22/12/2016
O porta malas

O Porta-Malas.
Numa cabine de estética, frequentada pela maioria de mulheres, acontece de tudo um pouco.
Além de ser a esteticista delas, na maioria das vezes me tornei amiga, confidente e até cumplice... E foi numa situação dessas que me vi envolvida numa enrascada.
Não me cabia julgar minhas clientes e suas aventuras, muito pelo contrario, o julgamento não faz a minha praia, e se não fosse assim eu não teria a confiança delas.
Certa vez, uma das mais antigas clientes, numa de suas escapadas, disse ao companheiro dela na época, que estava na minha clínica em tratamento. Como era de praxe, sempre me avisava de sua justificativa, para que numa situação de emergência eu fosse seu álibi.
Eis que numa dessas noites de suas aventuras, ela me telefona muito nervosa, dizendo que precisava de minha ajuda imediata, pois seu companheiro estava na porta de minha clínica, esperando por ela que claro, não estava comigo.
A situação ficou tensa!
Eu estava atendendo outra cliente. Não tinha como sair dali, mesmo porque o marido dela estava na minha porta e se eu saísse, ele me veria.
Quase entrei em pânico, pois além da situação de minha cliente, eu também corria risco de ter o meu nome e da minha clínica envolvidos num escândalo!
Tive que pensar rápido e a única saída que encontrei foi pedir ao meu marido, que fosse resgatar minha cliente onde ela estava, e traze-la escondida para dentro de minha sala de trabalho.
Claro que não foi fácil convencê-lo. Primeiro porque, como homem, ele não entendia e nem aceitava a situação. Segundo, porque conhecia o marido de minha cliente. Foi difícil ele me ajudar, pois nunca o envolvi com questões desse tipo.
Mas como a situação era caótica, ele por fim concordou, e foi busca-la.
Chegando perto da minha clínica, como meu carro era muito aberto e não iria escondê-la, meu marido a colocou no porta-malas, e entrou o mais rápido que pôde para a garagem.
Situação ridícula!
Eu não tinha coragem de olhar para o rosto dele, que estava visivelmente irritado comigo e com a situação que o coloquei.
Devo dizer que isso me custou alguns dias com ele sem olhar para mim.
No final das contas, eu não perdi meu bom humor, pois sempre procurei o lado engraçado de toda situação.
E foi ela mesma, minha cliente, que me fez cair na gargalhada quando saindo de dentro do carro, virou com a maior cara de pau e me disse: - Nossa! Da próxima vez, vê se compra um veículo com um porta-malas maior...
Vale dizer que hoje, a cliente em questão, está casada e feliz com sua aventura da época.
Coisas de um coração apaixonado.

Selma esteticista



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