As autoridades de saúde entregaram a todos os comitês de assuntos especiais das organizações de estudo de anfíbios, um questionário requintado e inusitado.
Qual a dieta recomendada para diminuir os efeitos provocados pela ingestão de sapos?
Que tipo de suplementos são indicados para quem não consome sapos ?
É possível viver sem comer sapos ?
Todos os sapos possuem o mesmo efeito químico físico em nosso organismo a médio e longo prazo ?
Como diagnosticar um sapo entalado ?
Qual o perigo de engolir um sapo venenoso ?
O assunto surgiu pelo aumento de casos de intoxicação por ingestão de sapos nos últimos 30 anos.
Dentre os sapos venenosos mais comumente encontrados na fauna brasileira, os conhecidos “cururu” e “ponta de flecha” altamente tóxicos, ganharam notoriedade na agenda de prioridades do Governo Nacional.
Isto porque, nos últimos anos, um aumento considerável de “Cururus”, "pontas-de-flecha'' bem como pererecas, rãs (e outros) têm sido encontrados nos arredores da sede do governo brasileiro, transformando a obra de Niemeyer em piscininha de girinos.
Ainda não se sabe se as queimadas de áreas florestais, a recente ( e constante ) crise sanitária e hidrelétrica seriam responsáveis pela migração dos “Cus e flechas” às adjacências do Planalto da Alvorada, em busca do labéu típico em que se movimenta a máquina administrativa atualmente.
Outra possibilidade é que o curral eleitoral tenha atraído a população “sapolitica”, em vista as próximas eleições. Haja visto que, sapos (entendido como sapos, rãs e pererecas) são também, responsáveis pela manutenção de ecossistemas através do controle de pragas, insetos e até mesmo animais como escorpiões.
Um único sapo, por exemplo, pode se alimentar aos quilos de grande quantidade de insetos que se tornam abundantes nas épocas chuvosas.
Correm pelos corredores dos Poderes Públicos que já se previa o êxodo de sapos de diferentes cores e tamanhos, aos centros políticos mais badalados - dado o acúmulo de insetos gerado pela constante enxurrada de coliformes fecais que impregnam os gabinetes dos elegíveis ou eleitos.
O povo agradece os serviços prestados, uma heróica tentativa anfíbia.
Um fato constatado pelos “SOS amigos do sapo” é que os “Cus e Flechas” (carinhosamente denominados pelo Congresso Nacional), vem modificando seus hábitos, e buscando ambientes habitados por asnos, burros, energúmenos, antas.
Todos estes também desnaturalizados das características de seus ancestrais e com traços humanos.
Talvez por serem extremamente suscetíveis à mudanças climáticas, a radiação e aos níveis de umidade, tanto os “Cus” como os “flechas” sejam atraídos pela diarreia de sujidades que jorra da Fonte de Sabedoria dos Poderes da República.
Sem saber o que fazer com os sapos….
O Instituto Nacional de Armamento enviou um estudo encomendado sigilosamente pelos líderes das “pistolas-frouxas”, sugerindo que o enfrentamento contra a democracia sem fronteiras, seja executado por lançamento de sapos-ponta-de-flecha.
Pasmem, onde vivem os sapos-ponta-de-flecha? Na Floresta Amazônica.
Estes sapos, fatalmente perigosos, medem apenas 2,5 cm e possuem cores vibrantes em tons de VErmelho, AZul e amarelo brilhante.
A dieta do Sapo Ponta-de-Flecha consiste em pequenos insetos como formigas, pernilongos, cupins e moscas. Seu organismo trabalha sequestrando os alcalóides encontrados nos resíduos de suas vítimas e tortuosamente secretando sua toxina na pele das costas, para, assim, usar como defesa contra os predadores que se arriscarem.
A capacidade do homem é incrível mesmo ( e nem utilizamos nossa capacidade total cerebral) e as similaridades não são coincidência!
Embora a “Academia Nacional sem Assunto” afirme que se trata de uma atuação instintiva e selvagem de sobrevivência, um grupo de ufólogos acampados em terrenos da Marinha, na Zona da Mata, cogita a possibilidade destes anfíbios terem sido enviados do planeta dos Macacos. E tão pronto venha a luz suas identidades, uma parcela significativa da população se transformará em pequenos jacarés.
