27/10/2017
Eu acredito na humanidade!

Corrupção, escândalos de envio de dinheiro público para cofres privados, nepotismo, despotismo, falta de serviços básicos para a população, aposentadorias medíocres a trabalhadores que doaram sangue, suor e lágrimas para sustentar uma família e são despejados da vida social, económica como sapatos rasgados vivendo de esmolas do governo.

Fraude, roubo, furto, apropriação indébita, assassinatos, bandidos armados com armas inacessíveis a policiais que lutam como formigas contra enormes dragões.

Noticiários, informes diários da decadência da civil, moral, ética.

O terror assombra os cidadãos dignos batalhando uma luta injusta para proteger sua prole.

Prisioneiros de nossas casas, enjaulados em redutos que supostamente são os lugares em que estamos menos vulneráveis a violência mas que na vida real nos transformam em pacientes de TOC compulsivos.

Caixas de remédios contra depressão, ansiedade, corações a beira de um infarto por tanta pressão em sobreviver num mundo que mais estaria para “Prisão” do que “TERRA”.

O desânimo contagiando como peste, a falta de crença no futuro, a incerteza cavalga com golpes certeiros de aniquilação da vida humana.

O homem, indivíduo dotado de inteligência e linguagem articulada, bípede, bímano, classificado como mamífero da família dos primatas, com a caraterística da posição ereta e de considerável dimensão e peso do crânio: ser egotista por excelência, narcisista por opção, mentiroso por conveniência, fraco por uivante covardia.

As tragédias, dita naturais: terremotos, furacões, enchentes.

As conversas nos bares regadas de tristeza e emanadoras de um pessimismo quase que inconteste pela observação dos relatos, todos acima citados.

Pois bem, até aqui tenho mais que certeza que estamos de acordo que é um momento fidedigno, real, infeliz e aparentemente irremissível que o mundo atravessa.

Mas eu tenho esperança na humanidade.

Na mitológica e tão citada “Caixa de Pandora”, quando já não se podia imaginar nada de clemente, ela eclodiu, e nas entrelinhas das desgraças deixou um recado que decerto por um lapso de desgosto preeminente não foi diagnosticada, sequer analisada, como o antídoto contra todos os males que pairavam no ar: a esperança.

E como ter esperança?

Senhores existem seres neste planeta capazes de mudar o rumo desta visão desdita, deste infortúnio, desventura maldita.

Quem são eles?

Super heróis? Esquadrão da justiça? Meia dúzia de Batman (s), Mulheres Maravilhas, Homens de Ferro que romperam o subsolo, ou a velocidade da luz em seus veículos possantes ou voando?

Não nesta visão romântica!

Todos os dias nascem milhares de crianças, felizmente e infelizmente (?). E aqui não tem papagaiada da população excessiva na Terra, o papo é outro agora!

Na melhor das hipóteses elas vão as escolas, mais da metade delas falidas em seus métodos arcaicos e tradicionais.

Elas convivem, sobrevivem , brincam em meio aos mesmos problemas que nós, seguramente! E também é certo que uma boa parcela seguirá os mesmos passos para o mundo degenerar-se a olhos nus e a sangue frio. Ao menos é isto que a maioria pensará numa expressão melancólica da vida.

Você já sentou para ouvir as ideias destes seres precoces?

Já escutaram as brilhantes soluções que encontram para salvar o mundo?

Já observaram que eles vêm em massa de contrapartida aos pensamentos pragmáticos e derrotistas de nossas últimas gerações, já adultas?

Peço que parem, reflexionem e analisem com olhos desnudos, a estes novos seres.

Parece muito sonhador esta colocação e convictamente muitos dirão que são pequenos demais para compreender as escabrosidades do viver.

E não retiro as razões dos senhores! Difícil acreditar mesmo!

Mais uma vez: acredito, sempre acreditei e continuarei acreditando.

Não será fácil, não será simples e tampouco corredio esta trajetória destes anjos.

Mas independente de vários relatos que poderia deixar aqui para justificar fervorosamente minha crença, hoje em especial eu recebi uma notícia que poderia ter retirado toda minha “paz”.

Um menino jovem. Posso dizer um jovem homem, desde pequeno gritava aos quatro cantos do mundo sua insatisfação por um mundo quase inabitável.

Determinado, estudioso, filho de uma grande mulher, que a duras penas e com muita lágrima lutou para que ele seguisse seu ideal de amor ao próximo, que apoiou seus propósitos mesmo contra sua vontade de mãe temerosa, ele conseguiu!

