02/10/2012
Amizades verdadeiras

Ao longo da vida vamos conhecendo, colecionando e arquivando carinhosamente  pessoas em nossos corações. Comigo foi assim, principalmente, depois de 35 anos trabalhando numa mesma empresa.
Para falar de todas eu teria que escrever um livro, tamanha a importância de cada uma em minha vida. Hoje, porém, escreverei apenas  sobre a minha grande amiga Maria Ap. Tomasetto, companheira de tantos anos e  cuja amizade teve início lá,  na década de 70.
Incrível, como o tempo fortaleceu nosso relacionamento sempre amistoso e calmo.  Nem mesmo as turbulências e dificuldades profissionais nos afastaram ou abalaram o vínculo intensificado pela convivência diária.
A hierarquia estabelecida ou qualquer adversidade profissional também, não foram capazes de estremecer ou romper os laços tão fortemente atados pela parceria contínua. Muito pelo contrário, à medida que o tempo passava, mais  afinidades surgiam tornando a amizade inabalável. Fomos, porém, a simbologia dos opostos. Eu como gerente, quase sempre  autoritária, agitada  e inflexível. Ela, ao contrário subserviente, dócil e solidária. Eu por perfeccionismo profissional, intolerante e exigente   demais, exigindo esforços sobre humanos. Ela  compassiva, colaboradora e  dotada de uma boa vontade imensurável .Melhor que eu e  com um bom humor contagiante, soube driblar momentos difíceis, sublimar    a crueldade do stress e  temperar assim, com  suas inesquecíveis gargalhadas, situações de muito desgaste físico e mental.
Ofereceu-me o ombro amigo sempre que estive a um passo do desmoronamento emocional. Soube me ancorar, e me acompanhar quando tantos simplesmente  criticaram. De maneira descontraída foi  profissional dedicada, honesta e em nenhum momento se aproveitou de nossa  amizade para se avantajar. Nunca  me afrontou. Acatou com humildade, determinações nem sempre agradáveis. Não  se apoderou do certificado de amiga para invadir minha privacidade ou tentar me influenciar negativamente. Foi leal, decente, íntegra e de uma generosidade jamais vista. Soube ouvir, rir, falar e chorar no momento exato e na medida certa. Soube acima de tudo, silenciar, compreender e aceitar.
Hoje entendo que, Cida Tomasetto, com sua bondade e calma, foi na verdade, dotada de uma sabedoria única  e rara. Sabedoria   que ela , inteligentemente,   soube  transformar  em  ferramenta,  para driblar  momentos de tensão, conflitos e dificuldades.
Vivenciamos experiências fantásticas por mais de três décadas. Compartilhamos problemas sonhos, expectativas, realidades desgastantes  e muitas  alegrias também.
Nada  ruiu nossas estruturas que, dia a dia se tornaram  ainda mais sólidas. Trafegamos por  caminhos tortuosos, cheios de   pedras e encruzilhadas ,mas nunca desistimos. Permanecemos e sobrevivemos apoiadas  é claro, na solidez da amizade.
Atualmente, afastadas da empresa, ainda  mantemos frequente  contato e  praticamos com satisfação  este belo exercício de companheirismo e solidariedade . Dividimos as mesmas emoções do passado na  certeza de que seremos , eternamente ,amigas e acima de tudo, irmãs de coração pois, amizades verdadeiras são assim. Não morrem nunca, não definham, sobrevivem ao tempo, ao espaço e nos dão a certeza de que são os maiores bens da vida.
Pouco importa também   se, Marias, Martas, Lias, Jandiras ou Lucis. Todas marcam por um dia terem atravessado, lindamente, nosso caminho e por conseguirem de alguma forma florir nosso trajeto  e nossa existência. E nesta constatação todas serão sempre   homenageadas. Como ela, Cida Tomasetto.
                                                       FATIMA CHIATI



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