08/11/2011
Persistência do nada saber

Persistência no nada saber

 

Nosso mundo, a terra, quando era despovoado das criaturas humanas se bastava por si mesmo. Nunca precisou e nunca precisará dos seres humanos para existir. Ao contrário, a espécie humana é que precisa do mundo para poder existir. Que criaturas são essas chamadas de homens? Nascem sem querer e sem querer morrem. Enquanto vivem tentam evitar a morte. Pensam que a morte não existe e que depois dela existe uma continuidade para a personalidade ou alma. Esta, invisível, sendo o ser real por dentro de um corpo visível e perecível. Os “entendidos” dessa hipótese estão a ensinar outros que a vida (existência) não se finaliza com a morte do corpo. Sem ele, ela continua existindo em algum lugar. Esse lugar seria o céu, mas, isso é muito vago. Na vastidão (no céu) existiria um lugar específico onde personalidades invisíveis poderiam se instalar? O querer saber o que não está ao alcance humano de saber, dá “azas” a imaginação inventar existências além da constatação humana. O homem, inconformado com o fim de sua vida inventou para substituir seu desespero, a continuidade dela depois da morte. Sobre ele mesmo enquanto vivo quase nada sabe, mas, pensa saber sobre o que está além da vida. Esse enfoque abstrato ao pensar numa existência ou “vida” inorgânica contradiz a realidade. Esta é a vida só se manifestando quando orgânica. Somente assim ela é percebida por todos. A vida como a percebemos é deste mundo. A “vida” a existir que ainda não percebemos é do mundo imaginado pelo homem. Nesse mundo ainda imperceptível (é preciso morrer para percebê-lo), as personalidades invisíveis existindo lá, como dizem, ficam aguardando o dia do Juízo Final quando serão julgadas pelas suas ações aqui na terra. No dizer de outros, tais personalidades ainda reencarnam aqui neste mundo para cumprirem alguma missão definida e para conseguirem a perfeição. Como agora somos sete bilhões de habitantes neste planeta temos sete bilhões de missões a serem cumprida. Mais na África a missão de muitos é nascer e logo depois morrer de fome. A missão do Hitler, do Stálin e de outros líderes carismáticos foi, em parte, despovoar o mundo, pois, este estava muito pesado não mais suportando o peso de tanta gente. As reencarnações talvez estejam em recesso nesta época, porque, ainda não nos deparamos com alguém que tenha evoluído até atingir a perfeição. Parece que todos ainda se encontram na primeira encarnação, daí termos pilantras por todos os lados. Felizmente temos entre nós, muitos pacíficos a viver de hipóteses propostas por outros sobre o propósito da existência ter como consequência no porvir de outra existência, punição ou recompensa. Nada no mundo supera esse apaziguador contágio psicológico das massas para que o mundo invisível idealizado pelos homens seja proficiente em paz e felicidade. E assim caminha a humanidade na persistência do nada saber como um pulo para o alcance do tudo saber.

                                                                                                    Altino Olympio


Altino Olímpio

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