A escritora gaúcha Martha Medeiros diz em um de seus textos que a mulher interessante não precisa, necessariamente, ser bonita. Segundo ela, ficar bonitinha é fácil, muitas ficam. E que difícil mesmo, é ter aquele “algo mais” que as destacam e as diferenciam das outras.
Já para um amigo e visitante da minha página no Facebook, Jose Alberto Campos, a mulher linda é doce, sensível, amorosa e demonstra carinho nos pequenos detalhes do dia a dia. É inteligente sem ser arrogante. Meiga sem ser submissa. Decidida sem ser autoritária. É corajosa, sem rejeitar a proteção. É discreta, não faz estardalhaços, foge dos exageros e da vulgaridade.
Concordando e aproveitando estes dois ganchos, quase que poéticos, resolvi escrever. Também eu enxergo o universo feminino cada vez mais angustiado, curvando-se aos padrões massificados do mercado da estética. Parecem poucas as mulheres dedicadas a este “ algo mais”. Poucas são as que optam pelo aprimoramento de suas emoções, seu intelecto equilibrado e do charme refinado que as evidenciam como misteriosas, singulares e superinteressantes.
Enigmático, num primeiro estágio, o “algo mais” ressalta-se nestas mulheres que não se expõem, não são “tops”, nem fazem questão de sucesso já que estão focadas apenas, em desfrutar uma vida sem glamour. Não se exibem, não profetizam a cada cinco minutos, não são donas da verdade e nem discursam enfadonhamente. São mulheres que ouvem mais, refletem mais e opinam com moderação e com a convicção de que não precisam se transformar em bibliotecas ambulantes. Não protestam obsessivamente pelo que acreditam. Não se deixam levar pelo vocabulário popularesco e nem excessivamente crítico. Não precisam de terminologias sofisticadas ou violentas para defenderem suas teses. Falam simplesmente... Com coerência, lucidez, calma e afeto. Não chantageiam com dengos e chamegos. Femininas por excelência, tudo transformam com um único gesto, simples e generoso sobre as questões humanas. São interessantes, porque não vivem obcecadas em manter a forma física ou esconder as rugas. Nem se culpam por comer uma apetitosa pizza de quatro queijos. Não se jovializam em decotes atrevidos, acessórios juvenis ou extravagantes. Não se ridicularizam para chamar a atenção, pois já são presenteadas por um brilho próprio. Cuidam da aparência com discernimento. Dispensam os excessos e preferem, com esmero, lapidar seus invisíveis talentos. Priorizam a capacidade de amar, acarinhar e ajudar. Permitem-se fragilidades, carências e proteção, mas não se escoram e nem se subestimam por isso. Lutam. Não desistem, não amargam dores. Recomeçam sempre que necessário, mesmo com rosto lindamente vincado pelo tempo, pois conseguem a qualquer momento oferecer um sorriso encantado e um olhar cheio de lindas promessas. Na alma? Ah! Na alma! Guardam, a sete chaves, este maravilhoso “algo mais” que infelizmente não é para todas. Só para aquelas.... Muito, muito especiais.