10/02/2006
Como Saber

É comum alguém dizer ou pensar para si mesmo, “isto escrito por mim não pode ter sido meu”.
Essa humildade é existente em quem se livrou em parte de seu egoísmo. É de alguém desperto para o pressentimento de existir influências outras além das suas a lhe ditarem seus escritos. Alguns, em suas simplicidades, acreditam mesmo enquanto estão escrevendo, serem visitados por espíritos quando eles “assopram” seus assuntos para escrevê-los.
Como sempre, teoria abstrata é difundida, qualquer um está sujeito a incluir uma em seu viver, quando falta uma explicação concreta para o “algo oculto pressentido” por trás de sua idéia sobre o que escrever. Aí, vemos pessoas tidas como altamente intelectuais se comportando como ingênuas e arrastando outras ingenuamente iguais para seus “abstratos explicáveis”.
Como distraída, uma parcela da humanidade vive sem a preocupação de explicação sobre as causas que determinam seu comportamento, envolvimento e suas ações.
Menor, a outra parcela tem a preocupação de tentar entender o porque das influências e como elas surgem para provocar suas ações na prática da vida.

Dos estudos de um autor muito conceituado, tivemos algumas interpretações para se somarem com aquelas daqueles que “sentem seus lados ocultos” a lhes sugerir idéias para escrever.
Todo ser humano tem dentro de si o seu inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo.
Inconsciente pessoal: ele mantém registradas todas as experiências vividas por uma pessoa.
Inconsciente coletivo: ele mantém arquivadas todas as experiências vividas pela humanidade, todo seu conhecimento, invenções, inovações, antecipações e etc.
Quando alguém fica pensando em escrever sobre fatos vividos ou presenciados, sua concentração é a “chave” para abrir o arquivo dos fatos que quer existentes em seu inconsciente pessoal. Ao escrever sobre seus fatos, é raro alguém ter pressentimentos sobre “sussurros ao seu ouvido” orientando-lhe. Claro! Participou dos fatos e não precisa de um “auxiliar oculto” para poder descrevê-los.
A “voz inaudível do além” é mais pressentida quando um tema a ser descrito não é da experiência ou especialidade de quem escreve. E a surpresa ao terminar de discorrer sobre o tema com coerência e um insuspeitado saber dele por quem o escreveu, isto, pode criar a dúvida: “Eu sozinho escrevi ou uma voz interior me orientou?”.

A veemência de querer saber, interesse profundo, concentração constante sobre um tema, são o “abrir das portas” do inconsciente coletivo. Ele “joga” para a mente objetiva o que o forte desejo provocou, no caso, intuições sobre o tema em questão. Receber intuições sobre um tema parece mesmo serem elas de procedência sobrenatural. Daí o pensar “foi uma entidade espiritual que me inspirou”.
Também a meditação é um recurso para transpor a fronteira do consciente para o inconsciente, mas, isto já é outro assunto.
Se aqui escrevemos incoerências sobre a questão da “voz que nos guia” podemos transferir a culpa para o C. G. Jung, porque, extraímos dos ensinamentos dele estas nossas idéias sobre o assunto. Também, pedimos desculpas se cometemos distorções de seus estudos ao transferi-los como suporte para nossas teorias sobre a região mental ainda não entendida por nós.


Altino Olímpio

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