18/12/2019
Nenhuma praça havia

Havia tanta graça naquele lugar mesmo não tendo uma praça para que os jovens flertassem com quem gostariam de namorar e até mesmo se casar quando se apaixonassem naquele estilo romântico de outrora de quando era lento o tempo no passar das horas e os pirilampos no silêncio do escuro das noites se alternavam com os seus acende e apaga e preenchiam a escuridão parecendo enfeitar a solidão às vezes sentida sem explicação que poderia aparecer depois de alguma emoção se ter naquele viver donde reinava a amabilidade entre as amizades hoje tão reconhecidas daqueles tempos que não deixaram feridas e só deixaram saudades da paz que se sentia como se lá até a natureza dormia porque nada havia que se temia naquele que era o paraíso dos pássaros e das borboletas coloridas que ficavam distraídas quando pousavam nas flores e assim exibiam as suas cores cujas belezas transmitiam singelezas e na correnteza do rio borbulhas se viam aparecer vindas do fundo das águas que passam e que não voltam mais como tudo do mundo que se modifica e que nada fica pra sempre na vida nesse tudo que se olvida do passado mesmo que muito ele tenha sido amado apesar de muitos conterrâneos queridos terem morrido e nos terem ferido com suas partidas deixando um vazio igual ao da pracinha do escritório da fábrica de papel que não era uma praça e sim o Largo do Escritório e da portaria um da entrada dos funcionários que ficava deserto sem ninguém por perto e aos domingos lá aparecia a melancolia no centro daquele largo onde havia um pequeno lago com peixes ornamentais vermelhos num jardim gramado cuidado com esmero que na lembrança permanece e que a amiga Vera de Freitas do extinto Bairro Chique da Fábrica de Papel não esquece e que hoje só olhando pela vidraça do tempo se pode lembrar que lá não havia nenhuma praça e naquele lugar tudo evaporou como fumaça.

Altino Olimpio



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