Vida Exemplar, Desejada e Invejada.
Infância tão feliz ainda ecoa na mente: “A galinha do vizinho bota ovo amarelinho, bota um, bota dois, bota três, bota quatro, bota cinco, BOTA SEIS!” Era no último ovo que os meninos e as meninas brincando de roda e de mãos dadas se sentavam ao chão. Tinha uma outra brincadeira assim: “Este não me serve, este não me agrada, só aqui, só aqui eu hei de amaar, a moça que está na roda escolhe o moço para se casar”. É, a menina de dentro da roda ia caminhando e ficando de frente para os meninos e meninas e parava naquele que ela escolhia quando todos terminavam aquele cântico pueril. Eu pensava que quando adulto fosse ficar afeminado, mas, Deus não me deu essa alegria, como hoje muitos a têm e são alegrias tão atuais. Todos nós sabemos que Ele é responsável pelo que nos acontece, confirmam até que sem Ele não conseguiríamos nem andar e nem voltarmos para casa. Depois da infância a juventude não foi nada fácil. Ainda bem jovem precisei trabalhar. Primeiro trabalhei no Horto Florestal, depois no setor plantação onde nas matas distantes tinha que carpir e a seguir fui “cair” na carpintaria, também de serviço pesado. Pensava que por ser de fino trato seria poupado de trabalhos forçados na Indústria Melhoramentos, mas, não. Bem educado e bem trajado, quando embarcava na maquininha do Bairro da Fábrica para onde mais o lugar se chamava Caieiras, sempre utilizava o vagão de primeira classe. Então, me julgava merecedor de um emprego mais compatível, como no escritório, por exemplo. Talvez por me invejarem me colocaram em trabalhos extenuantes e por isso na carpintaria me surgiram às dores nas mãos, conseqüência de punhos abertos era o que diziam outros. Quando me queixava disso para os adultos diziam eles que eu poderia não mais poder movimentar as mãos por causa dos punhos abertos e precisaria de punheteiras até quando sarasse e não mais precisasse delas. Naquele tempo não existiam punheteiras em Caieiras, só existiam em São Paulo em casas especializadas na Rua dos Gusmões, no Bairro da Santa Ifigênia. Entretanto e embora fosse segredo, eu era um “escolhido” e por isso não acreditava em curas com tratamentos convencionais. Tinha um refúgio onde buscava respostas para qualquer problema físico ou mental. Foi quando num fim de semana, oculto fui meditar no alto do conhecido Morro do Tico-tico. Já habituado com os espíritos das matas que me rodeavam e eram minha proteção, vez ou outra me envolvia em brincadeiras com os gnomos. Meditando revi todas as encarnações anteriores: Faraó do Egito, filósofo da Grécia, apóstolo, Rei, Grão Mestre dos Templários, Grão Mestre da sagrada e invisível Grande Fraternidade Branca, ela ainda hoje dispersando suas poderosas vibrações de lá do Tibet para toda a humanidade. Fui conterrâneo e companheiro do “imortal” Conde de Saint Germain. Não mais tendo tido notícias dele, talvez ele tenha morrido. De espírito luminoso minhas reencarnações nunca foram em condições comuns, embora, muito úteis, como lixeiro, carroceiro, servente de pedreiro, bicheiro, político, presidente, padre, pastor, espírita, teosófico, mórmon, maçom e outros. Horas e horas meditando e finalmente sobreveio mais uma iluminação. Uma forte voz ecoou pelo morro e pelas matas, entretanto, inaudível para qualquer outro: “FILHO DA LUZ MAIOR, VOCÊ NÃO PRECISARÁ DE NENHUMA PUNHETEIRA, POIS, TU VAIS SER TRANSFERIDO PARA TRABALHAR NO LABORATÓRIO E É LÁ QUE SEUS PUNHOS IRÃO SARAR”. Depois disso, claro, as lágrimas sempre rolam pela face, e, assim emocionado abracei todas as nossas irmãs árvores que pude, coitadas, elas só sendo femininas, fêmeas, vivem sem machos. Despedi-me dos gnomos e dos espíritos das matas e em estado exaltado retornei para o meu lar já à noite com o meu problema solucionado. Radiante de luz as lâmpadas foram desnecessárias. É verdade quando ensinam, que, depois de termos atingido a perfeição não mais é necessário reencarnar. Sendo vidente, vejo aqui neste país onde vivemos, o quanto estamos rodeados de personagens, que, já perfeitos estão nas suas últimas reencarnações. Alguns nem precisavam ter reencarnado. Aqui estamos em corpo apenas com a missão para o anunciar da já propalada e tão esperada época de ouro que está próxima. Não duvidem disso. Já somos no mundo cerca de sete bilhões de pessoas e como sabem, cada uma tem uma missão a cumprir. Com tantas nobres missões assim a serem cumpridas, o mundo e a humanidade nada têm a temer. Estamos na época que antecede o júbilo final. Nosso paraíso será recuperado, não teremos mais guerras e nem pobres. A moral não será necessária, pois, não mais existirá malícias maldosas. No calor poderemos até transitar pelados como já ficam os nossos irmãos naturistas mais evoluídos. Contudo, não seremos privados de calamidades antecessoras até piores das que já ocorreram e não são para nos alarmar, são para nos purificar e separar “o joio do trigo”. Sinais, sempre serão antecedidos das calamidades, aqueles chamados de “sinais do fim dos tempos”. Já tivemos vários e um muito forte, de muito abalo foi à queda do Corinthians que caiu da primeira divisão ou classe especial. É, como diz o caipira: a coisa num tá pra brincadera. Só posso adiantar que o povo que mora no Bairro da Fábrica de Caieiras não será alcançado por catástrofes e lá onde teremos o recomeço promissor, todos poderão comer ou chupar o fruto que quiserem. Desculpem, preciso interromper estas declarações, pois, estou bocejando muito. É porque meus guias, ou, melhor e mais bonito, meus mestres invisíveis estão aqui ao meu lado e devem estar querendo comunicar-me mais alguma coisa. Paz celestial a todos.
N.R. O título desta matéria foi maldade do Edson Navarro, meu primo.