24/06/2016
Rastros do tempo

Que coisa é essa que não se vê passar

E, no entanto nunca se fez parar
Está no nascer, no crescer e no morrer
Está no passado, no presente e no futuro
Está no agora que logo vai embora
Está no nada que fica para sempre
Está no tudo que fica na lembrança
Está no se desfaz do esquecimento
Está sem ter idade até na eternidade
Está para todos que estão sujeitos a ele
Está em todo lugar não sendo de nenhum
Está em ser o único que é perpétuo
Ele, invisível e inaudível chama-se tempo
Percebê-lo, é somente pelos seus rastros
Bem visíveis nos rostos dos envelhecidos
Parecidos vencidos pelos anos percorridos
Mas não, todos tiveram seus tempos
Até os tempos da chegada de seus fins
Foram filhos, irmãos e foram pais e mães
No tempo de suas aventuras na vida
E os sulcos e rugas em seus rostos
Ausentes quando no vir até a juventude
Agora são avisos da proximidade do ir
Mesmo sem deixar rastros no tempo
Foram participantes da humanidade
Foram participantes do mundo
Assim é a vida por todos os tempos.

Altino Olympio



Leia outras matérias desta seção
 » Nesta época quantos iluminados existem no mundo?
 » Opiniões ou conclusões impopulares
 » Turismo na UPA de Perus
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu

Voltar