28/11/2008
É Assim Mesmo!

Quem já tem cinqüenta, sessenta ou mais anos vividos, se lembra de como criança no passado tinha seus pensamentos referentes à morte de aves e animais. Naquela época quando os pais pareciam pouco preocupados em conversar com seus filhos, estes, com a liberdade e segurança que tinham, se locomoviam para distante de suas casas para brincarem com outros. Eram comum eles possuírem estilingues para matarem pássaros. A crueldade quase não era recriminada. A morte até era assistida em suas casas, como, a de frangos, patos, cabritos, coelhos e porcos. Na maturidade, uma grande parte deles sob a sutil influência do saber que “tudo que vive quer viver” fez com que eles repensassem sobre a vida e a morte e isso os tornou incapazes de matar. Entretanto, a cada segundo a morte vigora no mundo. É o lema “uns morrem para que outros possam viver”. Não se aplica só aos animais irracionais. O homem também está integrado nesse lema, pois, além dos vegetais que devora, também consome carne derivada do abate de animais que cria em grande quantidade industrial e comercial. A incoerência (não mais em moda, mas, ainda pertinente) do “crescei-vos e multiplicai-vos” já está a ser preocupação para uma parte da humanidade quanto à sua alimentação, emprego ocupacional e moradia. Quanto a esta, cada vez mais são necessários os desmatamentos para se levantar cidades e com isso, o homem para se estabelecer ocupa um lugar antes “povoado” por aves, animais e a mata, matando-os. Quando ele vai aprender que tudo está interligado e tudo tem uma função de ser? O alastrar humano parece que só provoca más conseqüências para o planeta. Voltando à matança diária, podemos ver na natureza, animais se matando e se comendo. São cenas nada agradáveis aquelas de vermos animais sendo devorados por seus predadores. Dizem ser parte do equilíbrio ecológico. Sempre alguns pensamentos sobre isso podem ocorrer: Por que tem que ser assim? Existe algum mistério por detrás disso? Não poderia ser diferente? Se tudo foi engendrado por um Criador tendo ele a sabedoria máxima, não poderia Ele ter excluído ou modificado esse “matar e comer” para sobreviver? Faltou-Lhe melhor imaginação? Outra que não causasse qualquer indignação? Se forem os homens os criadores do Criador colocaram-No na responsabilidade de tudo, inclusive nessa parecida atrocidade sanguínea existente nesse imprescindível modo de ser de alguns terem que morrer para outros poderem viver. Se os homens foram mesmo os criadores do Criador, pode-se então ignorar Sua participação nesse modelo de existência em pauta. Que continue esse mistério insolúvel da vida e de suas razões. Somos de um planeta, este único conhecido por nós, onde somos conseqüência, vítimas ou privilégio da vida, nada ainda decifrada do seu porque e para que, neste mundo onde o início e o fim são os mais preponderantes nos seres vivos. Início, meio e fim, são as nossas únicas realidades. Outras, se existem, estão além do alcance de nossa consciência como ao alcance dela apenas para especulação. Nosso mundo continua girando sobre si levando para o espaço em redor do sol, suas variadas criaturas, inconscientes e distraídas de si mesmas, aprisionadas como são da necessidade premente de sobreviver quando para isso outras vidas precisam morrer. Certo ou errado? Só poderemos saber quando nossa evolução se equiparar com a perfeição dos deuses e se isso conseguirmos antes que os animais homens se destruam neste planeta.

Altino Olímpio

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