29/04/2024
Não aprendi dizer adeus!

Não aprendi dizer adeus!

Ela está pousada suavemente sobre sua flor favorita, um singela Margarida, cujo pólen amarelinho gruda em seus pequeninos pés e com a brisa que sopra levemente,  elevam-se partículas indo parar em suas asas, que agora têm outros tons além do lilás, sua cor predominante. 

As asas que outrora faziam zunido voando entre as flores, agora repousam mais tempo para depois lançarem -se num voo que será curto pois ela já não tem a agilidade da juventude… mas mesmo assim ela se esforça para ainda beijar nas manhãs cheias de orvalho, todas as suas preferidas!

Agora ela busca energia no beira mar, nas águas cristalinas que ao tocarem seus pés, vão lhe oferecendo uma dose a mais de força, para que mais um dia ela possa alçar seu voo e beijar suas flores. 

Borboletas jovens olham para ela e entre um misto de compaixão e admiração pela sua resiliência, lhe questionam: “ até quando”?

“ porque você simplesmente não pousa, não volta para seu casulo”? “ seria tão mais simples…”

Mas, olhando para essas criaturas tão cheias de vida , mas ainda desprovidas daquele amor fraternal para com aqueles seres que esperam pacientemente pelo beijo que leva a vida, ela pensa: “ até quando minhas asas num último suspiro de forças, puderem  abraçar suas flores, puder levar esperança e beleza, eu continuarei…

Como vou deixa-las?

Como me despedir…?

Eu simplesmente não sei…

“Não aprendi dizer adeus”!

Selma Esteticista. 



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