26/01/2006
Razão é sempre a última

O ser humano como herança em seu gene, traz consigo e leva-o aonde for, seu instinto.
Nos primórdios de sua existência, o instinto foi-lhe útil para sua sobrevivência. Ele “administrava” suas necessidades do atacar ou do fugir, acasalamento e etc.
Estudos psicológicos revelaram três níveis de atuações ou reações no ser humano, pelas quais, ele se demonstra no mundo. O primeiro nível é o instinto, emoção é o segundo e a razão, o terceiro nível. Só sendo regido pelo instinto, seria difícil ao homem com os demais, conviverem em paz. Cada um só se preocuparia com sua existência e sobrevivência e nenhum sentimento o impediria de se apossar das coisas ou alimentos dos outros.
Pelo passar de muitos anos, o homem evoluiu para o segundo nível de sua existência, adquiriu o “sentimento” de emoção e isso promoveu o despertar de sua consciência para a simpatia, empatia, paixão, ciúme e etc.
Depois, talvez por ter ficado mais tempo acordado na noite ao redor de uma fogueira sentindo-se protegido por ela, dando mais atenção aos pensamentos que as labaredas provocavam, elas conduziram-no à reflexão e daí para o desenvolver da razão.

Quando o homem atingiu o nível da emoção, manteve o instinto. Quando atingiu o nível da razão, também manteve suas emoções e seus instintos ativos. Com o passar de muitos anos, instintos, emoções e razão evoluíram, “se refinaram” até ao nível alcançado desta época.
Com o desenvolvimento do intelecto através de muitos estudos, leitura, dos exemplos deixados pelas histórias da humanidade, religião, ciência, filosofia e tudo pertinente ao desenvolver da capacidade do cérebro, pela lógica, a razão deveria estar como suprema para dominar e administrar os exageros das emoções e os exageros do instinto. Poderia mesmo, evitar o surgir, o romper deles quando fossem inconvenientes.
O instinto no homem foi o principal meio utilizado pela natureza, para a reprodução de sua espécie. A emoção como sentimento de amizade, amor, religiosidade, o sentir o querer bem pelo outro e vice-versa, favoreceu o viver em comunidade, facilitando o desenvolver de capacidades de trabalho para fabricações de produtos para aproveitamento mútuo.
A razão, num resumo, ela é o veículo do homem para ele alcançar suas realidades.
Conhecida como consciência, para facilmente ser entendida, razão é a compreensão humana, parecendo ter o poder de se expandir num desenvolvimento sem fim.
Quanto mais se vai caminhando pela expansão da compreensão, mais se sente sozinho no mundo.

A razão ou compreensão, quanto mais desenvolvida for, mais ela dilui ou destrói as ilusões, as superstições, e se afasta das construções mentais produzidas pela fé no nível da emoção, onde é a sua morada. A “igualdade ou irmandade humana” termina numa encruzilhada onde seres humanos permanecem no nível da emoção e outros sobem para o nível da razão.
Os dominadores “anônimos” estão mancomunados com os meios de comunicação, agora sintetizados com o nome de “mídia”. Suas divulgações são bombardeios diários para serem introdutores no instinto humano e em suas emoções. Por isso, mais vemos pessoas vivendo por seus instintos e por suas emoções, distraídas de suas razões. Os divulgadores da fé, numa inversão, colocam-na como superior acima da razão. Deus mais protege quem tem fé.
A fé move montanhas e a razão para movê-las precisa de escavadeira.
Afinal, ao seu nível de razão, todos têm razão.


Altino Olímpio

Leia outras matérias desta seção
 » Opiniões ou conclusões impopulares
 » Turismo na UPA de Perus
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu
 » Tempos felizes de molecagens

Voltar