Confesso que estas teorias de conspiração de extraterrestres são um pouco exageradas e sem nexo. Mas vai que cola …
Este dado gerou reboliços nas comunidades locais.
Não se sabe se os vermelhinhos, azuizinhos, ou amarelinhos foram despretensiosamente encontrados nas redondezas de Brasília ou marcharam da Amazônia até o Distrito Federal.
Há quem diga que um caminhão lotado destes foi encontrado abandonado na BR - 319, tão pronto a informação do número de focos de queimadas naquela região, tornou-se internacional.
Informantes da Liga Secreta da Marvel, descobriram que na mesa do honorável Chefe de Estado, um decreto está prestes a ser assinado permitindo a defesa da moral, bons costumes e integridade patriótica por avalanche de pererecas.
Embarcações Militares lideradas por especialistas em desgovernos, serão compostas por 3 comandantes sapo-ponta-de-flecha para cada 1 pelotão de pererecas por estado brasileiro.
Enfocando a persistente desproporcionalidade representativa tipica, seguiremos engolindo mais pererecas.
Impressionados pela capacidade adaptativa do “verde, amarelo, azul e branco, cientistas de diferentes áreas, pensadores, psicólogos, monges, líderes religiosos estudam, filosofam, discursam sobre a incrível habilidade humana de metarmoformizar, desvincular, distorcer, deformar, alterar a designação natural e origem das coisas.
E vem a galopes.
No caso, a indevida e incômoda ingestão de papadas rugosas de conhecimento notório e amplamente divulgada, até pouco como maléfica ao ser humano, seja física, emocional, espiritualmente etc
É nessa movimentação anfíbia, a arte de engolir sapos tem ganhado expressão!
Embora engolir sapos seja uma prática milenar “Sado - masoquista”, há pouco menos de uma década , estudos em distintas e renomadas instituições apontam tratar se de um hábito ordinário nos homos sapiens !
Psiquiatras e psicólogos já concordam com menos timidez que a prática de engolir sapos subdivide-se em arte e martírio.
Mas como o povo da farofa não tem medo nem de “Cus”, nem de “Flechas”, já colocaram mais água no feijão e trabalham em turnos de 14 horas na fabricação de línguas de sogra, adesivos, balões, confete e serpentina . Tudo com tema de sapos!
Sem dúvidas o trabalho marqueteiro de divulgação de adereços, equipamentos, antídotos saponicos vem causando furor na economia.
A indústria têxtil, mobilizou-se na criação de uma linha saponica, ( antes manufaturada em sigilo para a elite, pela China comunista) dando nome e slogan a nova tendência, para ternos e paetês confeccionados com fios de ovos de girino.
Como sapos se reproduzem rapidamente não falta sapo para ninguém:
da cunhada frustrada, da sogra na mesa das festas natalinas, do puxa-saco do chefe, da secretina da tesouraria da escola, da lacraia da academia, do advogado picareta.
E os famosos sapos - cobra!? Estes além de pularem direto na goela, entre um “goro” e outro, na juntada dos companheiros, ou nas famílias doriana, fazem o sujeito andar de perna aberta.
Mas sapo que é bom, entala!
Alguns não descem nem com as meditações da monja Coen.
Então, para não engolir em seco, tente azeite (no orifício que o sapo entalar), cerveja, caipirinha (bem azeda), gordura de porco ( lamba depois de ingerido o sapo). Se isto não ajudar, use vaselina.
Atenção : em caso de persistirem os sintomas, opte por chá de sumiço.
A aglutinação de pequenos sapos “inofensivos “ tem ocasionado efeito de sapo venenoso.
O texto ficou confuso? Complicado?
Talvez seja o desabafo de tantos sapos engolidos nos últimos tempos.
Fica a dica : evite os sapos que você pode, e procure não ser sapo na garganta de ninguém.
Daniele de Cassia Rotundo
Colaboração: Denis O. Lima