Anônima

Muitos, tendo se libertado das mentiras, eles deixam de se associarem com aqueles das mentiras e nem se associam com os “descobridores” delas como mentiras. Digamos, eles vivendo suas verdades, vivem separados sem se comunicarem, não fundam instituições legalizadas para reunirem milhares de pessoas em auditórios, cada um deles tendo um palco, donde, possam ser disseminadas as suas verdades.
Então, os possuidores de verdades, talvez por serem egoístas e gostarem de ver os “semelhantes” perdidos nas mentiras, ---o que é engraçado---, eles relaxam as verdades, descuidam-se delas e elas parecem ficar anônimas, existentes em quem só para si cuida delas. Como desprezadas, as verdades não têm seus “porta-vozes” como as mentiras têm tantos e tantos as ouvem.
Analisando melhor, as verdades parecem ser frias, simples, tão sem atrativos. Elas não atrairiam público para assisti-las como consegue as mentiras e seus espetáculos.

Assim é a situação, a verdade nada faz para se promover enquanto a mentira tudo faz, até música compôs para emocionar seus simpatizantes. Uma grande parte deles, apaixonados por mentiras, fanáticos então, a defendem com unhas e dentes, brigam por elas, mas, pelo menos não são egoístas, sempre estão a convidar outros para se reunirem e ouvi-las.
A mentira se organizou, se especializou e dentro da lei se institucionalizou, sendo inabalável suas “estruturas” até contra terremotos de opiniões.
A verdade não! Vagabunda sem vergonha, biscatona, não quer nada com nada, nunca é registrada, vive na informalidade, não promove espetáculos, não consola ninguém, nenhum livro editou nem ídolo inventou, vive só com quem quer viver com ela, nada faz para se multiplicar, vive escondida e quando aparece só cria repulsa, a verdade é uma desmancha prazeres. Quem terá sido o cara-de-pau que inventou a verdade? Só podia estar bêbado.


Altino Olímpio

Leia outras matérias desta seção
 » Nesta época quantos iluminados existem no mundo?
 » Opiniões ou conclusões impopulares
 » Turismo na UPA de Perus
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu

Voltar