21/08/2009
Homens malditos

Ausente de casa por uma semana, no retorno uma surpresa alegre: uma gatinha toda pretinha. Por cinco meses ela foi uma emocionante atração inevitável. Como uma menina inocente sua graciosidade foi um contágio. O brincar de esconde-esconde com ela vendo-a se safar em disparada era uma farra. Dócil, era uma companhia constante. Fez seu reconhecimento por todos os lugares da casa e teve liberdade para isso. Com sua patinha abria portas, adentrava onde queria e acontecia de desarrumar o que estava em ordem. Resumindo, nenhum integrante da casa ficava sem interagir com ela, pois, não se conseguia evitar e o carinho mútuo era bem evidente. Novinha ainda, a gatinha não se distanciava muito da casa, mas, já ia pelas alturas dos muros e do telhado. Numa segunda-feira a tarde ela saiu para esse seu passeio caseiro e não voltou. Já noite da sexta-feira, o neto de oito anos desobedecendo a ordens, com sua lanterna subiu ao telhado e voltou chorando. Localizou-a sob as telhas do abrigo do carro. Antes, a suspeita disso já existia, mas, era inaceitável. Ela fora envenenada! Contundente a tristeza se fez presente. Na verdade o mundo também é povoado por canalhas que até podem ser nossos amigos sem nós sabermos. São aqueles hipócritas a concordar que tudo no mundo é de Deus e, no entanto matam o que é dele. Nem de longe desconfiam que “tudo que vive quer viver”. Existe uma legião daqueles autoentendidos superiores no dizer “eu não gosto de gatos” como se suas opiniões devessem prevalecer como protecionista para outros. Existem aqueles “mais avançados em evolução” no conhecimento que, gatos pretos atraem coisas ruins. Devemos sim, temer coisas ruins do animal homem, independente da sua cor. Homens matam gatos e gatos não matam homens. Dá pra adivinhar quem são os bandidos?


Altino Olímpio

Leia outras matérias desta seção
 » Nesta época quantos iluminados existem no mundo?
 » Opiniões ou conclusões impopulares
 » Turismo na UPA de Perus
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu

Voltar