Conseguiu provar a mim e seus familiares que não existe : não poder! Existe não querer!

Aos 9 anos ele tornou-se faixa preta em karate. Dotado de disciplina inabalável, estudava em bibliotecas públicas quando não podia comprar os livros. Envolveu-se em um movimento mundialmente conhecido (que não citarei nome agora) e fez a diferença!

Em seus acampamentos de resistência física, moral, emocional, não largou sua vontade em superar-se nem por um segundo e conquistava paulatinamente um espaço diferenciado.

Passou em concursos de escolas especializadas e públicas porque sabia que para galgar em direção a seu futuro uma escada muito bem traçada em sua mente, deveria ser subida degrau por degrau, com precisão.

Eu, como passional que sou, aconselhei que desistisse por vezes e buscasse um meio termo para seu sonho, temia por sua vida, pelas frustrações que poderia arrebatar seu coração, ou seja, quase uma anciã desditosa! E ele sempre disse : Não!

Seu quarto: folhas por todas paredes, fórmulas, regras de estudo, mais parecia um quartel general de ensino torturante.

Seu passatempo: preparar-se e preparar-se.

Ele escolheu uma profissão temida por muitos.

E aqui, talvez, muitos pensem que ele cairá ao deparar-se com a realidade nua e crua.

Eu digo que não! A realidade nua e crua ele sabe bem qual é!

Ele teve que lutar por cada xerox, cada compêndio de aprendizado, para estudar. Teve que treinar sozinho muitas vezes, correndo pelas ruas com o tênis que tinha para sair, ir a escola, e correr! Ele viu sua casa ser assaltada, seus irmãos em perigo, perdeu entes próximos. Sentiu na pele que a vida não é para qualquer um.

Ele sabe bem o que é a justiça e a injustiça, o bem e o mal.

Eu digo SIM! Você, estava certo, o medo, fracasso falado, sentido e olhado, não fazem A DIFERENÇA!

Acredito em cada jovem que como ele, determinou-se a clamar por lugar decente.

Acredito sim, que uma centelha de luz pode não iluminar o mundo mas pode iluminar aos que estão na escuridão, entorpecidos, e, estes iluminarão a outros, que iluminarão a outros e pouco a pouco teremos tochas de luz, de esperança viva, pulsante gritando e agindo, acionando, racionando, mudando o que nos parecia imutável.

Se um grão de areia decidir virar pedra, virará!

Se a terra decidir tremer, tremerá.

E nestes fenômenos serão descobertas novas teorias físico-químicas enaltecendo os novos conhecimentos e a nova visão de blábláblá.

Então se somos capazes de novas percepções materiais quanto a existência da mutação em tudo neste planeta, sejamos esperançosos.

Se alguém decidir contaminar com garras de vencer a tragédia, assim chamada por muitos, ASSIM SERÁ!

Porque lá esta ela, a esperança!

Dando sinais a diário de que é legítimo, necessário lutar.

Meu querido eu acredito na humanidade hoje por você, com você.

Obrigada por fazer de nossos dias um momento de felicidade, de fé.

Você sempre disse que conseguiria, e conseguiu.

Todos podemos começar. Basta acreditar!

E a esta grande mulher que é sua mãe eu abaixo minha cabeça e rendo vassalagem!

Que todas as mães, nossas heroínas, sejam abençoadas.

Que cada um de nós possamos tirar as máscaras do desespero e colocar a da esperança.

Assim, um mundo novo começa.

Para frente humanidade, saiamos do calabouço.

Com esperança, dedicação e com um “sempre alerta”!

 

 

Daniele de Cássia Rotundo

 

 



Leia outras matérias desta seção
 » Fim de tarde apocaliptico ou não ?
 » 70 borboletas...
 » Textinho de domingo
 » Flores amarelas
 » TAPACHULA - 3ª parte
 » Poesia do eu
 » Finalmente 26 de dezembro!
 » Ainda em Tapachula 
 » Mudando para o México, destino: Tapachula
 » O que eu fiz até agora ?
 » Onde mora meu Pai ?
 » Cagando no racismo
 » A propósito da Bebel
 » À minha Mãe
 » Paranoias momentaneas
 » Texas: o lugar das armas 
 » A latência
 » Dia Internacional da Mulher?
 » Eu acendi uma vela na mesa da sala de jantar.
 » Sapos

Voltar