09/09/2019
Conversa ocasional

No domingo, dia vinte e cinco de agosto de dois mil e dezenove, eu e um amigo fomos para um passeio na passeata da Avenida Paulista de São Paulo. O objetivo de milhares de pessoas presentes na tal de passeata foi para a manifestação contra um projeto tido como ridículo sobre o “abuso de autoridade” que havia sido aprovado pelos políticos do Congresso Nacional do Brasil.

Enquanto eu e o amigo estávamos entre tanta gente vendo e ouvindo pessoas que do alto de um carro de som, ao microfone falavam sobre aquele projeto ridículo e sobre a desonestidade de “autoridades”, políticos e ministros que, segundo dizem, legislam em causa própria, lá no alto do céu apareceu um helicóptero sobrevoando a avenida.

Como se soubessem que alguma equipe de televisão a partir do helicóptero estivesse filmando a quantidade de pessoas presentes em tal evento de protesto, todos donde eu estava ao olharem para cima donde plainava o helicóptero levantaram o braço para cima com os dedos da mão fechados deixando em aberto só o dedo médio. A intenção por trás desse gesto obsceno é muito conhecida. Ao mesmo tempo gritavam “TV lixo, TV lixo, TV lixo” para um canal de televisão.

O amigo perguntou por que tal ofensa à um canal de televisão que, sempre foi o primeiro em audiência e agora está sendo maltratado por uma grande parte do povo.  Respondi-lhe, segundo o meu parecer, que, tal canal de televisão escondeu do povo notícias importantes sobre o desastre da administração praticada pelo governo deste país enquanto esteve exageradamente abastecida por ele pelos bilhões de reais provenientes de propaganda governamental. Isso é uma forma de se vender e de compactuar com o sistema político que esteja em vigência em cada época.

Sobre o tal canal de televisão, ele foi o primeiro a prejudicar a moral do povo com a transmissão diária de suas novelas desprovidas de teor educacional e cultural. Ao contrário, suas novelas sempre tiveram a intenção de insinuar e influenciar práticas inadequadas e profanas para desarticular o condicionamento que o povo tinha tido de viver nos ditames da ética, da moral, da honestidade e dos bons costumes. Assistir as novelas é se encharcar com o que elas estão propositadas em perverter. Se as redes de televisão divulgaram os protestos daquela passeata do dia vinte e cinco de agosto eu não soube porque é raro eu perder tempo em assisti-las.   Parece que elas não têm interesse por isso e isso demonstra uma traição aos telespectadores deixando-lhes só a opção de assistirem as imbecilidades dos programas de fim de semana.

 

Altino Olimpio



Leia outras matérias desta seção
 » Joana d’Arc (1412 – 1431)
 » Foram tempos de fascinação
 » Não vou, é muito longe
 » Somos acúmulos do que mentalmente recepcionamos
 » Quando a vida é bela ou cor de rosa?
 » Reflexões 
 » Só sei o pouco que sei e mais nada
 » Conversa entre amigos do antigo Orkut
 » O “me engana que eu gosto” é sempre atual
 » A mulher do ai, ai, ai
 » Quando nós seremos nós mesmos?
 » Viver muito cansa?
 » A aventura de viver
 » Esquecidos, o céu, o sol e a lua 
 » Uma lembrança que a memória não esqueceu
 » Tempos felizes de molecagens
 » A importância da vida
 » O destino
 » Quem somos nós diante de tantas influências
 » Dois textos

Voltar