23/08/2011
A morte

A morte

É a melhor maravilha a existir entre os seres humanos. Trata-se aqui daqueles encardidos com o ilícito para o proveito próprio. São de uma legião sempre a se expandir como frutos, eles morrem e em dobro nascem mais substitutos. A terra é boa e estercada porque brota muita gente à toa. Tem até gente honesta a admirar gente que não presta. Mas a morte ou não tem sorte ou é descuidada, pois, leva daqui mais os que são bons deixando os que não valem nada. A justiça divina parece que não mexe com quem rouba e depois se transforma em gente fina. A morte é a única porta de acesso ao paraíso, mas, como isso provoca riso. O morrer é o único remédio contra o enlouquecer. Não adianta gemer nem espernear, bandidos e corruptos sempre estão a se semear. Sabemos disso através dos noticiários onde os cafajestes são artistas diários. Pessoas ainda decentes são desprezadas por serem improducentes. Os canalhas riem da morte e dos pobres por considerá-los criaturas sem sorte. A vida e a morte são amigas para serem nossas inimigas. A primeira muitos enche de ilusões para serem bons ladrões. A segunda que devia tudo interromper não mais mete medo em quem ainda quer se corromper. Dizem que “tudo o que aqui se faz aqui se paga”. Então, vou cantar uma música de carnaval: “Que mentira que lorota boa, que mentira que lorota boa...” Bom “falando” sério, a vida de cada um é pra ser julgada pela morte. Ela tem tudo registrado e decide para onde vão as almas dos defuntos falecidos assim: “Este, acreditava que notícias de jornais e de televisão sempre foram verdades. Este era simples, mas, se vangloriava em ser amigo e puxa-saco de pessoas sabidamente desonestas. Esta colocou silicone nas tetas, fez lipoaspiração extraindo banhas e operação para extrair rugas. Isso é contra como a natureza as fez no envelhecer. Este colocou uma prótese no pinto e sendo velho sem vergonha ainda gosta de fazer porcaria. Esses vão só por pouco tempo para o purgatório, pois, são pecados pequenos diante daqueles a afetar o povo. Entretanto como primeiro castigo todos terão que ouvir os ‘sabem tudo’ a dizer que eles foram boas pessoas e logo irão se encontrar com parentes e amigos lá no céu. Eu que sou a morte estou morrendo de saudade de encaminhar alguém para o céu”. Nossa, até a morte está descontente com os rumos da humanidade e ela se pensava ser caridade ao tirar a vida daqueles a serem vítimas das maldades ao invés de mandar os corruptos entre nós internos para o inferno. E, na vida de agora ainda há quem suporte ver os canalhas a ter tanta sorte. Sei não, será que a vida é a morte e a morte é a vida? Pode ser sim, porque depois de passar pelo ritual do velório e do caixão todos se tornam tão bonzinhos e nunca mais serão maltratados. Ao contrário, a vida deve ser a morte porque, sofremos tanto por aqui e deve ser para expiarmos os nossos pecados. O pior é que não podemos espiar de longe e tentar fugir. A vida sempre nos pega e ordena: Você tem que estudar, você tem que trabalhar, você tem que se casar, você tem que votar, você tem que comprar, você tem que torcer por um time de futebol, você tem que tomar cerveja, você tem que viajar para as praias nos feriados, você tem que pagar pedágios, você tem que pagar multas, impostos, juros, você tem que amar o próximo mesmo que ele seja chato, você tem que ter plano de saúde, você tem que ser da melhor idade e... Chega, chega Socorrooooooooooo. Quero morrer pra poder viver.

                                                                                              Altino Olympio

A MORTE.

    Lendo o texto de Altino Olimpio, sobre a morte, parei para pensar.Conclui que sempre questionei muito este tema tão misterioso. Nunca entendi o porque de pessoas boas,corretas e generosas morrerem inexplicavelmente enquanto que outras que só desmoralizam a raça humana, ficavam por ai, felizes aproveitando o que a vida oferecia  de melhor.
    Em alguns momentos da minha vida, cheguei até a me revoltar contra estes desígnios divinos.Não aceitava a perda de pessoas queridas, boas e importantes pra mim.
    Sempre ouvia em casa que a recompensa por ser bom e correto nem sempre viria nesta esfera.Talvez viesse apenas após nossa partida, no plano astral, ou numa outra encarnação como algumas religiões também pregavam.
    Hoje penso um pouco diferente. Penso que a bondade ou a maldade  são sentimentos predominantes em todos os seres humanos. Alguns reagem racionalmente às decepçoes e desilusões. Outros reagem com agressividade, vingança e ódio quando enfrentam contrariedades.
    Mas outros tantos, sem razões ou motivações já nascem perversos, sem ética, sem generosidade e dominados por  grande desejo de destruir.
    Pode ter sido um descuido do Criador em não nos moldar  à sua imagem e semelhança.Ou pode ter sido proposital como forma de enriquecimento espiritual,já que o convívio entre bons e maus é praticamente uma constante.
    Entendo assim que a morte não é premiação, nem maldição a qualquer ser vivo. Ela é consequência de uma lei natural ou de uma necessidade vital para a preservação e continuidade da espécie. Não dá pra ser eterno.Tudo que nasce um dia  morre.
    Pela filosofia espírita, a qual mais me afeiçoei até hoje, tento assimilar que pela lei de causa e efeito,tudo o que fazemos de bom ou de mal funciona como uma lapidação ou deterioração do nosso espírito. Crendo na reencarnação como creio, penso que a medida que nos aperfeiçoamos, melhoramos a energia de nossa vivência na Terra e nos preparamos para um possível nova vida.
    Verdade ou não e pensando assim vejo que  religiosidade funciona como um freio diário no nosso cotidiano e nas nossas atitudes.
    Já,  o medo da morte, a dúvida sobre o que acontecerá quando deixarmos este mundo e a incerteza sobre uma nova vida é o que parece inibir o homem de agir por sua própria natureza e instinto  nem sempre muito correto.
    Sem este freio, tudo seria ainda pior.Não haveria possibilidade de convívio.
    Por estas e outras razões  ignoradas resta-nos conviver com esta contrariedade do bem e do mal até o último instante de nossas vidas  buscando quem sabe  melhores opções e caminhos para se viver em harmonia e dentro do que se acredita ser normal e benéfico pra todos.
    
    
    Fatima Chiati


Altino Olímpio

Leia outras matérias desta seção
 » Nesta época quantos iluminados existem no mundo?
 » Opiniões ou conclusões impopulares
 » Turismo na UPA de Perus
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu

Voltar