02/03/2009
A super arma

Tudo começou com um telefonema ao prefeito, era nada mais nada menos que o presidente G.Bush. Acontece que o prefeito não sabia falar lhufas de inglês e o corre-corre foi frenético, quando encontraram alguém que falava a língua, ou melhor, balburdiava e soube quem era do outro lado simplesmente desmaiou.

Bush não conseguiu a informação que queria, mas deixou recado que ligaria mais tarde. Depois de exaustivas investigações por parte do serviço de inteligência do prefeito, seu ex-chefe o comte. juju 38 deu a solução: vamos chamar um professor de inglês, o que foi feito, veio não um mas uma, e prontamente ficou de plantão ao lado do telefone esperando tão ilustre pessoa.

Nem é preciso dizer que a cidadezinha entrou em pânico, afinal o que queria o homem mais poderoso do mundo com o prefeito, seria a fama de melhor prefeito do Brasil que tinha chegado lá, será que até o Bush queria prestar uma justa homenagem, afinal aquele jornal do interior de Pernambuco furou no acordo e estava distribuindo título de "melhor" a torto e direito mediante uma simples e módica contribuição, agora, se o grande presidente embarcasse na causa, a história toda mudaria, o caminho para a ONU se abriria feito joelhos de rapariga.

O telefone tocou, a professora suava em bicas e mal conseguiu dizer "hello mister president" - trocou tudo, o nome do Bush pelo do marido e ainda conseguir elogiar o famoso discurso que o presidente fez a universitários, aquele onde disse que para ser presidente dos Estados Unidos não precisava estudar e o exemplo era ele mesmo, Bush.

A platéia inquieta não se agüentava de curiosidade e o prefeito já estava com tenesmo abdominal (dor de barriga) e estourou: pergunta logo o que ele quer professora quando eu vou para Washington receber o título e tirar foto com ele.

Não foi preciso perguntar, Bush já estava ficando irritado e usando de toda sua sutileza perguntou: a CIA me informou que vocês descobriram uma nova arma, poderosa, que mata qualquer cabeça dura e como tenho milhões no Iraque preciso dessa arma urgente, é questão de salvar meu prestígio e pelo que sei só vocês podem ajudar, por favor, implorou o grande presidente. Após a dramática e suada tradução para o prefeito, ele não pensou duas vezes, chamou seu fiel chefe de gabinete, Acerolino e berrou: "manda o comandante da guarda para lá, agora."
 


Edson Navarro

Leia outras matérias desta seção
 » À minha Mãe por ocasião do Natal
 » Racismo à brasileira
 » O salão nobre
 » Vivaldi Nani e o porre nos moleques
 » O dia em que enrosquei o saco
 » Passando pela Rua Tito
 » J.C. completa 2013 anos
 » O desabafo do J.C.
 » A mala cheia, do Alcaide
 » O negócio com Deus
 » Aninha moreninha
 » Nosso folclore
 » O tesoureiro
 » De que adianta ser filho da santa?
 » A super arma
 » O sonho
 » Teu rosto
 » O menino e o velho
 » 1968 O sonho não acabou
 » O dia em que o Padre Amaro Morreu

Voltar