27/05/2014
Não julgueis para não seres julgado


Não julgueis para não seres julgado

Essa frase título é mais uma das sem efeitos. Mais lógica a frase seria assim: Sempre que julgar o faça em silêncio e sem revelar. Pronto, a coerência está estabelecida. Há todos os instantes alguém está julgando alguém sem se importar se será julgado também. Quando uma pessoa é bem educada e outra comete algo que contraria a sua educação, sua moral e sua ética, em seu íntimo ela já julgou e até condenou como sendo indesejável a outra antes que o intelecto pudesse reagir lembrando-a do erro que é o julgar. Nesse caso o intelecto funciona como disfarce dos nossos sentimentos. Ele impede o exteriorizar por palavras a repulsa que o julgar interior antecedeu a ele. O ser humano é muito aconchegado com a hipocrisia. É comum ele rir mesmo quando sua reação interna seja contrária, isto é, para ofender ou mesmo brigar com outra pessoa que o desagrade. O “não julgueis para não seres julgado” só é coerência se está a se referir sobre o revelar por palavras o julgar. É incompetente para impedir o julgamento que é instantâneo proveniente do âmago de cada um. Quem consegue se anteceder ao sentimento para impedi-lo de julgar? Ninguém consegue. Então, muitas frases estão a nos orientar apenas intelectualmente, ou melhor, por fora, sem conseguir nos orientar por dentro ou interiormente. Talvez por hipnose se consiga introduzir no sentimento a ordem “não julgar”. Mas, isso é apenas uma idéia para psicólogos, padres e pastores e nem sei se isso funciona. Terminando, o que nos surge espontaneamente no sentimento seria a nossa verdade se não fosse abafada pela distorção dela pelo intelecto. Ele, hipocritamente sempre está a nos proteger de exteriorizar o que pensamos para bem podermos viver em sociedade. O intelecto ao se expor através de nossas palavras, no mais das vezes, ele é contrário a reação do sentimento ao julgar alguém, felizmente, porque, se assim não fosse só teríamos inimizades. 

                                                                                                       Altino Olympio



Leia outras matérias desta seção
 » Nesta época quantos iluminados existem no mundo?
 » Opiniões ou conclusões impopulares
 » Turismo na UPA de Perus
 » A solução
 » No mundo existem crédulos e incrédulos
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu

Voltar