29/04/2019
A biblioteca do orgulho

Todo mundo crê que quem tem uma biblioteca em casa é inteligente ou muito intelectual. É comum ao assistir em algumas entrevistas dos canais de televisão, elas serem realizadas numa sala ou escritório onde se destaca uma biblioteca por trás dos entrevistados. Isso provoca nos telespectadores a imaginação de que o dono da biblioteca é um leitor contumaz e dono de muito conhecimento. Mas às vezes o dono dela herdou-a do pai ou do avô e não é tão apreciador de leitura como parece, mas, pode ser vantajoso mantê-la. Ela pode representar algum prestígio mesmo não o tendo (risos).

 

Existem aqueles que se vangloriam por terem uma biblioteca com mil, dois mil, três mil ou mais ou mais livros. Contudo, com o tempo a passar mais eles se tornam úteis para enfeitarem estantes e serem poltronas de poeiras. E estas, embora, sempre espanadas, são reincidentes, pois sempre voltam. È como se elas provocassem: Nós sempre estamos por cima e os livros sempre por baixo, então, quem é mais eficiente, real e atual (risos)? Neste início de século, aqui no Brasil foi comprovado que não é necessário ler ou saber ler para ser presidente. Isso é que foi uma boa leitura para o mundo.

 

Voltando para as bibliotecas caseiras espalhadas pelo mundo, sabe-se que milhões e milhões de livros “paralisados” nelas nunca são e talvez nunca venham a ser relidos pelos seus donos. Pois, mesmo ao serem olhados com carinho e admiração pelos seus donos, agradecidos que são por eles terem sido parte de suas vidas e partes importantes de suas culturas no passado, para o presente de seus donos eles são agora o “já li, já li, já li, já li e assim sucessivamente será até o último livro verificado (risos).

 

Dependendo do tema preferido de cada pessoa, alguns de seus livros foram-lhes muito importante e é aprovável que queiram mantê-los para relê-los no futuro. Mas, também, a parte de um livro que foi interessante, sua parte mais importante pode ser copiada, mesmo que, num caderno, reservando-a para que não seja esquecida. Depois disso tal livro pode ser doado para quem gostaria de lê-lo. Todos os livros, depois de extraídas algumas anotações deles ou não, bem que poderiam ser doados para as bibliotecas públicas. Isso até poderia reduzir aquela vaidade que alguns têm de se sentirem superiores a outros pelo fato de terem lido mais.

 

Amigos que já estiveram aqui em casa sabem que eu tive muitos livros. Porém, não sabem que todos eles “eu dei embora”, como se dizia antigamente. Sobre os livros, ainda leio os que me interessam, mas, gratuitamente (risos) pela internet, ou então, localizo num “sebo” aquele livro que no passado quis ler e não li. Vou pra cidade comprá-lo, leio-o e logo o entrego na biblioteca do bairro donde moro. Vários autores de livros “mudaram a cabeça” para o bem ou para o mal de muita gente do mundo. Principalmente os livros escritos sobre ideologias, cujas más consequências criaram discórdia e separação entre o povo, como hoje se verificam.   

 

Altino Olimpio



Leia outras matérias desta seção
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu
 » Tempos felizes de molecagens
 » A importância da vida
 » O destino

Voltar