11/12/2018
Quando se sabe que nada se sabe

Quem tem boa memória e às vezes em pensamento volta ao tempo de quando era criança pode se lembrar de como sabia que não sabia das coisas da vida e do mundo e como pensava que ainda era pequeno para saber tais coisas que só os adultos poderiam saber. Engano pueril! Para os adultos a vida e o mundo também eram enigmas. Como as crianças eles também viviam conforme o que o viver podia lhes trazer diariamente para ocupar suas mentes. Viver a vida condiz com o adquirir experiências, mas, todas elas ao nível em que a comum consciência humana possa assimilar.

Entretanto, a vida, o mundo e o universo continuam sendo enigmas. Qual é o propósito da vida se é que existe algum? Pra que a imensidão e sem fim do cósmico? Temos mesmo interiormente uma parte espiritual e invisível que permanece existindo depois da morte do corpo? São perguntas ainda sem respostas exatas, convincentes e prováveis. Conheço alguém religioso que diz que depois da morte iremos saber. Como ele pode saber disso se ainda não morreu (risos)? Diante de tantas questões insolúveis os adultos são como as crianças com os olhos vendados brincando de cabra-cega.

Contudo, para aqueles ambiciosos de saber sobre os mistérios da vida, do mundo e do universo e que não vivam como a maioria que vive apenas por viver, eles podem ter uma oportunidade, embora muito rara, de saber o que querem saber se uma providência incomum os escolherem para obterem repentinamente uma consciência (um saber) superior a da raça humana atual. Esse influxo repentino, também chamado de iluminação, como consta nas páginas da história da humanidade, aconteceu para várias personalidades que foram importantes devido aos seus conhecimentos úteis que foram aproveitados pela humanidade, sendo psicológicos ou mesmo científicos.

Um médico psiquiatra inglês, Richard Maurice Bucke (1837-1902) em 1872 teve o influxo repentino de uma consciência superior por alguns segundos que lhe provocou uma expansão intelectual quase impossível de descrever. Nos poucos segundos dessa experiência inesperada, disse ele, que, aprendeu mais sobre a vida e o universo do que poderia ter-lhe ensinado qualquer universidade. A esse estado alterado de percepção ele chamou de “consciência cósmica”.

A partir da tal experiência psíquica o médico Maurice dedicou-se a explicá-la num livro, onde também constam outros que tiveram iluminações parecidas. Seu livro no idioma inglês “Consciência Cósmica” foi editado em 1901 e tem tradução para o idioma português. Conforme escreveu, ele acreditava que a consciência cósmica sendo de um estado superior ao nível da autoconsciência, que, é o estado comum da humanidade, com o passar do tempo ela (a consciência cósmica) iria aos poucos ser extensiva a todos os seres humanos. Mas, vendo ou sabendo como atualmente está a condição mental ou cultural da humanidade, “pelo andar da carroça” (risos) não dá pra acreditar que a tal consciência superior venha a ser adquirida por todos num futuro.

Quanto ao livro ele agrada a quem se interessa por evolução, seja ela mental ou espiritual. No entanto, ele (como também outros livros sobre o mesmo tema) não deixa clara a solução de como são “as coisas da vida e do mundo” que as crianças e os adultos do início deste texto não sabiam e ainda não sabem (risos). Quando é que vai surgir um livro cujo autor vai diagnosticar, indicar, identificar, detectar, esclarecer, comprovar, descrever e autenticar com objetividade e realidade o porquê da vida e do mundo? Nunca! Quando surgirá alguém que dirá: A vida é assim, assim e assim e vai mostrar como ela é? Nunca! Quando é que vai aparecer alguém imbuído de conhecimento sobrenatural ou esotérico que “objetivamente, realmente e concretamente” venha a dizer que depois da morte quem morreu vai existir assim, assim e assim. Nunca! (risos).

Então, nós, crianças e adultos ainda só temos para acreditar, se quisermos, nas hipóteses sobre aquelas questões acima tidas lá como ainda indefinidas. Embora, incontáveis são pelo mundo as pessoas que acreditam, repetem o que “ensinam” nas instituições a que pertencem sobre outro mundo e como nele é a existência de quem já partiu daqui. Infelizmente são apenas teorias, no mais das vezes provenientes de abstrações (abstração: ato de analisar um aspecto da existência sem considerar a sua relação com a realidade). Quando o homem se pergunta qual o motivo de sua existência neste mundo, respostas só existem a partir da “imaginação” de outros. Felizmente a ocupação nos distrai da curiosidade do querer saber da finalidade ou qual seja o sentido da vida. Por fim, parece que tudo se confunde e se perde no nosso nascer, viver e morrer e por isso parece também que nada é sério como pensamos que seja neste planeta onde a humanidade convive com as ilusões.

 

Altino Olympio

 

Comentário:

 

Oswaldo Muhlmann Junior - Ordem Rosa-cruz -

10/12/2018

De fato, um grande mistério, tanto a vida, quanto aquilo que denominamos morte, e que deverá ser apenas uma transição. Bem lembrando também o livro Consciência Cósmica, o qual foi editado pela AMORC, mostrando que a humanidade está apenas principiando ou engatinhando em sua evolução de consciência.

Continuemos assim, cada um com o seu entendimento, em busca da verdade, pois vislumbres ocasionais de consciência poderão abrir para novos portais.

 

 

 

 

 



Leia outras matérias desta seção
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu
 » Tempos felizes de molecagens
 » A importância da vida
 » O destino

Voltar